Na Conferência ”Combate à Corrupção: Perspectivas de Futuro", Joana Marques Vidal despediu-se do lugar de Procuradora e foi aplaudida de pé durante dois a três minutos.
Foram dois a três minutos de aplausos, de pé, a Joana
Marques Vidal na Conferência ”Combate à Corrupção: Perspetivas de Futuro".
Foi desta forma que a plateia composta maioritariamente por magistrados do
Ministério Público, prestou homenagem à
Procuradora-Geral da República, horas depois de se ter ficado a saber que não
seria reconduzida.
Na sua intervenção, a mulher que dirigiu a PGR nos
últimos seis anos fez um balanço do trabalho da procuradoria durante o seu
mandato e não poupou nos elogios ao trabalho dos magistrados do Ministério Público,
muitos deles sentados à sua frente.
Na sua intervenção, o Presidente deixou registadas
três palavras. A primeira de agradecimento a Joana Marques Vidal à qual disse:
“Quero agradecer-lhe o empenho pela visão particularmente relevante e
inteligente. Agradecer a humildade pelo seu desempenho e pela defesa do bem
comum”.
“Nós somos servidores da causa publica, devemos
fortalecer as instituições, porque assim fortalecemos a democracia”, sustentou.
A segunda palavra de Marcelo foi para o combate à
corrupção, que considerou estar “na primeira linha da defesa da
Constituição”. “Esse combate não tem filhos e enteados. O
combate deve chegar aos mais poderosos. A todos sem exceção”.
E a última palavra de Marcelo foi para o próprio
Ministério Público, considerando que já “é tempo de dar todas as condições à
Justiça para fazer esse combate”.
Já no exterior, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu aos
jornalistas sobre o tema, e sublinhou que, para si, “era fundamental [a nova
PGR] ser um magistrado do Ministério Público” e não apenas “um magistrado”
porque, justificou, só um magistrado do MP tem “uma proximidade do centro nevrálgico
que é a procuradoria-geral da República”.
Ainda assim, o Presidente reconhece que o mandato
de Joana Marques Vidal à frente da PGR “foi um mandato que deixa
no plano qualitativamente superior a intervenção do Ministério Público na
sociedade portuguesa”.
Toda
esta argumentação pode ser muito válida. Mas uma boa parte dos portugueses tem
dificuldade em aceitá-la. Há um ditado popular que diz que “numa equipa que
funciona bem não se mexe”. Alguém me explica qual a verdadeira razão que levou a que se mexesse nesta, que deu provas suficientes de que funcionou bem?
O país está cada vez
menos informado, cada vez menos capaz de entender o que se passa à sua volta. E ainda há
quem fale de transparência...
HSC
6 comentários:
Agora é que vai ser um "fartar vilanagem". O Sócrates e o Salgado já podem respirar fundo... Ainda vamos ver o Sócrates presidente da república...
Ao contrário do que o anónimo diz, de "fartar vilanagem", JMV, entre outros processos, mandou arquivar o caso Tecnoforma, o de Dias Loureiro, o dos submarinos, etc, etc. Fez um jeito tremendo a outra vilanagem, que veio a terreiro agradecer, elogiando-a, como foi a patética carta de Passos Coelho no jornal de facção O Observador. Passo como nada tem para dizer e oferecer aos eleitores lembrou-se desta. Enfim...
Portanto, a "defunta" PGR sai e não deixa muitas saudades. Venha alguém com um sentido de isenção superior.
Penso, todavia, que JMV não terá gostado muito da colagem que a Direita - CDS/PSD - lhe fez. Teria preferido uma maior distância. Mas, as coisas foram o que sabemos. Fez bem o PR em não lhe prolongar o mandato. Não pelo que atrás refiro, mas porque um PGR não deve alimentar ideias de se prolongar no mandato que lhe foi conferido. Deste modo, permitir-se-á uma maior distância e isenção.
Cumprimentos
Uns acharão que a equipa era boa, a outros daria jeito, a outros incomodaria. É o que me parece ler em comentários que desfilam por aí...
Vi aqui um comentário, como já vi outros do género, em outros sítios. Aliás vi um com alguma graça. Dizia qualquer coisa assim: "Joana Marques Vidal vai regressar a casa num submarino, fica uns dias num resort de Dias Loureiro, vai à casa do Cavaco aprender como se ganha dinheiro no BPN, cumprimenta o relvas, dá a sua solidariedade ao Paulo Macedo e, finalmente adormece a pensar na Tecnoforma".
Por isso, as opiniões são para todos os gostos.
Eu cá acho que há lugares que devem rodar, até para não se criar 'vício'.
P.
Desconfiamos mas não temos certezas.
Cito o comediante Bill Maher e a sua rubrica "I don't know it for a fact, I just know it's true".
A gente não sabe, não tem provas, mas tem a certeza que foi afastada porque era incómoda.
E não é difícil perceber para quem...
Veremos a nova procuradora-geral da República,
como vsi agir ao longo do seu mandato.
Agora não me parece ser de reprovar a não
recondução de JMV.
Os meus cumprimentos.
Irene Alves
Estamos entregues à "bicharada", agora até o ex-Primeiro Ministro José Sócrates, possivelmente se vai candidatar à PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. É uma vergonha!
Enviar um comentário