"Quanto vale uma vida?" Esta pergunta ecoa nos
corredores da ética, da justiça, da filosofia e da própria existência humana. Num
mundo cada vez mais pautado por números, lucros e métricas de produtividade,
essa questão convida-nos a parar e refletir: é possível atribuir um valor à
vida humana?
Do ponto de vista biológico, todas as vidas são equivalentes.
Porém, na prática, a sociedade muitas vezes atribui pesos diferentes a depender
da origem, da classe social, da etnia ou da profissão de uma pessoa. Um
executivo pode ser tratado como mais valioso que um morador de rua; um cidadão
de um país desenvolvido pode receber mais atenção do que uma criança faminta num
lugar esquecido pela mídia.
No entanto, o valor da vida não está na sua utilidade económica,
nem na fama, no status ou na contribuição aparente para a sociedade. O valor de
uma vida está na sua singularidade, na sua capacidade de sentir, de amar, de
aprender, de transformar o mundo à sua volta — por menor que pareça esse
impacto.
Durante tragédias, guerras ou pandemias, somos confrontados
com esta questão de forma crua. Quantas mortes são necessárias para que a
humanidade perceba que cada uma delas é uma perda irreparável? Números podem
ser estatísticas, mas por trás de cada número há uma história, uma família,
sonhos interrompidos.
Valorizar uma vida significa respeitar a dignidade do outro,
defender direitos humanos, lutar por equidade, e reconhecer que nenhuma
existência deve ser descartada ou negligenciada. É também uma chamada à
empatia, à solidariedade e à construção de um mundo onde todas as vidas
importam de fato, e não apenas no discurso.
Porque no fim das contas, o valor de uma vida, talvez não
possa ser medido — apenas reconhecido, respeitado e protegido.
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