Há um silêncio especial que
antecede o adeus — como se o tempo segurasse, por um instante, a respiração,
antes de deixar as palavras deslizarem, uma a uma, entre as fendas daquilo que
já não se pode mais dizer. É nessa pausa suspensa, quase um abismo, que a dor
encontra voz: ela instala-se nas pequenas coisas, no cheiro conhecido do café,
na dobra do lençol, na tinta desgastada do corrimão.
Não é a partida em si que
pesa, mas o espaço vazio que o outro deixa. O eco dos seus passos no corredor
vazio, a cadeira vazia à mesa. O adeus não é apenas uma palavra, é um quadro
que se desvanece, um retrato arrancado da parede, um sopro de ausência que
espalha memórias pela casa. E ainda assim, mesmo no luto subtil do que já não
é, floresce uma semente de compreensão. O adeus, por mais que custe, nos ensina
a gentil e árdua arte de soltar as mãos.
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