O engano é uma experiência
universal que permeia as relações humanas, as narrativas sociais e até a forma
como nos percebemos. Trata-se de um fenómeno que vai além de simplesmente
mentir ou ser enganado; é um mecanismo intrincado, muitas vezes alimentado pela
interpretação subjetiva da realidade, pela falta de informação ou pela
manipulação intencional.
No âmago do engano está a
dissonância entre a verdade e a perceção. Ele pode surgir de maneira inocente,
como em mal-entendidos ou erros, ou de forma premeditada, quando utilizado como
ferramenta de controle, persuasão ou auto-preservação. Seja qual for a origem,
o engano tem um impacto profundo sobre a confiança, um pilar essencial nas
relações humanas.
Historicamente, o engano tem
moldado civilizações. Lendas e mitologias frequentemente abordam o tema, como o
famoso Cavalo de Troia, que exemplifica o uso do engano como estratégia de
guerra. No entanto, o engano também é explorado em narrativas modernas, desde
enredos de suspense a debates políticos, demonstrando que a sua relevância
contínua.
No plano pessoal, o engano pode
ser ainda mais complexo. Há momentos em que ele é um reflexo da fragilidade
humana — o medo de enfrentar verdades difíceis ou a tentativa de preservar uma
imagem idealizada. Paradoxalmente, também podemos enganarmo-nos a nós mesmos,
criando ilusões que, embora confortáveis, podem atrasar nosso crescimento.
Refletir sobre o engano é
essencial para entendermos as suas nuances e impactos. Ele pode destruir
relacionamentos, corroer instituições e alimentar desconfiança, mas também nos
desafia a buscar clareza, honestidade e compreensão num mundo onde a verdade
nem sempre é óbvia.
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