quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Relatos Selvagens

Dirigido por Damian Szifron o filme é dividido em seis episódios. Todos são muito bons. E, do meu ponto de vista, três são mesmo excepcionais.
O filme começa de forma brilhante, com um curto episódio passado num avião, que é uma história rápida, inteligente, envolvente e com um final extraordinário.
No seguinte, deparamo-nos com uma jovem empregada de um restaurante de beira de estrada, que recebe a visita de um homem que acabou com sua família, mas que a não reconhece.
Depois temos um episódio sobre dois sujeitos que se encontram no meio da estrada e se desentendem por causa de uma ultrapassagem.
O outro é sobre um pai rico que tenta livrar o filho de ser preso pelo atropelamento de uma mulher grávida.
O penúltimo relata a "estória" de um homem comum que vê o seu carro injustamente rebocado e é obrigado a pagar uma taxa e uma multa.
O último mergulha numa festa de casamento, que é muito bem filmada e que conta com uma atuação espetacular de Erica Rivas a lembrar-nos as mulheres de Pedro Almodovar.
Dito assim, parece uma manta de retalhos. Não é. Muito longe disso. Trata-se, sim, de sucessivos relatos sobre o que pode um ser humano fazer sob o efeito da raiva, mas contados com um subtilíssimo sentido do humor e cuja pegada social, tão característica deste realizador, está bem evidente.
Um dos principais méritos de Relatos Selvagens está no facto espantoso de não haver qualquer quebra de ritmo entre todos os episódios.
Damián Szifron é considerado por muitos uma espécie de Quentin Tarentino da Argentina. Não só por utilizar a violência, muitas vezes gráfica, em prol do humor, mas também pelo uso preciso da banda sonora na construção do clima.
Uma película para se rir e se divertir. Muitíssimo!  


HSC

7 comentários:

Isabel Mouzinho disse...

Nada como uma boa comédia para "desopilar" (adoro esta palavra!)...
Concordo inteiramente com o que diz do filme, Helena...

(Venham mais destes; se bem que o do Tim Burton também me desperta curiosidades ;)

Beijinho

João Menéres disse...

Obrigado pela indicação.
Não o perderei !

Melhores cumprimentos.

bea disse...

Muito obrigada pela sugestão. Vou ver se a encontro na net que o cinema fica-me um bocadinho fora de mão. Estou precisando rir. Desconstranger.

Vi "Still Alice". Óptima interpretação. Em relação à verdade da doença o filme é muito suave. Fica-se mesmo no estádio do título, aquela ainda é Alice, anda, conhece a família, mexe-se e passeia.
Talvez seja melhor. E dá para gozarmos a formidável Julianne Moore como uma mulher inteligente que sente estar a perder-se de si.

Anónimo disse...


Bom dia Helena!
Tenho alguns filmes pendentes para ver, falta-me tempo!
Alguns deles, foram sugeridos por si.


Carla

João Menéres disse...

Dois críticos do Público dão-lhe 1 *...
Já estou habituado !
Vou por si, HSC.


Melhores cumprimentos.

Escrever Fotografar Sonhar disse...

Este era um dos filmes que queria muito ver. A sua opinião só confirma que não o posso mesmo perder. Obrigado.

Rogério de Freitas disse...

Hilariante a conclusão do inspector perante os corpos carbonizados para não falar do delicioso episódio do casamento.
Este filme fez-me recordar um filme dos anos 70 realizado por Dino Risi, Ettore Scola e Mario Monicelli que se chamava Os Novos Monstros.
Recorda-se Dra. Helena?