segunda-feira, 18 de novembro de 2024

O ENGANO

O engano é uma experiência universal que permeia as relações humanas, as narrativas sociais e até a forma como nos percebemos. Trata-se de um fenómeno que vai além de simplesmente mentir ou ser enganado; é um mecanismo intrincado, muitas vezes alimentado pela interpretação subjetiva da realidade, pela falta de informação ou pela manipulação intencional.

No âmago do engano está a dissonância entre a verdade e a perceção. Ele pode surgir de maneira inocente, como em mal-entendidos ou erros, ou de forma premeditada, quando utilizado como ferramenta de controle, persuasão ou auto-preservação. Seja qual for a origem, o engano tem um impacto profundo sobre a confiança, um pilar essencial nas relações humanas.

Historicamente, o engano tem moldado civilizações. Lendas e mitologias frequentemente abordam o tema, como o famoso Cavalo de Troia, que exemplifica o uso do engano como estratégia de guerra. No entanto, o engano também é explorado em narrativas modernas, desde enredos de suspense a debates políticos, demonstrando que a sua relevância contínua.

No plano pessoal, o engano pode ser ainda mais complexo. Há momentos em que ele é um reflexo da fragilidade humana — o medo de enfrentar verdades difíceis ou a tentativa de preservar uma imagem idealizada. Paradoxalmente, também podemos enganarmo-nos a nós mesmos, criando ilusões que, embora confortáveis, podem atrasar nosso crescimento.

Refletir sobre o engano é essencial para entendermos as suas nuances e impactos. Ele pode destruir relacionamentos, corroer instituições e alimentar desconfiança, mas também nos desafia a buscar clareza, honestidade e compreensão num mundo onde a verdade nem sempre é óbvia.

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1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Problemático é gostar de ser enganado.
Sim, estou a pensar nos americanos.
Tenha uma excelente semana