quarta-feira, 13 de novembro de 2019

O amor não é para aqui chamado

"Não se pode falar de salário mínimo sem amor", terá dito a deputada Joacine Katar Moreira, na sua primeira intervenção no Parlamento. Parece-me uma tese perigosa, algo miserabilista e contrária às questões que devem presidir a uma discussão deste tema!

HSC

34 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Confesso que não percebo o raciocínio da parlamentar.
Será defeito meu?
O Salário mínimo é uma questão de justiça social.
Ó Leonilde is Love :)), como cantavam os Beatles, é outra coisa.

Anónimo disse...

penso que a Sra Dra deputada queria dizer 'receber' em vez de 'falar'!, ninguém entendeu, só pode!
(claro que deve ser amor à pátria ao receber os tais 635 paus sem fugir a sete pés para outras paragens onde bem se pode receber o dobro..!)

el capitan

tempus fugit à pressa disse...

é propaganda barata

Dalma disse...

Foi a maneira mais fácil de usar o 1:30, sem gaguejar, o que até não aconteceu!!
Não estou a ser insensível perante a sua gaguês, não, quero é dizer que ela está no palco errado!

Paulo Rio disse...

É o Livre em roda livre.
Haja paciência!!!

Anónimo disse...

Concordo absolutamente consigo e com o António Costa que definiu tudo como uma questão de justiça social. Mas, Helena, no Livre tudo é dito ou feito no sentido estrito de se tornar notado e de tentar um "certo efeito" sobre nós... Repare que tudo é comunicação através do poder da imagem que se impõe. A começar pela própria Joacine. Mas são imagens hiperbolizadas, jogando sempre com o exagero, com o excesso, desafiando sempre, com a intenção clara de provocar estranheza e gerar nem sei o quê de tão indecifrável... mas estranho e desconfortável.
Depois há estas combinações inauditas: o assessor/que usa saias ; o salário mínimo/que é amor. Tudo embrulhado em discursos de afecto que apelam aos sentimentos, agitam emoções negativas: o medo ( de transgredir na linguagem do politicamente correcto) a culpa (pelo colonialismo, racismo, etc.) a vergonha (dos símbolos da nossa bandeira, que foi enxovalhada!).
Mas também as medidas que "caem bem": quem não concorda com a ida de Aristides de Sousa Mendes para o Panteão?
No Livre nada é inócuo ou inocente, nem isento de oportunismo.
Rui Tavares sabe que não precisa que a deputada Joacine tenha dotes de oratória, pois tudo neste partido vive de Imagem e Emoção. Que importância tem, pois, neste contexto, a sua gaguez?
Com os melhores cumprimentos
Gl

Anónimo disse...

Concordo consigo, Helena. É uma afirmação muito perigosa. Se, numa hipótese remota, tivessem de ser feitos cortes salariais, isso significaria em "joacinês" ausência de Amor? Portanto, Ódio? E as repercussões disso? Respondeu-lhe bem o 1º Ministro. É uma questão de justiça e de dignidade, acrescentaria eu.

Mas, Helena, no Livre tudo é dito e feito no sentido estrito de se tornar
notado e de fazer um certo efeito sobre todos nós.
Repare-se que tudo é comunicação através do poder da Imagem. A começar pela própria Joacine. Mas são imagens hiperbolizadas, jogando sempre com o exagero, com o excessivo, desafiando sempre, com a intenção clara de provocar estranheza e gerar nem sei o quê de tão indecifrável...mas desconfortável, sem dúvida.
Depois estas combinações inusitadas: o assessor/que veste saias ; o salário mínimo/que é amor ... E tudo embrulhado num discurso de "afectos" que apela aos sentimentos, agitando emoções negativas: de medo (da transgressão das normas impostas pelo politicamente correcto, começando pela linguagem), de culpa (do colonialismo, de racismo, de xenofobia, etc.), de vergonha (do nosso passado, da nossa gloriosa História, dos símbolos da nossa bandeira, que foi enxovalhada!).
Mas, como no Livre nada é inócuo ou inocente, nem isento de oportunismo, também apresentam propostas que "caem bem": quem não concorda com a ida de Aristides de Sousa Mendes para o Panteão?

Rui Tavares sabe que é desnessário que a deputada Joacine tenha dotes de oratória. É um partido muito singular, que vive da combinação de Imagem e Emoção. Neste contexto, que importância tem a gaguez da senhora? Até acho que esta particularidade sua está a ser usada.
Muitos cumprimentos
Gl

Anónimo disse...

Diz-se que no amor quem dá volta a receber!

Anónimo disse...

