Perguntaram-me se gostaria de voltar a alguma parte do meu
passado. Pensei no que foi bom, mas respondi “não”. Explico.
"O retorno
ao que já não é" pode ser interpretado como uma expressão poética ou
filosófica que aborda a ideia de revisitar algo que já não existe mais no
presente. Essa sentença suscita reflexões sobre a impossibilidade de recuperar
o passado tal como ele foi, bem como sobre a natureza mutável do tempo, da
memória e da identidade.
Ao tentar
retornar a um momento passado, a pessoa depara-se com a impossibilidade de o
reconstituir exatamente como era. O que resta são memórias, sempre marcadas pela
subjetividade e pelas transformações do próprio sujeito que as lembra. Nesse
sentido, o “retorno” torna-se uma reconstrução mental, idealizada, e não um
reencontro fidedigno.
Aquilo que “já
não é” pode ser interpretado tanto como um lugar ou situação do passado, como a
um estado do próprio indivíduo. A tentativa de regressar ao que um dia existiu,
encontra barreiras na mudança contínua: nem o contexto é o mesmo, nem a pessoa
que vivenciou a experiência anterior se manteve inalterada.
Do ponto de
vista filosófico, esta frase remete à fluidez do tempo e à irreversibilidade
dos acontecimentos. O passado, uma vez transcorrido, não retorna ao seu estado
original. O próprio ato de tentar “voltar” seria confrontado pela constatação
de que o que passou tornou-se outro tipo de existência — talvez recordações,
talvez vestígios — mas não o objeto presente, para onde se quer voltar.
“O retorno ao
que já não é” encapsula a tensão entre o desejo de resgatar uma experiência
passada e a constatação da impossibilidade de a reproduzir ou de a viver
novamente. É uma reflexão sobre a natureza dinâmica da vida, do tempo e da
própria subjetividade. Por isto tudo julgo ter dado uma boa resposta!
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