Um prémio, um sarau...

Há muito tempo que não ia a saraus. Gosto cada vez mais do conforto do lar e do convívio com os amigos em pequeno grupo. Tudo o que seja mais do que oito para jantar é já uma multidão, embora para almoço ainda consiga chegar até à dúzia. A idade não perdoa, a empregada doméstica regular, com a crise, virou irregular e comer fora está reservado a pequeno comité. 

Assim, a minha ida ao Porto receber o prémio que outros resolveram atribuir-me, teve o sabor de sarau, uma vez que envolveu um jantar de gala - julguei que tinham acabado, mas os que são de solidariedade parece que se mantêm -- e uma passadeira vermelha...

Quando me convidaram, estes aspectos não foram referidos em detalhe, pelo que  fui um pouco apanhada "à má fila", como costuma dizer-se, e, por momentos, perguntei a mim própria onde era que me tinha ido meter.
A idade e a experiência servem de alguma coisa e eu lá me desenvencilhei da tarefa de botar discurso de agradecimento em pouco mais de dois minutos. Salvou-me, em todo este processo, a minha fiel amiga Filipa Garnel e o seu marido Nuno Lobo Antunes. Ela que me entregou o prémio, ele porque se dividiu por duas mulheres, a dele e eu. Felizmente a crise ainda não nos tirou a capacidade de rir e, a nossa mesa, além de contar com a Julia Pinheiro, outra premiada, e o marido, contou com os sponsors mais simpáticos do evento, na área dos vinhos e da cosmética, que não nomeio, para não  me acusarem de fazer publicidade encapotada. 

Foi um serão bem passado, mas foi-o, sobretudo, porque nos fartamos de rir das nossas finíssimas indumentárias que, pelo menos do meu lado, há um bom par de anos não saíam do armário. Ir ao Porto, isso, para mim, é sempre muito agradável.

HSC