Hoje falar de amor tornou-se um tique e já não quer dizer nada.
Por outro lado a relação insólita entre amor e salário, abre para outras paisagens e saímos do universo engravatado da economia, paisagens do tipo «O salário sobe e as borboletas batem as asas no infinito».
No entanto, a relação insólita entre dinheiro e paraísos também é, há muito, usada e abusada e segue e soma.
Mas afinal no paraíso não existem maçãs, mas dinheiro?!
E qual a relação entre salário e «amor e uma cabana» e entre salário e um coração partido?
E entre salário e sal da vida?
Falar de amor e salário é terreno escorregadio.

Helena Sacadura Cabral disse...

GI

Não tenha qualquer dúvida de que a gaguez de Joacine está a ser usada e de que Rui Tavares sabia muito bem o que fazia quando a escolheu. Pode é sair-lhe o tiro furado...pq a senhora está a tratar da vida dela!

Anónimo disse...

Falar de «amor e salário» é pobrezinho mas falar de «dinheiro e paraíso» isso já é outra conversa, tem outra «classe», porque quem põe os cerca de nove milhões de euros portugueses em offshores são sobretudo os bancos e financeiras.

Salário e amor, embora xaroposo, quer dizer um modelo social de esquerda, comunitário, participativo, criador de mobilidade social, e não um modelo de direita «salve-se quem puder» à americana, de tendência discriminante segundo a origem e nascimento, e critérios exclusivamente quantitativos, com desprezo pela maioria dos cidadãos, sobretudo pelos mais pobres.

Todos os partidos têm as suas «novelas» e dando o CDS como exemplo, este apostou (e perdeu) numa linguagem que já foi muito dominante (talvez ainda seja) na sociedade portuguesa, do agressor, do acusador, da punição (sim, sim, com Nuno Melo, sobretudo).

Anónimo disse...

A direita anda toda atarantada porque não podem aplicar a Joacine e ao sr. da saia, a forma xpto, preconcebida, do politicamente correcto!

Uma coisa que eles não são é politicamente correctos, e agora?!

Anónimo disse...

- Salário justo e amor
- Salário mínimo e indiferença
- Salário médio e injustiça
- Salário milionário e luxúria
- Trabalho e felicidade (actividade feliz do ser humano)
- Trabalho e abuso (mal remunerado, excesso de horas, horas extraordinárias não remuneradas)
- Trabalho forçado e violência
- Trabalho escravo e ódio

Anónimo disse...

Helena, é caso para dizer que a Drª joacine "saiu melhor que a encomenda" ao Rui Tavares. Isto vai ficar fora do seu controlo, ai isso vai!...
Um bom fim de semana,
Gl

P.S. Adorei a ironia do comentador das 18:06 , que os TOPOU BEM : "o salário sobe e as borboletas batem as asas no infinito!" É o pensamento mágico :-)))
Também me vou concentrar com a força do pensamento e muito amor a ver se faço subir o ordenado...e ver o paraíso (mas não com maçãs).
Ou antes, vou ali fazer uns rituais e uma dança a ver se faço parar de chover!

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo das 23:40

Agora nada. Quem é que se importa com o que a Joacine usa ou o seu assessor? No primeiro dia fez furor a gaguez e a saia. Depois, só mesmo a gaguez porque é muito difícil, mesmo com mais tempo que lhe foi dado, perceber o que ela diz. Há mesmo quem não consiga assistir ao seu discurso, por ser incapaz de se concentrar. Isto também existe e também terá que ser considerado.
Rui Tavares conseguiu com a imagem o que não conseguiu pela palavra. Está no seu direito. E os outros no direito deles, de não conseguirem lidar com a gaguez. É pena, mas é a vida!

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo das 21:21

Agradeço o seu exemplo relativo ao CDS. Gostava mais de um relativo ao BE porque mais actual. Mas como calcula, nem sou filiada e penso e voto - quando voto - pela minha cabeça. Não sou mãe de bebés. Sou mãe de adultos. E ao contrario da mãe de Antonio Costa que muito estimo, nunca ninguém me viu junto dos meus filhos no exercício das funções que ambos tiveram. Fui clara?

Anónimo disse...

«quem põe os cerca de nove MIL milhões de euros portugueses em offshores»

Anónimo disse...

Não se pode falar de salário mínimo e de amor, mas que politicamente correcto!
O salário e as pessoas são só números, nada de meter as emoções nisto!

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo das 15:06

Nem mais. Senão em lugar de salário mínimo falaremos de caridade...

Anónimo disse...

Quando se fala de salário nunca se está a falar de caridade, com amor ou sem amor, é um salário e não uma esmola.
Mas, na realidade, o salário mínimo é tão baixo que, com amor ou sem amor, deve haver aqui uns resquícios de um passado de beneficência refastelada, numa sociedade muito desigual, em que uns estão num paraíso na terra, e outros num inferno de vida.

Anónimo disse...

