sexta-feira, 20 de junho de 2025

Por que está em alta o Quiet Quitting?

Nos últimos anos, especialmente após a pandemia de COVID-19, o termo "quiet quitting" (ou "demissão silenciosa", em tradução livre) ganhou destaque nas redes sociais e nos debates sobre saúde mental e cultura corporativa. Apesar do nome, o quiet quitting não significa que o profissional se está a demitir do trabalho. Pelo contrário, ele continua no seu cargo — mas deixa de fazer algo, além do que lhe está formalmente exigido.

Trata-se de uma postura em que o colaborador decide não ir além das suas responsabilidades contratuais, recusando-se a realizar horas extras não remuneradas, assumir tarefas fora da sua função ou comprometer sua saúde mental em nome da produtividade. Em outras palavras, ele faz o que é esperado, sem excessos nem engajamento extra.

Causas do Quiet Quitting

Esse comportamento pode ter várias causas, como:

  • Desgaste emocional e burnout;
  • Falta de reconhecimento ou perspetivas de crescimento;
  • Ambientes de trabalho tóxicos ou exploradores;
  • Busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Muitos trabalhadores, especialmente da geração Z e dos millennials, passaram a questionar a cultura da “super-entrega” e do “trabalhe como se a empresa fosse sua”, que por vezes valoriza o esforço excessivo sem garantir contrapartidas justas.

Consequências e Debates

O quiet quitting gerou debates acalorados entre líderes empresariais, RHs e estudiosos do trabalho. Para alguns gestores, é um sinal de desmotivação e perda de envolvimento. Para outros, é um ato legítimo de auto-preservação, que convida as empresas a repensarem sua cultura organizacional e o modo como tratam seus talentos. Também levanta uma pergunta importante: esperar que um funcionário "vista a camisa" é justo, ou é uma forma velada de exploração?

Reflexão Final

O quiet quitting não é preguiça. É, sim, um sintoma de algo maior: o desejo de trabalhar com equilíbrio, respeito e propósito. Para lidar com esse fenómeno de forma saudável, as empresas e os profissionais precisam dialogar com transparência, repensar expectativas e promover ambientes mais humanos e sustentáveis.

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