Hoje, a propósito da imparcialidade jornalística e dum post
de Pedro Chagas Freitas, lembrei-me de uma história passada comigo. Havia
publicado um livro e pediram-me várias entrevistas. Entre elas a de um parente
que tinha, à época, um programa de livros, num respeitado jornal, do qual,
aliás, eu era assinante desde o início. Passados dias e, francamente
atrapalhado, o jornalista em causa, desconvidava-me porque, ao apresentar o meu
nome, lhe haviam dito que eu” merecia uma conversa em horário nobre”.
Sem convite oficial, a entrevista nunca aconteceu, até hoje, pese embora terem,
entretanto, saído mais três livros meus!
Com o tempo, percebi que, talvez, não tivesse sido, apenas, uma
questão de agenda. Admito que a causa possa estar nalguma animosidade, talvez
não propriamente comigo, mas com eventuais conjunturas familiares. Que me sendo
alheias, acabaram, todavia, por influir no modo como fui tratada.
Este episódio, aparentemente banal, deu-me, contudo, uma
lição. A tão falada isenção jornalística, que deveria ser um princípio
fundamental é, muitas vezes, relativizada por interesses pessoais, disputas
internas ou até pequenas vinganças. Tendo eu carteira de jornalista há muitos
anos, sei que a imparcialidade - que deveria ser regra -, se mostra, na
prática, uma paleta cheia de tonalidades, num ofício cujo objetivo deveria ser
a transparência.
No meu caso, não fez diferença. Nem todos têm de me apreciar,
claro. Deixei, apenas, de ser assinante e leitora! Por seu lado, o jornal, livrou-se
de mim, de forma menos correta. É a vida, como diz um amigo meu! Da comunicação
social, digo eu!
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