quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A pior faceta do desemprego

Os dados estatísticos mais recentes vêm comprovar algo preocupante. O desemprego aumentou e a faixa dos jovens até aos vinte e quatro anos continua a ser duramente posta à prova. A juntar à falta de trabalho, acentuou-se precariedade, o desemprego é mais duradouro e os salários líquidos diminuiram, em particular na região de Lisboa. Uma das consequências de tudo isto é o número cada vez mais elevado de pessoas activas que vivem de apoios sociais como recurso de subsistência.
Os dados do INE agora divulgados mostram que o desemprego no quarto trimestre ultrapassou a barreira dos 10% da população activa, o que atira a média anual de 2009 para mais de 9,5%. Ou seja, cerca de 530 mil pessoas.
Mas o mais preocupante é que nesse último trimestre o número de pessoas dependentes do Estado rondava os 578 mil. Se a isto acrescentarmos os dois milhões de reformados, fica-se com uma ideia dos encargos que o país suporta com pessoas inactivas. Em termos grosseiros, isto quer dizer que um quarto da sua actual população não produz nada.
Ora se em momento de crise, esta dependência tem justificação, o certo é que ela também aumenta a pressão sobre as contas públicas que nos comprometemos a sanear até 2013, tornando a gestão do que temos num verdadeiro calvário.
Revelando, em simultâneo, que o lado pior do desemprego não é o económico, mas sim o social. E este não pode deixar de constituir a preocupação dominante nas políticas que forem escolhidas. Como conciliar tudo, é que será o grande desafio. Do governo. Mas também da oposição.

HSC

1 comentário:

Anónimo disse...

Grande e pensadora reflexão...
Criativemo-nos ...Bem precisamos de um qualquer insight milagroso seja qual for o posicionamento...
ó valha-me Deus e ao Diabo...
Sem alternativa opcional...
Isabel Seixas