“...Gosto de ser o que sou mas também gosto
de ser o que fui. Porque gostar de ser o que se foi será sempre uma maneira de
não deixar morrer o que se foi e se gostou de ser, sendo assim mais fácil
gostar do que se é”.
Esta
frase foi escrita José Ricardo Costa, no seu blog Ponteiros Parados a propósito
da sua reacção ao rever um dos “filmes da sua vida”.
Por
uma qualquer coincidência daquelas que nunca se explicam, eu havia sentido algo
semelhante ao que ele descreveu, quando decidi reler um dos meus “livros
especiais”.
Continuei
a julga-lo um grande livro para a pessoa que eu tinha sido. Mas, de facto, eu
já não era mais essa pessoa e portanto a reacção que tive com a nova leitura
foi menos calorosa do que a que tivera quando o li pela primeira vez.
É
por isso que quando me fazem este tipo de perguntas respondo sempre que mesmo
que eu cite umas tantas obras que me marcaram, outras tantas hão-de sempre
ficar de fora. E todas elas hão-de sempre correr o risco de já não serem, hoje,
tão especiais como foram antes.
Quer
isto dizer que já não sou a mesma pessoa? Sim e não. Não sou a mesma porque o
passar dos anos não só me modificou fisicamente como intelectualmente. Mas
continuo a saber quem era e a reconhecer o que dessa que era, permaneceu
naquela que agora sou. E, à semelhança de José Ricardo Costa, também eu gosto
de ser o que sou e de ter sido o que fui. Porque é neste matiz que, muito
provavelmente, estará a parte mais autêntica de mim própria!
HSC
7 comentários:
Penso que esse sentimento, em relação aos livros, e outras experiências do passado é comum a muitos de nós, que vão seguindo direcções várias ao longo da vida, enriquecendo-a. Como consequência a leitura que se vai fazendo dela transforma-se.
Eu também não concebo a vida sem amor.Estava linda de encarnado no Alta Definição.
:-)
Nunca tinha pensado a fundo nessa situação.
Espero também gostar do que ainda virei a ser.
Melhores cumprimentos.
Senhora,é o fio que me faz feliz.
Um dia de prata para as suas palavras.E Ferrero Rocher para adoçar.
Ambrósio
Helena, nunca seria o que é, se não tivesse sido o que já foi. O que será no futuro, está no segredo dos deuses :)
Digo o mesmo que a Virginia. Somos o que somos porque fomos o que fomos. Eu não queria voltar atrás para hoje ser diferente daquilo que sou com todos os meus defeitos e qualidades.
Bom dia Helena!
A nossa história foi o que foi...
Coimbra de Matos
Esta insatisfacao
não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar
Vou continuar a procurar
O meu mundo
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
António Variações
Não sei quem sou, mas sei o que fui, hoje gosto mais de mim, mas ainda me procuro...
Carla
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