segunda-feira, 26 de agosto de 2024

A vocação para a política

A vocação para a política é um chamado que ecoa nas profundezas da alma, como uma subtil inquietação que nos impulsiona a olhar além de nós mesmos. É mais do que uma simples ambição ou desejo de poder; é uma profunda sensibilidade ao sofrimento alheio, uma empatia que não permite que fiquemos indiferentes diante das injustiças. Aqueles que ouvem esse chamado percebem a política como uma arte de servir, uma forma de construir pontes onde há abismos e de dar voz a quem foi silenciado.

Essa vocação nasce de um idealismo que se recusa a aceitar o mundo como ele é e que, em vez disso, se dedica a imaginar como ele poderia ser. Ela não brota de certezas, mas de dúvidas persistentes e de um senso de responsabilidade que nos obriga a agir. A política, para quem tem essa vocação, é uma missão carregada de sacrifícios e renúncias, mas também de uma inexplicável satisfação que vem do compromisso com o bem comum.

Ao longo desse caminho, quem tem vocação para a política aprende que a verdadeira força não está na imposição da vontade própria, mas na capacidade de ouvir, de negociar, e de ceder quando necessário. A política, neste sentido, é um exercício constante de humildade e autocrítica, uma busca incessante por equilíbrio e justiça.

O político vocacionado entende que cada decisão, por menor que seja, carrega o peso de muitas vidas, e por isso age com a consciência de quem segura em suas mãos os fios do destino de outros. E mesmo quando as batalhas parecem perdidas, ele segue em frente, movido pela convicção de que, em algum lugar, há um impacto positivo que ele ainda não pode ver.

É essa fé no poder transformador da política que alimenta a sua perseverança. Pois, para quem sente esta vocação, a política é mais do que um trabalho; é uma jornada em busca de um ideal, uma entrega apaixonada à construção de um futuro melhor, onde cada gesto, palavra e decisão são guiados pela visão de um mundo mais justo e humano.

1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Fui militante do PSD por muito pouco tempo.
O que vi na época foi tudo menos idealismo, serviço público, dedicação a causas.
Aquele não era o meu mundo.
Saí sem alarido.
Cumpro o meu dever cívico, voto.
Livremente.