sexta-feira, 30 de agosto de 2024

GOSTO DE DANÇAR

Dançar é um diálogo entre o corpo e o silêncio, uma conversa onde cada movimento conta uma história que as palavras não conseguem alcançar. É como se o tempo se dobrasse ao ritmo dos passos, e cada batida do coração encontrasse expressão nas piruetas e giros.

Imagine-se numa sala vazia, a luz suave caindo como um véu delicado sobre o soalho. Os seus pés tocam o chão com a leveza de quem sabe que a dança é um retorno à essência, um retorno a si mesmo. Cada passo é uma jornada interna, uma descoberta das paisagens escondidas dentro de nós. A música não é apenas um som; é a trilha sonora de um romance íntimo, uma melodia que nos faz conversar com a própria alma.

Dançar é um ato de vulnerabilidade, onde cada um se entrega ao momento sem reservas. É como desatar os nós que prendem as nossas emoções e deixá-las flutuar ao sabor do ritmo. Cada movimento é um gesto de confiança, uma maneira de se abrir para o que vem, sem medo do julgamento ou da perfeição. No embalo da dança, cada um permite-se ser completamente como é, com todas as suas imperfeições e encantos.

Quando dançamos, ligamo-nos com algo maior do que nós próprios. É como se, por um instante, nos fundíssemos com o universo, com a energia dos astros e o pulsar da Terra. A dança é uma celebração do agora, uma forma de experimentar a vida em plenitude. No giro, encontramos a liberdade; na pausa, encontramos a tranquilidade.

Cada dança é uma obra de arte efémera, um momento que se dissolve no ar, mas que deixa uma marca indelével no coração. É uma forma de abraçar o desconhecido, de explorar o que está além do visível e do tocável. E quando você pára, quando os últimos acordes se silenciam e o ritmo se desvanece, resta a sensação de ter vivido algo mágico, algo que transcendeu a realidade comum.

Assim, dançar é mais do que mover-se ao som de uma música; é uma forma de se encontrar e se perder ao mesmo tempo, uma dança entre o íntimo e o universal. É um lembrete de que, na simplicidade do movimento, há uma profundidade infinita de sentimentos e histórias esperando para serem reveladas.

1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Eu, pé de chumbo, me confesso.