sábado, 22 de junho de 2013

A grande diferença

Será que "o homem da nossa vida" é, sempre, "o amor da nossa vida"? Diria que em muitos casos não é. 
O homem da nossa vida é uma espécie de altar ego de nós próprios, alguém por quem nos apaixonamos, com quem desejamos fundir-nos, que constitui por assim dizer o nosso complemento, que ocupará sempre um lugar especial no nosso coração. E que, mesmo quando a vida nos separa, mantém subtilmente cativo esse lugar. É, também, com frequência, o pai dos nossos filhos.
De modo diverso, o amor da nossa vida é aquele que nos aceita como somos, que não compete com outros amores que tivemos, que nos ama como nós precisamos de ser amados, que disfruta das nossas diferenças e que, apreciando quem somos, jamais pretende transformar-nos na mulher de que precisariam, ou que gostariam que nós fossemos.
Às vezes leva muito tempo a compreender esta subtil diferença, porque o que é natural e romântico, é desejar-se que o homem da nossa vida seja também o nosso grande amor. 
Recentemente falava com um amigo sobre esta dualidade e sobre os perigos que representa não nos apercebermos desta distinção. A maioria de nós encontra muito cedo o homem da sua vida. Por norma, cedo demais. E, por isso mesmo, só mais tarde percebe a grande diferença que é encontrar o grande amor da sua vida. 

HSC

29 comentários:

Teresa Peralta disse...


Que maravilhosa mensagem e, que distinção tão verdadeira. Realmente, só quem percebe dos "Caminhos do Coração" pode chegar a tão brilhante conclusão.
Um grande Abraço Helena e uma Boa Noite de Lua cheia

Maria Antunes disse...

Que maravilha, Helena! Nunca tinha pensado nessa diferença, mas concordo plenamente.

Beijinho

Anónimo disse...

O gato da minha vida chegou ontem a casa... encontrei-o perdido da mãe e tem apenas dois meses. Conclusão: esta noite foi uma verdadeira noite de S. João. À meia-noite ainda estava a tentar fazer com que se calasse para não incomodar os vizinhos e às 6 da manhã já lhe estava a dar uma taça de leite. Entretanto esteve a minha mãe a tentar acalmá-lo (imaginamos que tenha saudades da mãe e dos irmãos).


Quanto ao homem da minha vida, esse ainda não chegou, a minha vida nesse campo tem sido uma sucessão de desencontros: dos que eu gosto não gostam de mim e os que me piscam o olho não me agradam.


Quanto ao amor da nossa vida acho que não é necessário que se traduza por uma relação amorosa...
Existem coisas que nos preenchem e essas são a nossa vida por completo.
Amo o sol a brilhar todos os dias;
os dias mornos de primavera;
se puder ficar em casa também não me desagrada a chuva...
amo as crianças.

Um beijinho,
Vânia

ves disse...

O grande problema é que quando encontramos o "amor da nossa vida", quase sempre já carregamos uma mala muito pesada às costas, e ás vezes isso dificulta muito as coisas!

Mas concordo com o post.

Bom domingo e um bj

Um Jeito Manso disse...

E, se calha, coincidirem (e acontece), é o verdadeiro euromilhões sentimental.

Um bom domingo, Helena!

Fatyly disse...

Subscrevo inteiramente!

Isamaco disse...

A mim, cá do alto dos meus 47 anos, faz-me impressão ver os adolescentes chamar "amor da minha vida" ao namorado da altura.
Eu costumo dizer-lhes que só na véspera de morrer (como se eu soubesse adivinhar esse dia) eu poderei dizer quem foi o tal.
Para já apenas posso definir quem é o pai dos meus filhos.
O amor doa minha vida, pode ser o pai dos meus filhos ou poderá vir a ser alguém que eu venha aconhecer, quem sabe, já na semana anterior à morte...

Anónimo disse...

"É aquele que nos aceita como somos". Pois é, Dra. Helena, nesta frase se encerra tudo. Mas como é difícil encontra-lo!...
Bom domingo.

margarida disse...

Hmmm..., muito de experiência pessoal, o que, por intransmissível e, até, excepcional, não colherá para efeitos de análise cientificamente isenta.
Depois que fomos elucidados sobre os efeitos dos químicos orgânicos nas nossas putativas decisões, as certezas abalaram-se um bocado.
Cada vez mais as fórmulas da coisa tendem para o matemático, destronando o romântico...
;)

Montana disse...

Nunca tinha visto a coisa por esse prisma, mas agora que li o seu post tenho de concordar plenamente com o que escreveu.
Um beijinho.

Anónimo disse...

