sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Amores antigos...



"Experimentar um amor antigo é como sorver um café requentado. Sabe a café, mas perdeu toda a intensidade e aroma".

Li, hoje, esta frase no blog de um amigo.
Primeiro soltei uma gargalhada. Depois, pensei melhor e até senti um calafrio...

HSC

Mercados da minha Terra


Todos sabem do meu apreço pela arte de cozinhar. Em boa hora a televisão se apercebeu do filão e hoje, neste domínio, há muito por onde escolher. Felizmente!
Mercados da minha Terra é um programa conduzido por Sebastião Castilho e pertence ao grupo dos que mais gosto, logo a seguir ao Papa Qilómetros de Ljubomir Stanisic, de que já aqui vos falei. Ambos têm em comum, para além de uma grande simpatia pessoal, o facto de montarem uma cozinha móvel em qualquer lugar para prepararem uma deliciosa refeição confeccionada com os ingredientes mais frescos da região onde se instalam.
Sebastião Castilho tem, também, uma história de vida muito curiosa, Foi voluntário na Costa Rica, 'designer' na Brandia. produtor de TV e 'chef' numa cantina.
Mas o negócio dele é, mesmo, comunicar através da cozinha e fa-lo com uma simplicidade tocante. Nada nele é excessivo e a forma de cativar o seu público tem a ver com essa sua grande  qualidade. 
Este designer licenciado pelo IADE em 2000 não se limita a ser cozinheiro. Este é só só um dos lados do seu negócio. A sua paixão mais recente chama-se Simply Sebastião - Just Cook it.

HSC 

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Relatos Selvagens

Dirigido por Damian Szifron o filme é dividido em seis episódios. Todos são muito bons. E, do meu ponto de vista, três são mesmo excepcionais.
O filme começa de forma brilhante, com um curto episódio passado num avião, que é uma história rápida, inteligente, envolvente e com um final extraordinário.
No seguinte, deparamo-nos com uma jovem empregada de um restaurante de beira de estrada, que recebe a visita de um homem que acabou com sua família, mas que a não reconhece.
Depois temos um episódio sobre dois sujeitos que se encontram no meio da estrada e se desentendem por causa de uma ultrapassagem.
O outro é sobre um pai rico que tenta livrar o filho de ser preso pelo atropelamento de uma mulher grávida.
O penúltimo relata a "estória" de um homem comum que vê o seu carro injustamente rebocado e é obrigado a pagar uma taxa e uma multa.
O último mergulha numa festa de casamento, que é muito bem filmada e que conta com uma atuação espetacular de Erica Rivas a lembrar-nos as mulheres de Pedro Almodovar.
Dito assim, parece uma manta de retalhos. Não é. Muito longe disso. Trata-se, sim, de sucessivos relatos sobre o que pode um ser humano fazer sob o efeito da raiva, mas contados com um subtilíssimo sentido do humor e cuja pegada social, tão característica deste realizador, está bem evidente.
Um dos principais méritos de Relatos Selvagens está no facto espantoso de não haver qualquer quebra de ritmo entre todos os episódios.
Damián Szifron é considerado por muitos uma espécie de Quentin Tarentino da Argentina. Não só por utilizar a violência, muitas vezes gráfica, em prol do humor, mas também pelo uso preciso da banda sonora na construção do clima.
Uma película para se rir e se divertir. Muitíssimo!  


HSC

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Déjà Lu


A Livraria Solidária Déjà Lu abre portas ao público no próximo dia 28 de Fevereiro. Situa-se na Cidadela de Cascais e é um projecto da Francisca Prieto.
As receitas da venda dos livros revertem na totalidade para a Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21. Importa referir que este projecto pretende apoiar a profissionalização dos jovens portadores daquela deficiência, dado que, após a grande conquista da sua inserção no ensino regular, se torna agora importante orientar estes jovens para o futuro.
De certa forma, esta livraria já existia através do blog Déjà Lu, que leiloava livros “já lidos”. O espaço virtual ganhou forma e conta com o apoio de todos os que queiram dar a mão a esta causa.

HSC

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A análise que conta!

Mesmo para um economista, não é fácil perceber as nuances entre o discurso e a práctica política.  Com efeito, aquilo a que o governo grego se comprometeu constitui uma extensa lista de obrigações de que pouco se fala. Basta clicar no vermelho para se perceber o que digo. Ora o que me surpreende é que não seja sobre as matérias constantes desta lista que se faça uma discussão séria. 
Ao invés, a análise do caso grego transformou-se numa disputa Benfica/Sporting, como se os economistas se dividissem entre o pró Grécia ou contra a Grécia. Na verdade, para isso, bastam os políticos!

