Sábado de manhã, quando ainda as televisões quase só falavam da Madeira, nova e violentíssima catástrofe. Desta vez no Chile. Pontes, estradas, casas, um terrível rasto de destruição. Dramático, pela violência!
A tarde, passei-a num motu contínuo, a fechar persianas. Que, no último andar em que vivo, mais pareciam o decor de filme de terror. Um desatino, um vai e vem, um senta levanta, sem direito a descanso, mas em que consegui, mesmo assim, deitar abaixo cinco jornais.
À noite, finalmente, estirei-me no sofá e, qual madame Recamier, ouvi o Plano Inclinado. Desta vez, o convidado era Rui Moreira, um homem de quem gosto muito e que conhece o nosso tecido empresarial como poucos. Depois li as revistas estrangeiras e fui para a cama com a estranha sensação de que o que se passara no Chile podia ter acontecido connosco...
Hoje, finalmente relaxei. O vento parou e a chuva tornou. Nada como ir almoçar e ao cinema com o meu neto André. Ando, mesmo, a aproveitar o tempo em que ainda o tenho por cá.
O filme, " Um homem sério", dos irmãos Cohen, é uma comédia dramática, bem feita, mas pesada, pelo menos para o meu estado de espírito.
Ao fim do dia já não aceitei o convite filial para nova sessão cinematográfica. Tantas e tão más notícias nesta semana, deram quase cabo da minha proverbial boa disposição. Estou estafada e com, pelo menos, mais dez anos em cima...
HSC