Ser estrangeira é um estado de constante descoberta e desafio. É como
caminhar por uma estrada desconhecida, onde cada esquina guarda uma surpresa,
seja ela positiva ou desafiadora.
É uma experiência que nos obriga a sair da nossa zona de conforto, a
abandonar as referências familiares e a mergulhar numa cultura completamente
diferente da nossa. É como estar num eterno jogo de equilíbrio entre a
nostalgia pelo que deixamos para trás e a curiosidade pelo que está à nossa
frente.
Ser estrangeira é também ser uma ponte entre duas realidades, uma em que
nascemos e outra que escolhemos habitar. É uma posição privilegiada que nos
permite enxergar o mundo sob diferentes perspetivas e nos torna agentes de
mudança e compreensão mútua.
Mas ser estrangeira também vem acompanhado de desafios emocionais. É lidar
com a saudade da família e dos amigos, com a dificuldade de se comunicar num
idioma novo e com a sensação de não pertencer totalmente a nenhum lugar.
No entanto, ser estrangeira ensina-nos lições valiosas. Aprendemos a
valorizar as pequenas vitórias, como entender uma piada local ou fazer amizades
genuínas num país distante. Aprendemos a ser resilientes diante das
dificuldades e a nos adaptar a diferentes contextos com agilidade e
flexibilidade.
Ser estrangeira é uma jornada de autoconhecimento e crescimento constante. É uma oportunidade de nos reinventarmos e de descobrirmos novas facetas de nós mesmas. É uma aventura que nos desafia, nos emociona e nos enriquece de modo que nunca poderíamos imaginar. Ser estrangeira é, acima de tudo, uma dádiva que nos conecta com o mundo de uma maneira única e especial.
4 comentários:
Eu, "estrangeiro", há quase trinta anos, gosto muito desses desafios.
E vou procurando outros por esse Mundo fora.
É esse o legado maior que quero deixar às minhas filhas - Mundo.
🌹
Não me chames estrangeiro
Por Rafael Amor
Não me chames estrangeiro
porque tenha nascido longe,
ou porque outro nome tenha
a terra de onde venho.
Não me chames estrangeiro
porque diferente foi o berço,
ou porque embalou minha infância
outro idioma nos contos.
Não me chames estrangeiro
se na luz de uma mãe tivemos
o mesmo amor, o mesmo canto,
o mesmo beijo.
Versión de Rafael Amor : Rafael Amor - No me llames extranjero (1977)
Nota reflexão: Ser estrangeiro noutras terras é uma experiência enriquecedora e transformadora. Quando alguém decide sair do seu país de origem, seja para estudar, trabalhar, fazer voluntariado ou simplesmente explorar o mundo, abre-se a oportunidade de conhecer outras culturas, tradições e formas de vida (mas muitas vezes e muito doloroso quando são forçados a sair)!
De fato, ser estrangeiro em outro país pode ser uma experiência enriquecedora e transformadora em si mesma. Ao estar em um ambiente completamente diferente, somos expostos a novas perspectivas, aprendemos a nos adaptar a diferentes costumes e tradições, e expandimos nossa compreensão do mundo novo em que vivemos. Ao decidir sair de seu/nosso país de origem, seja por estudo, trabalho, voluntariado ou apenas para explorar, etc., temos a oportunidade de mergulhar em uma cultura totalmente nova. Isso nos permite ampliar nossos horizontes, desenvolver empatia e apreciar a diversidade humana.
No entanto, é importante reconhecer que, para algumas pessoas, ao sair de seu país de origem pode não ser uma decisão voluntária ou motivadora. Algumas pessoas são forçadas a abandonar suas terras por questões políticas, econômicas ou de segurança. Para essas pessoas, a experiência de ser um estrangeiro pode ser muito dolorosa e bastante traumática (especialmente crianças e adolecentes). -MorgadinhadosCanaviais
"Não me chames estrangeiro, só porque nasci longe ou porque tem outro nome essa terra
de onde venho.
Não me chames estrangeiro porque foi diferente o seio ou porque ouvi na infância outros
contos noutras línguas.
Não me chames estrangeiro se no amor de uma mãe tivemos a mesma luz nesse canto e
nesse beijo com que nos sonhos iguais nossas mães contra o seu peito.
Não me chames estrangeiro, nem perguntes donde venho; é melhor saber onde vamos e
onde nos leva o tempo.
Não me chames estrangeiro, porque o teu pão e o teu fogo me acalmam a fome e o frio e
me convida o teu tecto.
Não me chames estrangeiro; teu trigo é como meu trigo, tua mão é como a minha, o teu
fogo é como o meu fogo, e a fome nunca avisa: vive a mudar de dono.
(...)
Não me chames estrangeiro; olha-me nos olhos
Muito para lá do ódio, do egoísmo e do medo,
E verás que sou um homem, não posso ser estrangeiro."
Rafael Amor – Não me chames Estrangeiro
***
Quando gastamos tempo demais a viajar, tornamo-nos estrangeiros no nosso próprio país.-René Descartes
René Descartes, o filósofo francês, expressou de forma eloquente a ideia de que quando passamos muito tempo viajando, podemos nos sentir como estrangeiros em nosso próprio país. Esta reflexão nos lembra da importância de conhecer e valorizar nossa terra natal, mesmo enquanto exploramos outras culturas e lugares Às vezes, a familiaridade e o amor pelo nosso próprio país podem ser reavivados por meio das experiências que vivemos ao viajar a outros paises.-MorgadinhadosCanaviais
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