HSC

Um jantar muito divertido

Raramente janto fora ao Domingo, porque no dia seguinte começo a trabalhar bastante cedo. Só abro excepções para a família ou para os amigos especiais. Foi o caso  desta semana que findou em que o Jorge Pereira de Sampaio resolveu reunir na sua casa de Lisboa um grupo especial à volta de um repasto.
O Jorge é um amigo de quem gosto muito, um homem de cultura com imenso sentido do humor e que tem uma casa linda para os lados da Rua de S. Paulo, mas onde os carros não se atrevem a penetrar.
Pois a noite começou bem, já que o táxi que nos levou se atreveu a subi-la, numa enorme prova de gentileza e profissionalismo, que o havia de obrigar a sair em marcha atrás.
Mal chegámos - fora com mais dois varões - demos com o Adriano Jordão perdido na rua, à procura da porta.. Caímos nos braços um do outro, porque o não via há seculos. E lá fomos todos numa enorme galhofa para o destino comum onde já se encontrava a "nata" dos amigos com todo o tipo de profissões ligadas à cultura, inclusivé um jovem padre. Há bastante tempo que não me acontecia estar, em "petit comité", com um grupo de pessoas tão interessantes e divertidas.
Porque vos falo disto? Porque no cinzentismo dos nossos dias, nos esquecemos de que "receber amigos" é, sobretudo o que o Jorge faz. Ou seja, vestuário informal, lareira acesa, pratos e comida numa mesa, onde cada um se serve do que quer e tem liberdade de circular por todo o lado. Não há qualquer sombra de formalismo, apenas o à vontade de quem nos faz sentir na "nossa" casa. Porque, deste modo, receber é ter e dar prazer. Ao contrário do que antes acontecia, em que o protocolo importava mais do que as pessoas.
Obrigada Jorge pela óptima noite!

HSC

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Um perigoso rastilho

O Syriza é um partido político de esquerda fundado em 2004 produto de uma aliança eleitoral de 13 partidos. Em Maio de 2012 apresentou-se como um único partido.
Após a vitória de Janeiro último, o seu líder Alexis Tsipras, formou um governo de coligação com o partido nacionalista conservador.
Trata-se, assim, de uma união entre a esquerda e a direita radicais, que só muito dificilmente se admitiria que chegassem ao poder no quadro de uma União Europeia.
Se chegaram, é porque o povo grego foi  humilhado pela troika. Como agora tardiamente Juncker veio reconhecer.
Parece, pois, evidente que a UE tem de repensar uma série de questões. Porque, a breve prazo, pode muito bem acontecer que, em França, Marine Le Pen seja necessária para formar um novo governo e que, se a Grécia não conseguir resolver os seus problemas, o país caia nas mãos da Aurora Dourada.
Se a tudo isto juntarmos a política expansionista da actual Rússia, é grande a possibilidade de estar a ser desenhada uma nova Europa. Será que os dirigentes europeus não se dão conta do rastilho com que parecem estar a brincar?

HSC

Não será altura?

Quem, de boa fé, assista aos frente a frente da nossa televisão, tem um retrato fiel do papel dos partidos políticos no que, no nosso país, se chama de democracia. O objectivo não é esclarecer, é intoxicar. E se isso for feito com violência verbal, melhor ainda para estimular as já parcas audiências...
Não será altura de acabar com este munus distribuído a comentadores que apenas se dedicam a defender posições partidárias? Muita gente já não vota, porque o diminuto interesse que a política lhes merece, acaba por desaparecer com o teor dos malfadados debates. É deprimente para todos. E se alguns têm a capacidade intelectual de distinguir o trigo do joio, muitos outros morrerão do veneno ingerido. Ou seja, detestam os políticos e afastam-se cada vez mais das urnas dos votos!

HSC

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Prometer

Foram quatro meses suplementares de respiração assistida que o actual governo grego ganhou com as negociações que desenvolveu. Mas, pelo caminho, viu-se forçado a abandonar uma série de promessas feitas quando foi eleito, nomeadamente:

-Fim do programa de assistência externa;
-Conferência europeia para a supressão parcial da dívida;
-Obtenção de ajuda financeira sem contrapartida em austeridade;
-Dívida remanescente indexada à taxa do crescimento económico;
-Moratória para o serviço da dívida;
-Reposição do salário mínimo;
-Electricidade grátis para 300 mil famílias;
-Aumento do investimento público em 4 mil milhões de euros;
-Exigência à Alemanha do pagamento de indemnizações de guerra.

A Grécia dispõe agora de três dias para elaborar um plano de novas medidas de contenção financeira que carece do aval do Banco Central Europeu, da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional. E não poderá abandonar o memorando assinado em 2012 pela antiga coligação governamental.

Resta saber o que poderá conseguir o governo grego fazer nestes quatro meses, estando os cofres do Estado na situação em que estão e depois de terem voado dos bancos do país mais de 25 mil milhões de euros. E, não menos importante, quando os actuais dirigentes helénicos são, sobretudo, académicos com reduzida experiência política.


HSC