Jô diz Pessoa em português de Portugal. E domina totalmente a plateia. É uma comoção difícil de descrever, a que sente ao ouvir um dos nossos maiores poetas, na voz modulada de um dos grandes diseurs da nossa língua.
O nosso Gordo deve ter perdido uns vinte quilos desde a última vez que estive com ele e com o Herman. Continua gordo, mas bastante menos, o que lhe permite, em palco, mexer-se com um à vontade corporal que antes não tinha e que magnetiza ainda mais aqueles que o ouvem.
A seleção de textos feita para um espectáculo deste tipo é excelente e o acompanhamento musical também. E, confesso, face ao preço dos bilhetes, fui agradavelmente surpreendida, com o género de gente comum que me rodeava. Felizmente a cultura começa a entrar nos nossos hábitos, mesmo que, às vezes, com sacrifício pessoal de outros bens, tão ou mais importantes.
Pareceu-me, nalguns casos, ser o caso!Saí feliz e com uma fome danada.
E não é que me esperava uma surpresa? Nem mais. Fui cear, pasme-se, ao velho Café Império - passe-se a publicidade - que eu julgava completamente desaparecido e onde não punha pés há uns bons uns quinze anos. Nada disso. Está tranformado, mantendo o cunho de antes, numa sala agradável, com música discreta. E conservando inalterado...aquele fabuloso bife com ovo a cavalo, que eu jamais esquecera.
A noite não podia ter sido melhor, a decorrer numa ameníssima conversa e alguma risota. E relembrando o nosso saudoso e comum amigo Quim Machaz que se foi embora, mas continua sempre bem presente em todos nós, sobretudo, quando festejamos o lado bom da vida!
HSC
4 comentários:
"A seleção de textos feita para um espectáculo deste tipo é excelente e o acompanhamento musical também."
Que Inveja( no bom sentido claro), mas a Senhora de facto já detém a primazia nesses encontros com o Fernando... Pronto é a vida.
Eu fico-me pelas Antologias.
Um abraço
Isabel Seixas
PS Se quiser vir participar no nosso concerto de beneficência com a Sua agradável presença( eu arranjo alojamento) dia 13 sábado das 16h às 24 com artistas de todas as áreas, da região e não só...
Vamos fazer uma feirinha em que todos os produtos doados serão vendidos a preços módicos, e as receitas reverterão para as pessoas carenciadas da região e algum dinheiro para o Haiti.
(Desculpe aproveitar o espaço para publicitar)
Cara Helena: vou ver. Pois é, os brasileiros, quando é preciso, falam português daqui, tal como os americanos, em Noël Corward, por exemplo. Afinal o "nosso acordo" é mesmo só uma questão ortográfica, que pela fonética entendemo-nos... Bem-haja, Raúl.
Os Lisboetas são uns sortudos, além de terem muito mais possibilidades de "gastar" umas coroas em cultura, têm-na ao pé. É que se quisermos ir a Lisboa ver um espectáculo desses, nem que seja de combóio mais o bilhete, apanha-se um "rombo" desgraçado nas economias... se as houver. :)
Abraço Helena e ainda bem que nos conta o que por aí se vai pasando. :)
Obrigada.
Que pena, logo que li o seu " post" telefonei para o Teatro mas a última récita estava já a começar! Raúl.
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