sábado, 21 de fevereiro de 2015

Prometer

Foram quatro meses suplementares de respiração assistida que o actual governo grego ganhou com as negociações que desenvolveu. Mas, pelo caminho, viu-se forçado a abandonar uma série de promessas feitas quando foi eleito, nomeadamente:

-Fim do programa de assistência externa;
-Conferência europeia para a supressão parcial da dívida;
-Obtenção de ajuda financeira sem contrapartida em austeridade;
-Dívida remanescente indexada à taxa do crescimento económico;
-Moratória para o serviço da dívida;
-Reposição do salário mínimo;
-Electricidade grátis para 300 mil famílias;
-Aumento do investimento público em 4 mil milhões de euros;
-Exigência à Alemanha do pagamento de indemnizações de guerra.

A Grécia dispõe agora de três dias para elaborar um plano de novas medidas de contenção financeira que carece do aval do Banco Central Europeu, da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional. E não poderá abandonar o memorando assinado em 2012 pela antiga coligação governamental.

Resta saber o que poderá conseguir o governo grego fazer nestes quatro meses, estando os cofres do Estado na situação em que estão e depois de terem voado dos bancos do país mais de 25 mil milhões de euros. E, não menos importante, quando os actuais dirigentes helénicos são, sobretudo, académicos com reduzida experiência política.


HSC

15 comentários:

Silenciosamente ouvindo... disse...

Vou tomar a liberdade de colocar
no meu blogue, com os devidos créditos.
Infelizmente parece que quem domina
tudo é o Ministro das Finanças alemão,
mais do que a Srª. Merkel!!! Não fico
satisfeita com estes desenvolvimentos,
a Europa não irá longe!!! Eu possi-
velmente já cá não estarei.Preocupa-me
sobretudo pelos mais novos.Que Europa
é esta? Não gosto!!!
Tenha um bom fim de semana.
Bj.
Irene Alves

Fatyly disse...

Não faço a mínima ideia e 4 meses é muito tempo...e até lá a UE tremida e desunida tem é mais que saber realmente o que andou, anda e sobretudo o que irá fazer, não só com a Grécia mas com ou entre todos os Estados...porque até há pouco...cada um rema a sei jeito e continua a existir o enorme fosso entre todos.

Dalma disse...

Fatyly, sinceramente acha que 4 meses é muito tempo para um assunto destes? O tempo é tb psicológico e para os gregos estes 4 meses vão passar, como se costuma dizer, "num estalar de dedos"!!

diogo disse...

conclusão : não acredite nas promessas eleitorais , depois das eleições ganhas a coisa não é bem assim .

Anónimo disse...

Pode sempre financiar-se junto do seu Banco Central, embora tal contrarie as regras europeis da zona euro. Segundo fontes europeias reputadas e das próprias autoridades gregas há ali reservas mais do que suficientes para pagar a dívida ou se financiar. De resto, tal como seria o caso de Portugal. Por outro lado, não me parece que todas essas propostas de reforma tenham sido abandonadas ou adiadas. Algumas mantêm-se, não foram deixadas cair. Agora, o que é “interessante” é ver como a Direita, por cá e lá por fora, espera, ansiosamente, que o Syrisa falhe na Grécia. Não está preocupada com o bem estar, a dignidade e soberania do povo grego. Apenas lhe interessa que o modelo neo-liberal não seja posto em causa. Que o Capital continue a poder impor uma política anti-social, tal como até agora tinha sucedido. Do Eurogrupo, da UE, do FMI, da ALE, etc, do nosso reaccionaríssimo governo, não se ouviu uma única palavra sobre a situação do povo grego, que viu a sua economia encolher 25% do seu PIB, de atirar milhões para o desemprego e a miséria, de medidas desumanas como a de retirar o direito à saúde pública aos desempregados, nada! Apenas lhes preocupa o facto de um governo mais humano e mais social, como o Syrisa, possa triunfar e questionar as regras anti-democráticas dos eurocratas, não eleitos, que preferem favorecer a Banca, os interesses dos Mercados e manter o modelo de “austeridade” (ou melhor, de sacrifício) que arrasou com as vidas de milhares de pessoas, na Grécia, Portugal, etc. HSC, ao que parece, está do lado desta política, claramente antipatizando com o que o Syrisa defende. O que não é surpresa nenhuma, para quem lê o que escreve e refere. Está no seu direito. Nestas coisas da Política, ou se está do lado de quem é mais frágil socialmente, ou se está do outro lado, dos causadores dessa opressão socio-económica. Eu estou do lado destes últimos.
Jorge Albuquerque

Helena Sacadura Cabral disse...

