quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Uma vida à sua frente

Há, na nossa vida, dias estranhos. Hoje foi um deles. O trabalho que tinha para fazer não estava a resultar e, por isso, decidi ver mãe e filho a trabalhar juntos, na Netflix. Refiro-me ao filme Uma Vida à sua frente, protagonizado por Sofia Loren e realizado pelo seu filho Edoardo Ponti.

O tema é a velhice degradada e também as relações inesperadas que se criam entre pessoas que parecem nada ter de comum, para além da pobreza. Sofia aparece ao natural, com 86 anos que o filho não poupou e ela aceitou. Belíssima interpretação de uma antiga meretriz que recebe em casa os filhos das outras meretrizes, para que estas possam exercer a sua profissão.

O outro protagonista - que se estreia no cinema - é um senegalês de uns 13 anos, um filho de ninguém, ladrão e traficante. Excelente, ele também. Pois é em volta destes dois seres solitários que o filme se desenrola.

Confesso que fiquei com o coração apertado ao ver a diva transformada em megera e o começo do filme não me pressagiou grandes expectativas. Mas com o desenrolar da história vi na película do filho algumas semelhanças ao Pai. Mas este, a meu ver, era muito maior.

De qualquer modo, o tema da velhice merece bem o elogio de ser tratado, quando, ainda por cima, é a nossa mãe que o encarna. Mas fiquei com uma dose de melancolia pouco habitual em mim.

A noticia, em seguida, da morte, hoje, da Maria José Costa Felix, uma amiga de longa data muito diferente de mim, não melhorou o meu tonus espiritual que, creio, só se salvará com o petisco que tenho para jantar...

Há, efectivamente, dias com estranhas coincidências!

HSC 

10 comentários:

Matilde disse...

Gostei do seu artigo

Anónimo disse...

Chuva de ervilhas-de-cheiro para si

:-)

Silenciosamente ouvindo... disse...

Dia contraditório a exigir um pouco de si.
Lamento a morte de Maria José Costa Felix.
Os meus cumprimentos.
Irene Alves

Ana maria disse...

Tudo de bom. Um abraço muito apertado

Anónimo disse...

Vi o filme. Também me deixou melancólica ��

Anónimo disse...

Também fiquei melancólica 😔.
Não há como escapar à ideia de que muito do que somos depende de quando,onde e de quem nascemos.
A apreciação da Helena foi sem dúvida um excelente resumo do filme.

Pedro Coimbra disse...

A solidão que a pandemia obriga provoca algum desânimo.
Vai passar depressa.
Boa semana

Anónimo disse...

O que é a Vida?

A melhor definição de Vida que li

"Uma situação sexualmente transmissível,incurável,progressiva,podendo levar a diversas incapacidades,que em 100% dos casos leva á morte."

?

Anónimo disse...

🌷

Ana maria disse...

Acabei agora de ver o filme... Valeu a pena, é tão tocante tão real tão tudo.
Não fiquei melancólica. Pensei desculpe a expressão A vida é lixada mas vale a pena ser vivida...