O ministro adjunto e do desenvolvimento regional,
Miguel Poiares Maduro, que falou esta semana no encerramento do ciclo de
jantares subordinados ao tema "Portugal
- o presente tem futuro?" promovidos pelo Clube de Imprensa, Centro
Nacional de Cultura e Grémio Literário, considerou que "um dos grandes
problemas do nosso país é o facto de tudo ser contestado".
Contra factos, existem sempre argumentos, disse,
salientando que os portugueses têm muita dificuldade em se colocarem de acordo
quanto aos processos de apuramento dos questões que devem servir de base às
decisões públicas.
Pensa, também, ser hoje claro para todos, que não
interiorizámos as consequências das escolhas que fizemos, nomeadamente, a adesão
ao euro e estar na primeira linha da construção europeia".
Para o ministro, os portugueses concordaram "em
mudar de regime e em partilhar a moeda com os parceiros mais competitivos da
Europa, mas não aceitaram as mudanças internas nas regras de jogo a que isso
obrigava".
Poiares defendeu, ainda, que na origem da crise económica que o pais
atravessa "está também um problema de cultura política e cívica", que
explica a razão pela qual, numa das crises económicas, sociais e políticas mais
graves, Portugal não tenha promovido as reformas necessárias.
Como soluções para o futuro, o governante destacou a necessidade do país
"discutir mais as políticas públicas e menos a sua táctica ". Todos,
incluindo o Governo, devem contribuir para um debate público mais informado e
com maior substância.
A "continuação da consolidação orçamental" é uma condição necessária mas já não suficiente para o futuro nacional.
Mas sem ela, continua a não ser “possível
criar condições para impulsionar o investimento privado".
Atingir o equilíbrio interno - depois de ter alcançado o externo - é,
segundo Maduro, outro dos desafios para Portugal. Todavia, ele depende da
reforma do Estado, "essencial para tornar permanentes os ganhos obtidos no
processo de consolidação orçamental e garantir a sua sustentabilidade
futura".
Outro desafio passará também por garantir a "preservação da
conquista do Estado social". Mas, agora, sob o signo da "equidade
entre o sector público e privado e da equidade entre gerações".
“Um país mais justo, próspero e livre" é, segundo o ministro
adjunto, a ambição do actual governo para Portugal.
Aqui fica, para quem não esteve no Grémio Literário, um resumo daquilo que foram os principais pontos levantados pelo ministro, para o futuro de todos nós. Eu até arranjava mais uns!
O "como" e o "quando" é que, para mim, não ficaram claros. Como, claro é, também, que de boas intenções está o inferno cheio...
O "como" e o "quando" é que, para mim, não ficaram claros. Como, claro é, também, que de boas intenções está o inferno cheio...
HSC
8 comentários:
De facto, saltam as mesmas questões.<
"Como e quando" atingiremos este paraíso?
Posso perguntar, para si nenhum político é bom? Digo isto porque normalmente tem sempre um senão e não só relativamente aos que estão no governo! Sem os chavões normais ( honesto, capaz...) que características haviam eles de ter? Obviamente não lhe peço o nome de nenhum dos nossos, mas vá lá, como tenho a certeza que anda a par da política internacional, desses poder-me-á nomear um que configure o seu ideal de político?
Falta escrever um livro e umas teses de doutoramento para por o palavreado a render
L.L.
Cara Dalma
Se eu gostasse de política, não a podia fazer sem me inscrever num partido ao qual teria de obedecer. Ora nunca obedeci senão à minha consciência.
Já aqui disse que a política partidária actual não enriquece a democracia. Portanto a resposta primeira está dada.
Político que aprecie? Vários. Refiro-lhe para já quatro: De Gaulle, Churchill, Leopold Senghor, Mandala.
Nossos? D. Diniz o refundador de Portugal e D. João II. E não sou monárquica, aviso já!
Mas pode juntar-lhe Ramalho Eanes e Lurdes Pintassilgo.
Esclarecida?!
Uma (pequena) figura lamentável esta que Passos foi buscar a Florença (uma bela cidade, diga-se de passagem, sobre todos os aspectos). Que, ao que se vê, convive mal com contestações, fenómenos normais numa Democracia. Alguém que ninguém se recordará – se é que a maioria dos portugueses sabe quem é – uma vez este governo seja destituído por voto popular, nas próximas eleições. Um discurso, este de Poias Maduro, a não reter, ou melhor, a esquecer.
P.Rufino
Totalmente de acordo com este seu
comentário. Trabalhei de perto
com Ranalho Eanes e foi das pessoas
mais íntegras que conheci.Tenho em
meu poder uma carta que me
enviou de 8 páginas, escrita pela
sua própria mão, a agradecer toda
a minha colaboração(isto no tempo
do PRD em que tive o gosto de
pertencer ao Conselho Nacional)
e ser autarca, e nessa carta, que
guardarei sempre, se prova que é
uma pessoa extremamente séria
e humana.
Bj,
Irene Alves
poiares maduro o homem das poses e alfaiataria florentinas, o homem que sabe dizer "consenso...consenso...consenso!" como mais ninguem sabe, uma figura da renascensa tardia transportada com utilidade para portugal, o ministro que pede agora ideias aos ministros para ele um dia as coordenar e dali sair o novo portugal...
D. Diniz e D. João II já estão muito longe no tempo e reinaram em contextos mt diferentes e só a política teórica servirá a todos os tempos! Ora em tempos como os de agora a sua política de pouco serviria... Quanto ao general Ramalho Eanes, sim, também o aprecio profundamente não só porque salvou a nossa democracia mas sobre tudo pela sua INTEGRIDADE ( escrevo com letra maiúscula propositadamente)!
Quanto aos internacionais que refere não tenho dúvidas que são grandes, pressuponho que queria escrever Mandela e não Mandala e sim ele é, será o expoente máximo do político conciliador, mas apesar de tudo não conseguiu deixar um país sem as mazelas que a África do Sul ainda padece!
Obrigada por me ter respondido!
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