Sem uma categoria e carreira profissional, que lhes foi retirada em 2008, os Técnicos Auxiliares de Saúde são considerados "Os Outros", ou os "Os Parentes Pobres da Saúde", apesar de constituírem o terceiro grupo profissional que trabalha no SNS -125mil - e 20% da força de trabalho na área, que se nela incluirmos setor privado e social, atinge os 150mil.
Muita gente ignora que, se não tiver um Técnico Auxiliar de Saúde, o profissional que limpa, lava, desinfeta e descontamina a sala de operações para que os doentes não apanhem infeções hospitalares, a intervenção cirúrgica poderá não se fazer. Durante a pandemia foram elas as que mais infetadas foram, mas ao contrário dos médicos e dos enfermeiros, ninguém sabe quantos auxiliares adoeceram, dado que é como se não existissem. Mulheres e homens que ganham praticamente o salário mínimo. Mulheres e homens que mudam as camas quando algum doente morre.
Passou despercebido o importante e comovente Primeiro Encontro que a APTAS -Associação Portuguesa dos Técnicos Auxiliares de Saúde -, levou a efeito na Covilhã e que reuniu mais de 400 profissionais. A Secretária de Estado da Saúde teve a gentileza de enviar uma comunicação em vídeo. Pena que não tenha podido estar presente. Devia. Para ouvir e também ver as lágrimas nos olhos de muitos deles.
“Aqueles
trabalhadores, maioritariamente mulheres, passaram a vida a ser vistos como
menores ou invisíveis, gente que faz o que ninguém quer fazer, gente que está
sempre disponível para o que é necessário que seja feito, gente que limpa as
camas, que muda as fraldas, que são o primeiro ouvido que escuta, a primeira
mão que ampara, os primeiros olhos que veem”, como muito bem dizia Luis Osório.
Decorreu no site da associação uma recolha
de assinaturas para levar uma petição aos deputados e posteriormente entregar
ao Parlamento uma proposta que, de uma vez por todas, os dignifique e os
respeite. Insistamos. E ajudemo-los, porque certamente eles já ajudaram muitos de nós!
HSC
4 comentários:
A mania de endeusar quem é detentor de graus académicos e apoucar quem faz outro tipo de trabalhos.
Essenciais.
Vê-se isso tanto por aqui.
Junte-lhe o facto de esses trabalhos serem maioritariamente realizados por mão-de-obra importada, absolutamente explorada, e é um somatório de injustiças.
Uma tremenda INJUSTIÇA!!!
Uma VERGONHA!!!
Uma DESUMANIDADE!
É IMPENSAVEL tal acto ...
Por Todos... Com Todos... Para Todos... os que vivem em prol de uma sociedade saudável, os desejos de condições humanas, dignas, justas ... É O MÍNIMO QUE SE PODE EXIGIR!
Bem hajam!
Que as suas pretensões sejam atendidas!
Que todos deem as mãos, as vozes, as palavras,o rosto,os pés,enfim,TUDO, para que tal se consiga realizar e sejam atendidos!
Por mim estou com eles e consigo, ajoelhado nesta exige^ncia a quem tem o PODER de decidir e escolher a vida dos outros
Aqui deixo em uníssuno as minhas singelas palavras em jeito de oração
Zé
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