Jorge Albuquerque
Admitir que eu "estou do lado desta política" com base no post que escrevi é, no mínimo sectário. Sou economista. Não sou política. E os dados que referi só reflectem essa minha preocupação. Nada mais.
Possivelmente a intenção do seu comentário seria, através de mim, atingir quem não quis nomear.
É inútil. Não votei neste governo e isso é público para quem me lê. Tenho cabeça para pensar por mim própria e desse direito não abdico. Portanto, tentar colar-me a ele, é completamente inútil.

João Menéres disse...

Felicito-a pela resposta ao seu leitor !

Adorei o sectário !

Melhores cumprimentos.

Anónimo disse...

bom, apesar de já se saber que a austeridade não funcionou e não funciona, continuam muitos a fazer a vénia e a dizer ámen à Merkel. Não vos entraram no bolso certamente, ou se entraram, nem sentiram. Pois, tenho é pena que o governo português não aproveite a 'leva' e se coloque ao lado da Grécia. Não admira, são uns incompetentes.

bea disse...

Sou pela Grécia. Desejo mesmo que consigam alguma coisa que possa alterar este estar europeu que não é nada do que era suposto, numa união entre estados independentes. Detesto verificar que a Alemanha se impõe em qualquer decisão importante, detesto que os países presentes se curvem face aos seus pressupostos e que o governo português diga ámen a tudo e seja o bom aluno que vai alienando alegremente o seu património em condições que não fazem sentido. E detesto que o povo não saiba e nem queira saber a extensão da desgraça porque é ele quem mais sofre.

Fatyly disse...

Dalma

Aos olhos de fora...claro que para um assunto destes...é pouco tempo, mas para os actuais governantes gregos será muito melhor 4 meses do que nada. Sabemos nós quais os planos que têm?
Mais, eles publicam tudo em termos de negociações e por cá escondem tudo e quando falam cada um diz a sua coisa. Óptimo! Todos os principais estiveram tão bem, mas tão bem...que nem tenho palavras para tanta "sem adjectivo".

Não sou política, nem nada que o valha, mas bem ao estilo português temos o exemplo das campanhas eleitorais faltava um ano e tal e já o fandango tinha começado, agora faltam 7/8 meses e continuamos a levar com "baldes de promessas de guerras e guerrinhas" já para não falar das presidenciais que é só em 2016.

Não vi nenhum programa deste governo numa de "a longo prazo", quer na saúde, educação e estado social. Tudo foi feito à custa de depenarem o povo, a via mais fácil e no entanto onde param os milhões desviados? O que foi feito...pois...quem vier a seguir que feche a porta!

Disse alguma asneira? Talvez, mas por ser um mero número nesta sociedade devastada pela falta de ética e transparência e com o dedo no ar digo apenas: acredito que a Grécia irá dar a volta e o povo grego ao eleger quem elegeu, fez com que a actual (des)União Europeia abanasse forte e feio e fico-me por aqui!

Um abraço e para todos um Bom Domingo

Anónimo disse...

(sem ofensa...) querem ver que votou na oposição :-)

Helena Sacadura Cabral disse...

Caros comentadores
Não é saudável pôr a questão da Grécia num Sporting- Benfica. Qualquer pessoa bem formada deseja o melhor para a Grécia. Ninguém deseja o seu fracasso.
Mas sejamos realistas: a Grécia falsificou as suas contas e apesar disso gozou de condições que poucos países gozaram, já teve um perdão de dívida, e neste momento queria impor as suas condições e não cumprir os Tratados.
Quando emprestamos aos bancos - os depósitos - se eles ficam com o nosso dinheiro o que é que fazemos? Protestamos.
É o que se está a passar com os credores da Grécia.

Anónimo disse...

Se calhar falsificaram para poderem andar a pavonearem-se de adereços Burberry.Esta mantinha é boa para azedas.Os deuses devem estar doidos,ó se devem...
Ainda a procissão vai no adro.
Gostei da sua achega.
Bom domingo!
José G

Anónimo disse...

Quem falsificou as contas gregas, HSC, foram os governos do PASOK e da NOVA DEMOCRACIA, não foi o Syrisa. O povo, que o Syrisa defende e bem, não tem que pagar pelas falcatruas políticas daqueles maus governos de centro-direita e direita. Mais, essas falcatruas foram feitas com apoio da Goldman Sachs e de peritos financeiros...alemães. Uns sabujos. Espero que Tsipras e Varoufakis saibam bater o pé a estas provocações de Direita. Vão conseguir. O que aqui refere, dá a entender que este governo é tão culpado como os anteriores. Não é. A situação herdada não deve ser assumida por este governo, mas, antes negociada, com vista a evitar mais "estragos" sociais na inocente população grega.
Jorge Delgado

Anónimo disse...

Mantinha não,maltinha.
José G