domingo, 21 de fevereiro de 2010

O fim de uma saga

Leio, com algum atraso, que Patrick Kennedy não voltará a concorrer a deputado federal, retirando-se, assim, da actividade que sempre o ocupou.
Depois desta saída e de nenhum outro membro do clã se ter candidatado ao lugar deixado vago pela morte, no final do verão, de seu pai Ted Kennedy, é a primeira vez, em sessenta anos, que a "marca" familiar não estará na primeira fila da vida política em Washington.
Pesem embora problemas de adição e do foro psiquiátrico, Patrick conseguira, em 1994, tornar-se membro da Camara Baixa. Porém, sem a presença paterna, o congressista de 42 anos de idade, declarou que o trabalho parlamentar deixara de o motivar.
De facto, num vídeo de despedida, afirmou: "o meu pai inculcou-me um profundo compromisso de serviço público. Agora, depois de dedicar duas décadas à política, a minha vida vai tomar uma outra direcção".
Apesar de o deputado por Rhode Island nunca ter tido que enfrentar grandes dificuldades nas oito renovações do seu mandato, o certo é que as próximas eleições fazem adivinhar luta renhida para substituir o lendário Camelot. O retrocesso verificado, há quatro meses, quando o Massachusetts entregou ao republicano Scott Brown, o lugar que durante quarenta anos Ted ocupara, levou Patrick a queixar-se, com amargura, dessa derrota. Que, para ele, punha em evidência a indisciplina do Partido Democrata que não soubera tornar realidade a reforma da saúde preconizada por Obama.
Parece, assim, terminar a saga desta família, cuja história se mistura com a do próprio país no útimo meio século!

HSC

2 comentários:

DL disse...

Penso que é, por vezes, muito difícil a um membro de uma família com uma tradição muito vincada (seja ela política, comercial ou outra) seguir o seu próprio caminho. Talvez a vocação fosse outra.

Lura do Grilo disse...

De facto é uma família muito contraditória. Na retaguarda do seu carisma esconde-se um patriarca com negócios muito provavelmente à margem da lei. Dizia, entrevistado num acto eleitoral cerca do meio-dia, que se devia "votar cedo" pois fazia bem à democracia e que ele a essa hora já tinha votado várias vezes.