Dançar
é um diálogo entre o corpo e o silêncio, uma conversa onde cada movimento conta
uma história que as palavras não conseguem alcançar. É como se o tempo se
dobrasse ao ritmo dos passos, e cada batida do coração encontrasse expressão
nas piruetas e giros.
Imagine-se
numa sala vazia, a luz suave caindo como um véu delicado sobre o soalho. Os seus
pés tocam o chão com a leveza de quem sabe que a dança é um retorno à essência,
um retorno a si mesmo. Cada passo é uma jornada interna, uma descoberta das
paisagens escondidas dentro de nós. A música não é apenas um som; é a trilha
sonora de um romance íntimo, uma melodia que nos faz conversar com a própria
alma.
Dançar
é um ato de vulnerabilidade, onde cada um se entrega ao momento sem reservas. É
como desatar os nós que prendem as nossas emoções e deixá-las flutuar ao sabor
do ritmo. Cada movimento é um gesto de confiança, uma maneira de se abrir para
o que vem, sem medo do julgamento ou da perfeição. No embalo da dança, cada um
permite-se ser completamente como é, com todas as suas imperfeições e encantos.
Quando
dançamos, ligamo-nos com algo maior do que nós próprios. É como se, por um
instante, nos fundíssemos com o universo, com a energia dos astros e o pulsar
da Terra. A dança é uma celebração do agora, uma forma de experimentar a vida
em plenitude. No giro, encontramos a liberdade; na pausa, encontramos a
tranquilidade.
Cada
dança é uma obra de arte efémera, um momento que se dissolve no ar, mas que
deixa uma marca indelével no coração. É uma forma de abraçar o desconhecido, de
explorar o que está além do visível e do tocável. E quando você pára, quando os
últimos acordes se silenciam e o ritmo se desvanece, resta a sensação de ter
vivido algo mágico, algo que transcendeu a realidade comum.
Assim, dançar é mais do que mover-se ao som de uma música; é uma forma de se encontrar e se perder ao mesmo tempo, uma dança entre o íntimo e o universal. É um lembrete de que, na simplicidade do movimento, há uma profundidade infinita de sentimentos e histórias esperando para serem reveladas.
1 comentário:
Eu, pé de chumbo, me confesso.
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