O Ministro Teixeira dos Santos terá admitido ter conhecimento de que a Caixa Geral dos Depósitos "tinha várias operações que podiam implicar imparidades e que estava a gerir essas situações".
Vejamos um exemplo para se perceber melhor a questão. Um empresário terá entregue à Caixa 9.5% do capital de uma empresa que a instituição havia avaliado a 4,75 euros por acção. Tratava-se de liquidar uma dívida de 305,9 milhões do dito empresário ao banco público.
Mas, há sempre um mas, na altura em que o negócio se fez, as acções valiam em bolsa apenas 3,11 euros, ou seja, haviam sofrido uma depreciação de 25%. Logo, o valor real entregue à CGD seria não de 305,9 mas sim 243,9 milhões de euros, que representavam uma quebra de 62 milhões de euros relativamente ao que o banco dispenderia para comprar em bolsa as mesmas acções. Contudo, o empréstimo foi dado como saldado...
Acontece que o "caso" não fica por aqui. Ao mesmo empresário foi dada a faculdade de recompra dessas mesmas acções, no prazo dos próximos 3 anos, pelo mesmo valor. Ou seja, se as acções vierem a valorizar-se, o empresário compra-as abaixo do seu valor e a CGD não ganha nada.
Se as acções se desvalorizarem o empresário não as recompra e a Caixa "encaixa" a imparidade e aguenta mais essa perda!Por outras palavras, só a Caixa, o banco de todos nós, é que perde ou não ganha, assumindo todo o "risco".
Entretanto, o Presidente da CGD lamenta o facto do negócio se ter tornado público e o Ministro das Finanças gere as imparidades... Melhor não é possível!
H.S.C
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