segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Os anos passam tão depressa e tão devagar

Sim, é uma sensação estranha e fascinante. O tempo parece correr, os anos voam, e, quando olhamos para trás, parece que tudo passou num piscar de olhos. Ao mesmo tempo, os dias podem arrastar-se, levando a que certos momentos pareçam eternos.
Essa perceção contraditória tem muito a ver com a forma como a nossa mente armazena as memórias. Quando estamos em fases de muitas novidades e mudanças, os dias ficam mais "cheios" de lembranças, dando a sensação de que o tempo se expandiu. Por outro lado, quando a rotina se torna mais previsível, tudo parece passar rápido, pois o nosso cérebro não cria tantas memórias distintas.
É como se, ao mesmo tempo, o tempo fosse elástico — estica e encolhe, conforme o que estamos a viver e como escolhemos lembrarmo-nos dele.
Essa sensação do tempo que corre e arrasta é profundamente íntima. Nos momentos de alegria, ele parece escapar pelas frestas, voando e deixando-nos com um gosto de "já acabou?". Já nos instantes de espera, de introspeção, cada segundo se alonga, nos fazendo mergulhar em nossos próprios pensamentos, como se o tempo quisesse nos obrigar a olhar para dentro.
É curioso como o tempo, esse conceito tão abstrato, parece dobrar-se ao nosso estado de espírito. Nas memórias doces, ele volta e flui como um sopro suave, rápido e quase intangível. Nas lembranças mais difíceis, ele se expande, marcando-se em cada detalhe, em cada segundo vivido. É um segredo muito estudado pelos cientistas da memória!
No final, é como se o tempo fosse o espelho de nossa intimidade — o que estamos dispostos a sentir e a enfrentar, ele nos devolve com a sua própria intensidade.
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