Nem todos podem ser políticos. O exercício desta carreira vai muito para além da profissão. À mulher de Cesar diz-se que não basta ser séria. É também preciso parece-lo.
Na política passa-se o mesmo. Não basta ser bom e competente na área da sua dependência. É preciso saber fazer passar a mensagem. É afinal, também, preciso parecer-se sério.
Difícil de entender? Nada. Esta é, aliás, a base da actividade política e da sua estratégia: ser sério e parecer sério.
Ontem liguei pela primeira vez a televisão. Apanhei um emaranhado de histórias de espiões, de secretas, de documentos que foram para Bruxelas e não para os deputados, uma salgalhada tal que pensei ter havido uma hecatombe enquanto o aparelho esteve desligado.
Afinal, era a inépcia do costume. Os espiões eram os mesmos, mas acrescentaram-se-lhes outros. E a documentação fora mais rápida para fora do que para dentro, mais célere em inglês do que em português.
O nosso Parlamento levou dois dias a discutir estes casos. Um que será julgado nas instâncias competentes e o outro, pelo ridículo da questão, até faz pena.
De facto, não é político quem quer. Só o é quem tem talento para isso. E quem tem, claro, apetência para tal...
HSC
6 comentários:
Assistimos, neste momento, a mais aparência do que competência...*
D. Helena, boa noite!
De facto, nos últimos dois dias as noticias têm sido isso mesmo. Acho que já estamos todos cansados deste jogo de empurra que não leva a lado nenhum.
Sou Portuguesa de alma e coração, dói-me ver o meu país tão perto do abismo.
Beijinho,
Ana Martins
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros parece e é, certamente, uma pessoa muito séria. Não duvido, porém, da idoneidade dos restantes membros do governo. Mas ao ler o texto, vá-se lá saber porquê, lembrei-me da segunda figura do Estado.
Drªa Helena, não leve a mal o meu comentário anterior.
Eu acredito mesmo que os membros do governo estão a fazer melhor que podem para tentar reequilibrar o país que, por estar situado à beira-mar, corre o risco de naufrágio, como o Titanic.
Claro que a referência ao Ministro de Estado e dos Negócios estrangeiros era uma brincadeira. Mencionei-o,por ser filho de quem é. E tendo uma mãe como a senhora, claro, terá certamente valores sólidos.
Mas a Língua Portuguesa tem muitas vicissitudes e não tenciono que o que escrevi no comentário anterior seja considerado ironia ou sátira.
Perdoe-me se, do seu ponto-de-vista, o comentário não é dos mais felizes, mas não foi minha intenção magoar nem deturpar a imagem de ninguém.
Não. Confio plenamente nos membros do governo actual e sei que estão numa posição bem complicada... eu não queria estar no lugar de nenhum deles.
Um abraço,
Vânia Edite Batista
Falta Grandeza e Seriedade, que trágicamente nos vão deixando, nos tempos trágicos que vivemos...
Não está difícil perder o norte!
Vamo-nos estruturando nos poucos bons que vemos, ouvimos e lemos!
Bj grande
E uma escola para políticos?!
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