Maria (publicamente anónima)
Olá Drª Helena!
Mais uma belíssima reflexão! “A grande diferença”
Esta dualidade, certamente, vivida por muitas pessoas, mas que nos passa despercebida e talvez por isso não reflectimos sobre ela. Estou completamente de acordo com a distinção e a analise que faz. A Senhora tem toda a razão. Este seu post é mais um que nos ensina a reflectir sobre encontros e desencontros que são importantes na nossa vida mas sobre os quais quase nunca pensamos. Agora que nos convida a esta delicada reflexão, penso que a causa/efeito desta dualidade pode influenciar a nossa vida sem nos apercebemos, ou, por desejarmos que não exista, não nos leva a pensar no assunto.
Nunca é de mais agradecer tudo o que partilha connosco. Muito obrigada.
Dá-me um enorme prazer visitar este seu cantinho e, ao mesmo tempo, aprendo sempre muito.
Adorava poder participar numa tertúlia com a Drª Helena!
Pode querer que me dava um grande prazer conhecê-la pessoalmente.
Beijinho e um bom resto de fim-de-semana.
Maria M

Diana Marques disse...

Concordo com muito do que escreve mas este texto tive citá-lo na íntegra no meu blogue...
É simplesmente genial, devia ser incluído nos manuais escolares do 9ºano de escolaridade! =)
É sempre um privilégio ler tudo quanto nos vai presenteado.
Diana

Virginia disse...


Uma análise lúcida e arguta sobre os sentimentos das mulheres.

Mas será que encontramos alguma vez o segundo, depois de nos deixarmos levar pelo primeiro?

Bjinho

Anónimo disse...

Fantástico! É isso mesmo !
Beijo.

Isabel Mouzinho disse...

Estive algum tempo a pensar nisto, Helena, mas não consigo concordar com esta diferença, isto é: pode até ser que ela seja possível, mas eu não consigo dissociar "homem da minha vida" e "amor da minha vida". É aquele amor que nos marca tanto que, como diz "tem sempre um lugar especial no nosso coração". Mesmo que depois dele venham outros amores avassaladores, apaixonados, melhores até. E depois também acho que os nossos amores aceitam-nos como somos (e por isso nos amam) mas ninguém nos ama "como precisamos de ser amados", digo eu, sem certezas. Parece-me que é sempre um pouco mais, ou um pouco menos, sei lá.
Mas bom, talvez esta minha visão tenha a ver com o facto de ter descoberto muito recentemente que todas as histórias de amor, mesmo as mais bonitas e duradouras, têm prazo de validade. E um dia, quase sem se dar por isso, damo-nos conta que acabaram, hélas!...

Beijinho
Isabel Mouzinho

Paula Ferrinho disse...

É mesmo assim, Helena! Há tantas relações que acabam porque se descobre que aquela pessoa, não é afinal um grande amor, mas sim, um grande homem, ou mulher! Por outro lado, quando esses dois "ingredientes" se juntam na mesma pessoa, é MARAVILHOSO, não é?
Beijinhos, Helena!!

Dalma disse...

Precisei de ler duas vezes o seu post para me situar. Cheguei à conclusão que no meu caso o "amor da minha vida" é também o "homem da minha vida". Conhecemos-nos na Universidade, fomos amigos durante anos, logo sem intenções especiais... um dia decidimos ficar juntos para sempre. Faz dia 23 do próximo mês 44 anos que isso aconteceu!

p.s. Gostei da sua reflexão sobre o assunto!

Anónimo disse...

Cncordo consigo.
Estava aqui a ler o seu post e a pensar que 'não há amor como o último'.
Na verdade, nem sei o que é o amor, mas sei o que ele devia ser, uma mistura de amizade e paixão. Muito de ambos.

Parabéns pelo blog

MARTA

Maria Júlia Sobrinho disse...

Olá Dra Helena: Bem disposta?
Gostei mt do seu post e ainda estou a "matutar" no que disse.Na maioria das vezes, só sabemos e sentimos que não é o grande amor, qd acaba ou nos colocam uma placa em frente dos olhos com a frase "interrompido para balanço".
Tenho uma certeza: dá cá uma trabalheira, acertar e cuidar!
Já partilhei no FB, curiosa de ver os bem e os mal amados...
Bj Júlia

paula disse...

Difícil mesmo é quando o homem da nossa vida é o amor da nossa vida, que a morte interrompe cedo de mais. Aí não se encontra rumo, porque nada sobra...ano, após ano, após ano...

Anónimo disse...

Cara dr.ª Helena S C,
se me permite,hoje gostaria de lhe ofereçer este concerto como presente...

http://www.youtube.com/watch?v=X1DRDcGlSsE

...porque Amor é tudo o que faz acender a vela que existe dentro do Coração.
Que hoje a sua vela brilhe com a Luz do Coração e mantenha a chama acesa por longo tempo...

Divinal o som do piano e dos violinos,e uma benção poder partilhar.

Espero que goste.

Harpa *..*

Anónimo disse...

Sentir!
Procurar-te no tempo,
Hora triste e amorfa
Ausente te sinto,
só,me encontro!

O verdadeiro me arrasta,
Tu infinitude,
Real necessidade,
Saciado estarei,contigo,
lado a lado!

