Miguel Cadilhe é alguém que sabe do que fala e que desempenhou neste país lugares de destaque. Pode ou não gostar-se do seu estilo Mas não podem ignorar-se as suas opiniões. Menos ainda, quando as afirmações que faz respeitam a aspectos da sua práctica profissional.
Ouvi-o com toda atenção. E se, antes, a nacionalização do BPN já me tinha deixado, enquanto economista, muitas dúvidas, depois dos esclarecimentos do antigo Ministro das Finanças, parte das dúvidas desapareceu mas, em compensação, cresceu a minha preocupação.
Algo se está a passar nalguns sectores chave da nossa economia ou, se quizerem, da nossa actividade financeira que ao permitir que os problemas se tornem públicos, não tem relativamente às soluções adoptadas para os resolver o mesmo critério, visto que mantém na esfera privada as razões de quem as determina. Ora não é essa a função dos governos face aos cidadãos. Ou estamos em ditadura e nada sabemos, ou estamos em democracia e então temos o direito de ser informados sobre os motivos que determinam umas soluções e não outras. Chama-se a isto "transparência", posição tão do agrado de quem nos comanda
É o caso do BPN. Os portugueses têm o direito de saber porque é que o governo optou pela nacionalização. E este tem a obrigação de se explicar. Até porque as ditas também são feitas com o dinheiro dos contribuintes.
Helena Sacadura Cabral
Helena Sacadura Cabral
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