sábado, 10 de junho de 2017

O dia de Camões

"...A idade traz-nos outros saberes e outros sabores e li, reli e voltei a reler deliciada a fantástica epopeia de um povo fantástico cujas façanhas, apesar de se terem perdido um pouco na memória do tempo, poderão renascer a qualquer momento, qual fénix a quem basta uma acha em mão apropriada.

Pela história relatada por Camões aceito bem o dia de Portugal, o dia da Raça, mas aceito ainda melhor que o 10 de Junho seja para sempre indissociado de Camões e da nossa Lusitanidade."

         Comentário de Maria Dulce Fernandes no blog Delito de Opinião

O extracto que acima reproduzo aborda um tema que considero muito importante. Para mim, o 10 de Junho foi, sempre, o Dia de Camões. De facto, há muito quem pense que o dia de Portugal deveria ser o 5 de Outubro, data da fundação da nacionalidade e do Tratado de Zamora, quando Leão reconhece a independência de Portugal. 
A propósito da data, a Patrícia Reis recorda e bem, no seu texto para o Porto Canal, que "este 10 de Junho, celebrado na cidade do Porto, é porventura um momento para pensar se temos uma estratégia cultural que acompanhe o facto de Portugal estar na moda, ter tão bons indicadores ao nível do Turismo, e se apostamos ou não em quem insiste em ser agente cultural, artista plástico, escritor, músico, etc.
Há ainda uma reflexão adicional que deveremos fazer, sobretudo num país que parece estar cada vez mais deslumbrado pela juventude: apoiamos ou não apoiamos os mais velhos que contribuem significativamente para este património que é nosso, a Cultura Portuguesa?"
Faço minhas as suas palavras já que, hoje, temos um Ministro da Cultura que, além de excelente diplomata, é um dos poetas vivos que mais aprecio.

HSC

7 comentários:

Anónimo disse...

🌷

Anónimo disse...

Senhora Dr.ª

Não é conhecido qualquer tratado de Zamora. O que se sabe com segurança, por duas doações e Afonso VII, é que em 4 e 5 de outubro de 1143, Afonso VII e Afonso Henriques estiveram reunidos (a tratar o quê?) em Zamora. Nos dois documentos de que há notícia, Afonso VII chama a Afonso Henriques «rei de Portugal» e diz-se que Afonso VII imperava em várias partes da península. Dessa relação não consta Portugal.
Com os meus cumprimentos
José Neto

Anónimo disse...

Houve tempos em que humanos do Planeta Terra fizeram longas e múltiplas viagens à procura do mundo.
Depois, deram mundo ao mundo.
Depois ainda, ensinaram a arte de viajar e, secretamente, criaram o ponteiro do relógio do tempo a que se chamou história.
E fizeram História.
E fizeram do Renascimento um período mítico e genial abrindo a esse mesmo mundo a janela de Portugal.

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro José Neto
A 5 de Outubro Afonso VII assinou o Tratado de Zamora e o reino de Portugal teria nascido nessa altura.
Em 1179 o Papa Alexandre III, através da bula Manifestis Probatum "confirma e reconhece" Portugal como reino independente e soberano, sob protecção da Igreja Católica.
Isto foi que aprendi e até à data ninguém me disse estar errado. Por isso escrevi o texto que leu.
Cumprimentos da
HSC

Anónimo disse...

Essa do "Dia de Portugal e da Raça" é um termo Salazarista. Cuidado. Vão ao You Tube e vejam as imagens da inauguração do Estádio do Jamor, a plebe de braço esticado, naquele gesto fascista, vejam depois as mulheres a irem a S.bento em 1954, nuns Vivas a Salazar (como no Jamor), vejam e oiçam o energúmero, naquela sua voz efeminada "portugueses..etc", ao microfone, e depois falamos. Mais tarde tivemos uma versão "clone" do Salazar (até a voz, à medida que envelhece, se parece), na figura de Cavaco Silva. Dia de Portugal sim (a 10 de Junho), da Raça não.
Boa noite!

Anónimo disse...

Senhora Dr.ª

Desculpe insistir mas não há qualquer registo de um tratado de Zamora, apesar de muitos livros o referirem. De Zamora só há as duas doações para a construção de mosteiros que referi.
tenho pena que o espaço de um comentário não permita a enumeração das fontes.

Receba os meus cumprimentos

José Neto

Anónimo disse...


Helena
Camões levou o nome de Portugal além mares, hoje há outros que o fazem também, pelas melhores razões.
Um ministro poeta terá outra sensibilidade à pasta que lhe foi dada, fui ler alguns poemas dele, gostei.

A poesia não é feita por um nem por todos,
nem esteve nunca na rua.
A poesia está na aspereza das coisas contra nós,
tão mais nítidas ao nosso olhar isento
quanto mais doem no coração silencioso.

Luís Filipe Castro Mendes


"Não estou a sugerir que há genes portugueses, não há, o que os portugueses têm é uma mistura notável de genes com as mais variadas origens, se há algo único, ou quase único em nós, é essa mistura genética".

Sobrinho Simões

Abraço
Carla