Por uma qualquer bizarria dum cidadão que se sentiu ofendido com as alegorias carnavalescas de Torres Vedras e se queixou ao Ministério Público, a procuradora adjunta Cristina Anjos determinou que a respectiva autarquia teria que retirar um certo boneco de esferovite do respectivo corso.
Que boneco era esse, tão ofensivo da moral pública? Nem mais nem menos que o "nosso" célebre computador Magalhães, a maravilha da tecnologia nacional que, de nacional para além do nome tem, aliás, muito pouco, no qual se via uma página do Google em que apareciam imagens de mulheres desnudas. Exacto. Algo que, no mínimo, colocaria a estátua do Eça, no Chiado, sob a alçada dos bons costumes...
Curiosamente, na televisão passam alegorias bem mais "chocantes", de mulheres enroladas umas nas outras, em cenas de sexo explícito, que publicitam toques polifónicos ou equipamentos diversos, e que ninguém se lembrou de censurar. Isto, para não falar de programas de conteúdo, esse sim, duvidoso exibidos a horas de convívio familiar.
Depois de intervenções de várias pessoas, entre as quais gostosamente me incluo, ridícularizando o caso, a posição da magistrada foi revista e o computador voltou a mostrar o ecrã inicial. Pergunto: se não se tratasse do "nosso" Magalhães, esse ícone do regime, a celeridade da justiça teria sido a mesma? É caso para dizer, como faria o diácono Remédios, "não havia, mesmo, necessidade"!!!
H.S.C
3 comentários:
Do que não havia necessidade era de estarmos sujeitos a esta censura. E ainda há quem diga que com o Salazar é q era mau. Pbres ignorantes daqueles q estão convencidos de q o nosso governo é democrata...
nada de novo a oeste deste Portugal paraíso
Adoro o meu país, principalmente depois de ter passado 9 anos no Brasil, de onde vim com a patrialidade (isto diz-se?) à flor da pele. Mas ele às vezes é tão pequenino...
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