domingo, 27 de maio de 2012

Filosofando...


Não sei bem porquê, mas ando dada a filosofias. Hoje lembrei-me da diferença que existe entre "ter sucesso" e "ser bem sucedido". Na verdade, existe uma grande diferença entre o que estes dois conceitos podem representar.
Quantas pessoas têm sucesso e não são, afinal, bem sucedidas? Muitas, porque habitualmente o que procuram é o primeiro objectivo, apesar de o segundo ser bem mais importante. 
Com efeito, se eu for bem sucedida naquilo que faço, isso vai traduzir-se numa satisfação pessoal muito grande, em algo que me dá felicidade. Mas pode, claro, não se traduzir num sucesso que os outros reconheçam.
No meu caso particular, porque me estimo, o que procuro é que o meu desempenho a todos os níveis, faça de mim alguém mais satisfeito, mais realizado, enfim, mais feliz.
Mas se é assim, porque será que a maioria das pessoas procura ter sucesso, mesmo que este as possa fazer infelizes?!

HSC

10 comentários:

Um Jeito Manso disse...

Olá Helena,

Acabei de escrever lá no meu canto um post a que dei o nome 'Não desista, lute por aquilo em que acredita, ame a vida, seja feliz' e, chego aqui, e vejo este seu que vai no mesmo sentido. É isso mesmo, não podia estar mais de acordo.

A vida é efémera e é desejável que seja boa e tenha um sentido.

Desperdiçá-la, vivendo em permanente estado de amargura ou usar os breves instantes de que é composta para arrecadar sucessos, ter muitos contactos, ser influente, como se isso fosse um fim em si para, depois, afinal, perceber que tanto stress não trouxe felicidade nenhuma, é um disparate, acho eu.

Por isso, Helena, concordo plenamente consigo.

E tenha um bom domingo, Helena. Seja feliz.

Anónimo disse...

Bom dia, Dr.ª Helena, interessante este tema.

A resposta, quanto a mim, é simples.
Porque estamos a criar tiranos em vez de líderes.

Ilusões é o que são: trabalhamos em prol de um lugar do sucesso confiantes que é isso que nos vai tornar felizes... quando lá chegamos é que percebemos que a felicidade foi passando por nós e nós nem a reconhecemos, concentrados que estávamos em atingir a meta. Durante o percurso não vamos olhando meios para atingir os fins, quando chegamos ao topo percebemos-nos sós e vazios de sentimentos.
E onde esteve, então, a felicidade?
Esteve nos pequenos pormenores que nos passaram despercebidOS.

Um abraço,
Vânia Batista

Anónimo disse...

Por vezes a vida torna-se durissima e procuro apenas ser e rezar um Pai Nosso, nada mais.

Anónimo disse...

Hoje em dia as pessoas ambicionam muito por ter sucesso seguindo a linha de pensamento que o sucesso trás dinheiro e consequentemente felicidade. É-se feliz com o sucesso mas se não formos bem sucedidos todo o esforço foi em vão.
Queria agora ver se estou certa entre a distinção que faço entre preço e valor. Ainda ontem falava com uma amiga acerca dos empréstimos que muitos dos portugueses fizeram para comprar casa e casa mobilada (já para não falar dos que fizeram para comprar computadores, comida e para pagar outros empréstimos) fiquemos só com os dois exemplos. As pessoas que pedem empréstimos para comprar casa e móveis têm a vantagem de ter já tudo pronto, mas existem pessoas que só pedem para comprar as "paredes" tudo o resto virá com o tempo, sem pressas. Um amigo pinta um quarto, uma amiga dá um armário, outro a cama dos miúdos e assim sucessivamente até ter a casa mobilada. Esta casa ganhará valor. Valor afectivo e monetário, mas principalmente afectivo. A casa passará a ser um espaço colectivo de entreajuda, amizade e harmonia.
Será que entendi bem a diferença entre preço e valor?

lena disse...

Parabéns!
deixa-me a pensar e até a julgar-me...
o sucesso nunca me entusiasmou, mas a realização profissional essa vive dentro de mim, não com o intuito de ser reconhecida, ou ganhar mais com isso, nem tão pouco ser a melhor...
concordo plenamente consigo Dra. Helena

ERA UMA VEZ disse...

Querida Helena

Este exemplo da diferença entre preço e valor é muito muito interessante.
Tocou-me de perto.

Às vezes entramos numa casa onde tudo tem a mesma idade. No ano em que aquele "recheio" entrou casa dentro, provavelmente parecia perfeito e era o último grito em matéria de decoração.

Passados alguns anos, não muitos, e
a impressão é de que tudo aquilo é tão datado e tão inequivocamente a condizer que de repente envelheceu prematuramente e como diriam as minhas netas é um bocado "belheque"

Quando há trinta anos acabei de construir a minha casa, já trazia o fundamental mas tem sido tão gostosa a adição das lembranças de Natal, de viagem, as peças que os que(infelizmente) partem nos vão deixando, e essa nova roupagem, essa mutação,traz memórias, saudades,às vezes uma lágrima, mas conta a nossa própria e verdadeira história.

Gosto tanto de casas que contam histórias...ainda que modestas.Isto não tem rigorosamente nada a ver com o preço das coisas.
É uma questão de autenticidade.

Cada vez que atingimos um objectivo,cada vez que ajudamos alguém a subir um degrau,cada vez que o mar ou a montanha nos abraçam na sua imensidão,um gesto que parecia adormecido, CARAMBA, fica um sorriso maroto a roçar a alma...não fica?

Acho que isso é a felicidade.
Se existe outra não sei, nunca vi.

Um abraço amigo de Domingo à tarde.

Paulo Abreu e Lima disse...

Gosto e concordo com esta sua destrinça, mas sei de alguém muito especial que acumula as duas ideias, sem, contudo, fazer quase nada para ter sucesso. Pessoa predestinada e privilegiada, apesar de tudo. Ou de quase tudo.

Abreijo,
paulo

Silenciosamente ouvindo... disse...

Concordo com este seu texto e a srª.
diz bem: "porque me estimo" e é isso
que faz falta a muitas pessoas.
Estimarem-se.
O que importa é que nos possamos
sentir felizes.
Um beijinho
Irene Alves

aNaTureza disse...

Quanta verdade...
e uma frase que li em algum lugar: "não quero trair a criança que um dia fui..."

É verdade que crescemos, mas a nossa alma, essa, não deveria estar dissociada do adulto que nos tornamos.

mtlago disse...

Concordo consigo na totalidade.
Penso que a maioria das pessoas não se pergunta o que é que anda neste mundo a fazer? Vivem para as aparencias, e não vivem para a sua relização pessoal. Embora ainda exista gente que de facto saiba para o que cá anda, pena serem muito poucos.

Um bem haja..
Teresa Lago