"O que mais me preocupa não é o grito dos violentos,
nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem
carácter, nem dos sem ética.
O que mais me preocupa é o silêncio dos bons"
( Frase atribuída a Martin Luther King)
Há afirmações que não precisam que se lhes acrescente nada mais. A verdade é tão forte que constitui um murro no estomago de quem se sinta vivo.
Durante anos assisti ao silêncio de muitos "bons", cuja coragem apenas era proporcional ao medo que os calava. Medo próprio e medo por aqueles que os rodeavam, em particular a família. Não me sinto capaz de os julgar.
Tentei, ao longo da minha vida, não silenciar ninguém com os meus medos. Que também exitiram. E existem, claro. Mas as injustiças, quando nos acontecem têm, muitas vezes, o efeito surpreendente de nos tornar mais fortes. Porque já fui objecto - não vítima, papel que recuso - de algumas e porque já ninguém depende de mim a não ser eu própria, há bastante tempo que me dou ao luxo de dizer o que penso. E de incentivar os meus netos a fazerem o mesmo. Como fiz com os meus filhos.
Se houver um só leitor a quem eu dê força para me seguir, fico muito feliz. Porque sinto que, afinal, continua a haver bons que ninguém silencia.
H.S.C
4 comentários:
Olá Helena,
Eu novamente!
Obrigada pela oportunidade de trocar ideias consigo, sou brasileira e estou vivendo em Portugal há 1 ano, pois, meu marido que é português precisa estar aqui para resolver algumas questões pessoais.
Sentia muita falta de trocar idéias com pessoas interessantes além do meu marido. Enfim, encontrei! E estou muito contente.
Há tempos constatei que o “medo” é apenas uma desculpa para continuarmos na mesma, sem agir diante das circunstâncias.
Hoje, busco mecanismos dentro de várias áreas para entender e saber lidar com as situações da vida, inclusive quando “sofro” alguma injustiça.
O que mais me deixa contente, é que cheguei a um estágio de compreender a ignorância, imaturidade de algumas pessoas. E a Senhora há-de convir que nós, seres humanos nos encontramos muito infantis, ainda planejamos reuniões de condomínio com vários assuntos infelizes para tumultuarmos o ambiente, mas não somos capazes de planejar uma confraternização com os mesmos.
Quando digo: “Nós…. Somos isso ou aquilo” quero deixar bem claro que sinto-me igual a qualquer outro ser humano e faço um trabalho interno para me conhecer melhor, treino atitudes para ser melhor a cada dia, também posso dizer que algumas atitudes fluem naturalmente, depois de muito treino.
PS: Se temos consciência, discernimento, maturidade para detectar algo errado, temos a responsabilidade de encontrar formas de corrigir, amenizar, encaminhar….
Um abraço fraterno,
Renata.
Tropecei no seu espaço por casualidade... A linha de pensamento dos textos, a perspectiva sui generis dum quotidiano que teimosamente se mantém difícil e a sua mensagem de esperança e incentivo para mudar o rumo das coisas, levaram-me a pegar na "Toyota"...pelo que, vim para ficar...
Pois pode ficar feliz, que pelo menos uma leitora também não tem - e nunca teve - papas na língua. Claro que não me arvoro em figura pública, nem nada que se pareça. Mas acho que isso pode ser aplicado à vidinha corriqueira. Mas permita-me que lhe indique uma excepção: as chamadas white lies, as que magoam os outros pela ausência. Concorda comigo?
Ai amiga essas são as que doem mais...porque revelam o diminuto conceito em que os outros nos têm, ou a mediocridade de quem no-las diz. Qualquer que seja o caso, ninguém sai bem da "estória". Nem quem mente, nem quem escuta. E revela como nós também podemos ser pouco criteriosos na escolha das nossas convivências!
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