. António Costa- O Vizinho do Lado
. Catarina Martins- A Catequista
. Mariana Mortágua- Turma da Mónica
. Jerónimo de Sousa - Kronos
. Isabel Moreira- Cat Woman
. Joacine Katar Moreira- Livro de Auto-Ajuda ou Shuri (da Marvel Comics)
. Filipa Roseta- La La Land
. André Ventura -Alien the Camaleon
. João Cotrim - Sun Coast Surfer
. Rui Rio- Double Face
. Marcelo RS- The Fulcrum
. Marques Mendes- Pikachu

Anónimo disse...

Parece-me que Amor, aqui, é um protesto contra a desumanização, que reduz as pessoas a meras coisas, sem rosto, tornando-se assim mais fácil explorá-las, abusá-las, ignorá-las, desprezá-las. Nesta situação, Amor é também o canto da sereia que deixa ébrio o sentimentalismo à portuguesa, resultante do desfavorecimento e da carência afectiva crónica dos portugueses.
Mas humanização não pode ser sinónimo de caridade, já não estamos no Estado Novo.

Virginia disse...

A demagogia não leva a lado nenhum.

Anónimo disse...

Não vejo que relação possa haver entre amor e caridade.
O Cristianismo usa o termo ágape referindo-se à afeição pelo outro, mas todos sabemos que a caridade é fria, com efeitos negativos como a dependência, é a mezinha que não 'cura', antes prolonga os males.
Hoje considera-se que se é caridoso por interesse, para atenuar sentimentos de culpa e para se sentir dispensado de lutar pela dignidade e bem-estar dos outros.
Experiências como o micro-financiamento parecem-me interessantes mas, honestamente, não sei quais foram os resultados.

Anónimo disse...

Geringonça- Casados à primeira vista
António Costa 2 - Quem quer casar com o agricultor
Marcelo Rebelo de Sousa- Fama Show
Catarina Martins- Mary Poppins
Joacine K Moreira- O carro do amor
Assessor- Skirt Day
Assunção Cristas- A mulher que viveu duas vezes
PAN- Pets, a vida secreta dos bichos
PSD- A guerra dos tronos
CDS- Gone with the wind
IL- Quem quer ser milionário
Chega- Conversa da treta
PS- Indiana Jones
PCP- Conversa acabada
Assembleia- O pátio das cantigas
Livre- O que dizem os teus olhos

Anónimo disse...

EhEhEEh Esqueceram-se do BE, lapsus linguae talvez.

BE- Girls Band «The Aces»
PS- Família Von Trapp

Anónimo disse...

Como é que elegeram tal aventesma para o parlamento é que não percebo, ou não consegue dizer uma palavra durante dez minutos, não parando de dar traques com a boca ou, quando diz alguma coisa, é duma vergonhosa demagogia. Mas alguma vez alguém pagou a renda ou a comida com amor ou palavras bonitas?

Anónimo disse...

E acham os portugueses que não são racistas!
Pode ser demagógica, mas chamar-lhe AVENTESMA dizer que «dá traques com a boca»...

Anónimo disse...

Anónimo das 17:20, e é mentira, por acaso?? Se há alguém racista, é você, pois foi você que falou na cor, ou a Joacine, por ser preta, não pode ser criticada?

Anónimo disse...

Tem todo o direito a criticar, mas chamar aventesma e dizer que «dá traques com a boca», já não é crítica, mas OFENSA.
E se não entende isso, pode escrever o que quiser, que eu não lhe vou responder.

Helena Sacadura Cabral disse...

Caros comentadores
Este blog é um espaço de diálogo sadio e correcto. Fiquemos, por isso, nesse âmbito.
às vezes podem aparecer frases infelizes. Admitamos que tenha sido o caso e continuemos no diálogo de qualidade.

Anónimo disse...

Sinto muito (not) que não goste das expressões utilizadas, mas é precisamente o que a Joacine e o seu discurso me faz lembrar. Se não gosta, não leia.
À Helena, como dona do espaço, apresento as minhas desculpas se, por acaso, achou as expressões inconvenientes.

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo/a das 20:48

Prefiro que as criticas sejam sempre ao conteúdo e não à forma. Porque Joacine tem um discurso cujo conteúdo me parece conter mais raiva do que tolerância, mais marketing do que eficácia, mais vontade de chocar do que defender os valores do partido que representa. Mas Rui Tavares sabia mto bem o que fazia quando a escolheu!
O termo "avantesma" e" traques com a boca" existem, mas são pouco usuais no comentário sobre alguém. No entanto, no Norte já ouvi definições idênticas.
Aquilo que não gosto em Joacine tem a ver com o que ela pensa dos portugueses e de simultâneamente se ter disposto a representa-los...Disso não gosto mesmo!

Anónimo disse...

Estamos de acordo, Helena.