Lembras-te quando foi? Aquela tarde de céu rosado, com o
cheiro doce da chuva que mal tinha começado a cair? Sentados na velha varanda,
já desgastada pelo tempo, ríamos de histórias antigas como se fosse a primeira
vez que as contávamos. Havia uma leveza naquelas horas, como se o mundo tivesse
parado para ouvir as nossas recordações.
Lembras-te quando foi? O dia em que partimos sem destino, só
nós e a estrada à frente, sem pressa de chegar. O vento batia nos nossos
rostos, misturando-se com o som das nossas gargalhadas. Parecia um sonho
distante, mas, na verdade, aconteceu. Quantas memórias guardadas em pequenos
detalhes, que só a nossa lembrança reconhece. O tempo era outro, e nós também.
Lembras-te quando foi? Aquela conversa longa até o sol
nascer, em que os segredos mais profundos vieram à tona. Havia confiança,
cumplicidade, e a sensação de que nada poderia romper aquele momento. Sabíamos
que, por mais que a vida nos levasse a lugares diferentes, aquela memória
permaneceria intacta, como uma fotografia escondida no fundo de uma gaveta,
esperando ser redescoberta.
É curioso como as lembranças são feitas de detalhes tão
simples. Uma data exata, talvez, já não importe tanto. Afinal, lembrar não é
reviver os minutos, mas os sentimentos que ficaram. O que marca, no final, não
é quando aconteceu, mas como, então, nos sentimos - e este é o tipo de
lembrança que o tempo não apaga. Por isso não esqueci!
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