Depois da passagem pela TVI fiquei mesmo cansada, pese embora todos me tivessem tratado como uma princesa. Tudo o que pedi foi satisfeito e senti que todos compreenderam que eu só aceitara fazer aquelas cinco semanas, por amizade com a Felipa Garnel.
Há muito que me vêm convidando para voltar à televisão e há muito que venho recusando, por saber muito bem qual é o formato em que eu mais renderia e o que me têm pedido não corresponder às minhas expectativas. Para ser inteiramente verdadeira um deles, bem recente, estaria lá muito próximo, mas como em tudo na vida, houve um senão, que foi a negociação das condições financeiras. E, aí, não chegámos a acordo.
É que eu prefiro não trabalhar, a faze-lo por um preço que não corresponda àquilo que eu entendo ser o meu valor. É um critério que sigo há muitos anos, talvez porque me posso, ainda, dar a esse luxo.
Este longuíssimo intróito vai explicar o que vem a seguir.
Vivo num prédio onde somos quatro condóminos. Difícil seria, não ter com qualquer deles relações de grande correção. De facto, assim é. À excepção de um, que está sempre alugado pelo proprietária, em termos de grande rotatividade e do qual não conhecemos nem inquilinos, nem dona.
Porém, desde que ali vivo, já lá vão perto de 30 anos, um dos andares trouxe-me sempre gente, que se havia de transformar, com o tempo, no que chamo de grandes amigos. Os últimos, chegados há 3 anos - a Rita decoradora e o António advogado -, foram mesmo o que chamo de algo especial e que se assemelha muito com a que tive com os primeiros proprietários, que continuam, para mim, a ser elementos de uma família escolhida.
Pois bem, quer a Rita quer o António, quando me vêem mais cansada, levam-me com eles para o Alvito onde têm duas casas maravilhosas, que gostam de ter sempre cheia de amigos, parte dos quais hoje já são, também, meus. A sua qualidade humana é tão rara que decidiram fazer de um palheiro um quarto, para que eu ficasse na sua habitação e não na das vistas.
Fui estrea-lo este fim de semana. É uma suite encantadora toda forrada a madeira, onde não falta nada de que possamos carecer. Para além disso e dos repastos em casa, saltitamos também a comer em sítios que só eles conhecem.
Este fim de semana teve, porém, um happenning. É que o António levou-me a passear, montada numa moto quatro, perante a rizada de todos os amigos presentes. E eu, com esta idade, adorei... Foi um fim de semana de luxo, que só a muita amizade deste casal me poderia proporcionar.
Acresce que a casa, linda, e os seus donos, sempre que lá estão, atraiem montes de amigos, que ali se sentem bem tratados e em total à vontade. E eu que já tenho pouca familia, quando estou com eles, volto ao tempo da minha infância rodeada de primos e primas.
Bem hajam, Ritinha e António, pela já muito rara amizade que ambos me dispensam!
HSC