Vi, há momentos, na televisão, um pequeno documentário das marchas de Lisboa que, à escala do nosso país, vêem tentando rivalizar com os desfiles do Brasil, numa amostra genuina do que distingue os vários bairros da capital.
Com efeito, em poucos anos, elas encheram-se de brilho, cor e luz e constituem hoje um espectáculo popular e bairrista ao qual estou longe de ficar indiferente. Como não ficava, quando era jovem, à sardinha assada e aos bailaricos em plena rua, perante o olhar censório de familiares mais dados às intelectualidades e que nunca perceberam este meu lado prazenteiro. Problema deles, coitados, que nunca se sentiram à vontade neste tipo de festejos e perderam uma boa oportunidade de conviver com o que apelidam sociologicamente de povo.
Desta vez, azar meu, nem pela televisão vi nada, porque fui jantar com o meu neto mais velho e apanhei uma carraspana séria que atirou comigo para os braços do Morfeu, num estado gripal miserável.
É que, apesar de entradota, continuo a achar imensa graça aos desfiles nomeadamente quando passa a Madragoa que foi a minha casa durante muitos anos. E se estiver melhor, quem sabe, talvez arrisque ir ter com os amigos do Porto, para descarregar a energia de alho porro e de martelo na mão...
HSC
10 comentários:
Que bom que é ler as suas crónicas! O seu optimismo é contagiante, venho aqui todos os dias à procura dessa força e alegria. Desejo sinceramente as suas rápidas melhoras.
Beijinho grande
O Porto fica à sua espera. Não se esqueça do agasalho porque noite de S. João é sempre de humidade. Teremos muito prazer de a ter por cá.
Ai, Ai, amiga Helena.. Não brinque, nem facilite, pois as carraspanas que andam por aí, não são nada fáceis... Faça favor de se tratar, e, direitinho...
Um abraço com votos de rápidas melhoras.
A Madragoa... vivi lá com a minha avó até aos 4 anos! E, durante muito tempo, voltei sempre lá. Boas memórias, as que guardo da Madragoa. De comer, ou melhor, de não comer, sentada no parapeito da janela (r/c). A minha avó com uma paciência infinita e as pessoas que passavam e comentavam "come a sopa Paulinha":)
Não sou muito de marchas, mas ontem fui atacada pela nostalgia e "viajei no tempo" para ver a marcha da Madragoa.
As melhoras.
Beinha, beinha, carago! Será munto bem-e recebida. Mas tenha cuidado cu as Fontaínhas q'aquilo um gaijo mal se pode mexere. Eu pr'aí nunca bou. Quer-se dezere, fui uma bez ou outra em garoto mas nunca mais, f... Ai, dxculpe que num me bembrei qu'istaba a falar cu a sinhora dona Hilena, carago.
Pode ser que nos encontremos nesse fantástico São João! ;)
Cara Helena:
Vi parte em casa, mas tive de desistir por causa dos intervalos cheios de publicidade medonha. Felizmente apanhei a de Alfama, que era nitidamente superior às outras que vi desfilar.
Raúl.
Pois eu que estive nos Santos Populares, achei que este ano havia ainda mais gente. Dividi-me por três bairros: Bairro Alto, Bica e Madragoa. E adoro aquele ambiente de festa generalizada, a alegria desmedida que reúne pessoas de todas as proveniências e classes sociais e Lisboa mais luminosa que nunca :)
Pena a sua "carraspana"... As melhoras!
Um beijinho
Ponha-se boa! Para o ano pode não haver dias para festejar os santos populares...com tantas extinções, fusões e confusões,muitos santos irão cair.
Bj da júlia
Aqui está um espetáculo que eu nuca vi mas que gostava de ver. Não fossem os exames da faculdade e este ano
tinha ido às marchas... eu também estive bastante constipada mas acho que é normal... este ano o Verão vem em duodécimos e uma pessoa nunca sabe o que há-de vestir.
As melhoras, um beijinho,
Vânia Batista
Enviar um comentário