Este verso foi-me ofereçido por um amor,sei que fiquei tatuada em seu coração.
Dele,resta-me a doce
lembrança desta poesia,sentida.
Que bom que é ser amada.
Melhor ainda,é amar!
E,se for recíproco é uma "melodia dos deuses"...e,não importa se dura uma vida,um ano,um mês,um dia,um segundo.
Importa sim,que se dançou a dança do amor...sem tempo,sem tréguas,sem pensar,com paixão,com entrega,com loucura,com a delicadeza das asas do vento ao sabor da corrente...só sentindo o doce sabor do mel.

Sininho

Carla Santos Alves disse...

"De modo diverso, o amor da nossa vida é aquele que nos aceita como somos, que não compete com outros amores que tivemos, que nos ama como nós precisamos de ser amados, que disfruta das nossas diferenças e que, apreciando quem somos, jamais pretende transformar-nos na mulher de que eles precisariam, ou que gostariam que nós fossemos.
Às vezes leva muito tempo a compreender esta subtil diferença, porque o que é natural e romântico, é desejar-se que o homem da nossa vida seja também o nosso grande amor." - Adorei este paragrafo...todas nós desejamos um homem e um amor assim...acho eu.

Anónimo disse...

Sininho
pede (o favor) que no comentário que fez,em vez de - Este verso foi...

leia-se - Estes versos foram-me... ou este poema foi-me...

*coisas do adiantado da hora :)

Obrigada

Sara disse...

Querida Helena,

Gostei muito deste post... Gostei pois consegui perceber o que quis dizer com cada uma das palavras.
Eu casei-me com um grande amor... Um amor que me permite ser eu própria (com todas as qualidades e defeitos) e que me acompanha em todos os bons e maus momentos. Somos os verdadeiros "partners in crime" e orgulha-mo-nos disso. Deu-me um dos maiores presentes que alguém pode desejar ter que foi uma filha linda (qual é o filho que não é lindo aos nossos olhos??!!). Mas devo confessar que o meu GRANDE amor é sem dúvida o meu pai. Quando era pequenina sonhava casar com alguém como ele e, ainda hoje, no Dia dos Namorados, o chamo de MEU Valentim. Gosto muito da minha mãe (amo a minha mãe) mas como menina que sou sempre pensei no meu pai como o meu ideal de marido/pai/amigo... Tudo tudo... Acho que Freud (um dia) explicou estas coisas todas eheheheheh
De qualquer forma, tenho a sorte de ter encontrado alguém que, embora não seja à semelhança do meu pai, me transmite todos os bons sentimentos e que, estou certa, me acompanhará pela vida fora.

Anónimo disse...

Querida dr.ª Helena,
que lindo o tema Amor.
Que dilema este,sim senhora!

Concordo consigo,quando diz que o homem da nossa vida é idealizado por nós,e eu idealizo um misto de Kevin Costner,Edward Burns e Ben Affleck,charmoso,educado,com humor,sensual,misterioso,encantador,bonito,cheiroso,e com a veleidade de me tirar do sério,transpôr barreiras,dançar á chuva,sorrir ao vento,cantar ás estrelas,banhar no oceano,acenar ás flores, e orar ao luar para agradeçer tamanho presente.

O amor da minha vida,já é um misto de mel e fel.

O amor é morno,pacífico,sempre pronto a atender nos caprichos,é como se fosse aquela estrela que brilha sempre para nós e nunca morre,que dói de tanto se amar,se sente a falta quando não está presente,a lágrima que limpa a alma.

Serei tanto mais feliz se conseguir um dia reunir os dois num só.

Sonho,utopia,quimeras da alma...

Sininho

Anónimo disse...

Eu sou um "ele" e felizmente passo por este post. Felicito muito a autora!
Mas gostava de deixar aqui uma interessante questão que me surge: O que se prefere ser: o Homem ou o Amor de alguém?

Eu entendo que quero ser o Homem de alguém pois não sou volátil para ela e tenha ela o "Amor da vida dela" que tiver, dela terei sempre algo!
Pelos vistos, o Amor não cativa! Ou será que também cativa? se sim, então a grande diferença não está clara como dizem!
Pois para mim é evidente que o "Amor da minha vida" é facilmente superado por um "maior" "Amor da minha vida" que eu nunca posso garantir que não possa, de facto, existir!

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro Anónimo das 16:55
Se me pergunta eu repondo que prefiro ser o "amor da vida de alguém", talvez porque isso me dê uma noção de eternidade.
Durante muitos anos pensei que o homem da minha seria o mais importante. Foi.
Até descobrir que o amor da nossa vida, nem sempre é o que nos dá o homem da nossa vida. Mas isto leva muito tempo a compreender e podemos, até, morrer sem termos tido noção disso!

Anónimo disse...

"Trago no olhar visões extraordinárias, De coisas que abracei de olhos fechados..."
Florbela Espanca

É só o que precisamos na vida.


Sininho