"A greve de geral só tem o nome. Como tem sido hábito, a
paralisação foi parcial. Acima de tudo, foi mais uma greve da função pública
que afectou o sector privado porque muitas pessoas não conseguiram arranjar
transportes para chegar ao trabalho.
...Como as próprias centrais sindicais reconheceram na sua
contabilidade, a greve atingiu taxas de 70% e 80% nos serviços públicos.
Os sindicatos vivem a sua própria crise. Uma recente tese de
mestrado mostra que, entre os trabalhadores do privado, somente 10% é
sindicalizado. Os sindicatos estão reféns do sector público.
...Quatro greves gerais contra o mesmo Governo, que ainda só vai a
meio do mandato, são demais. É uma banalização da greve, que lhe retira
importância... "
(Bruno Proença, in Económico)
A greve é um direito e, por isso, não tem qualquer interesse moraliza-la. Seja no sentido de a criticar ou de a defender. Os direitos existem para serem usados. Porém, como em tudo na vida, se o seu uso for recorrente, o respectivo valor sofre depreciação.
Nunca saberemos, de facto, quem fez voluntariamente greve. Por isso considero sem qualquer base real, apresentar sucessos baseados em percentagens, sejam elas quais forem. Parece ser altura de sindicatos e governo compreenderem esta circunstância e não nos tentarem encher a cabeça com leituras deste tipo. É que todos nós já somos crescidinhos!
HSC
7 comentários:
Como direito que é, respeito.
Um beijinho,
Vânia
Sem duvida!! E, contra factos não pode haver argumentos... Sabemos lá, qual o numero de infelizes que não conseguiram chegar aos seus trabalhos :)
Mais um grande abraço com votos de que seja para si uma boa noite.
Greve é uma das únicas armas dos trabalhadores, mas onde não existe uma consciência social tudo se torna objecto de critica...
Um abraço,
lb/zia
As pessoas perdem um dia de salário e vão para a praia descansar e os sindicatos ficam a monologar na praça pública.
Os prejudicados são aqueles que querem trabalhar e não conseguem.
é evidente que uma greve geral organizada e anunciada tem sempre inconvenientes colaterais para o cidadão, o metro ou autocarro que não nos leva, o avião que não sai, o serviço de saude com atendimento minimo, mas a greve é uma forma digna de mostrar descontentamento, denunciar injustiças, é, em resumo, uma expressão de protesto legitima e digna, muito mau seria se o cidadão se calasse, ficasse passivo, isso sim, seria o ultimo estado duma sociedade em sofrimento.
e um dia de greve custa o seu salário para o cidadão grevista que adere, não receberá.
como diz pacheco pereira, quem está em greve é o governo, que não produz politicas uteis e estruturais, limitando-se a aplicar a receita de austeridade que lhe é ditada, a leitura feita por ele na quadratura do circulo das conclusões dum conselho de ministros é diosso exemplo, é o governo que está em greve há 2 anos...
Meu caro Patrício
O que eu questiono não é a greve. Essa é um direito inquestionável.
O que afirmo é que o uso frequente da greve a banaliza e lhe tira eficácia.
Quanto ao governo, se entrasse em greve era um alívio...
Ó minha querida Helena, como sempre "certeira"...
Maria (seg. interm.)
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