sábado, 21 de março de 2020

E o sexo?

Todos nós estamos submetidos a uma espécie de estado de sítio. De um momento para o outro familias que só se encontravam ao fim do dia, passaram a estar 24 horas juntas. E, na maioria dos casos, com os filhos também em casa, o que, se por um lado é uma alegria, por outro, de forma continuada, pode levantar algumas limitações.
Há uns dias uma amiga minha, confidenciava-me que desde que este pandemónio começou, não tinha relações sexuais com o marido. Confesso que só a muito custo contive o riso, porque eu poderia esperar tudo menos aquela confissão. E perguntei-lhe o evidente, ou seja, se ela tinha tentado falar com ele sobre o assunto. Tinha, mas ele afirmara que andava apenas cansado. Julguei mais prudente não a questionar sobre se ela tomava quaisquer iniciativas... sobretudo, porque sabia que ele sempre fora homem de grandes cansaços fora de casa.
Pensando neste caso e assim como fui das primeiras pessoas a denunciar que o mercado negro iria voltar em força, também agora temo que, passadas estas circunstâncias, possa haver uma subida de divórcios ou de separações.
Perdoem-me a rudeza do tema, mas quem apreciava muito o adultério está, neste momento, muito limitado, porque ninguém arrisca ter de declarar que foi infectado por uma amiga com quem manteve relações intimas.
E o sexo no casal não será ele também afectado pelo medo, pela depressão do estado de sítio, pela atenção redobrada que os filhos exigem, pelo cansaço de um dia passado em filas de abastecimento?
Julgo que depois desta pandemia muita coisa pode mudar na vida familiar em Portugal. A começar por aqueles que tanto gozavam com a castidade e se vêem, de repente, poder ficar sujeitos a ela...

HSC

14 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Alguns casais têm a sorte de os filhos dormirem a sesta e aí... existe mais um tempinho para que eles dêem largas à imaginação sexual.
E aqueles casais em que as crianças são demais traquinas e não dormem? Aí está mesmo o caldo entornado, lol

É que se podem mandar os miúdos comprar rebuçados à loja da esquina. Essa, está fechada, lol

Bom fim de semana

Anónimo disse...

Na verdade, as famílias e principalmente os casais vão ter de passar esta prova de fogo. Mas há-de tudo correr bem, isto é só o início. Estão todos ainda a ajustar-se aos novos tempos. Têm de ser criadas rotinas com horários espartanos, como em tempos normais. Depois... vai ser um baby boom!!!
Mas pensemos também nas famílias disfuncionais e no horror da violência doméstica. O dever de solidariedade também passa por prestarmos muita atenção a essas situações que o isolamento social vai potenciar ainda mais, pela certa.
Cuide de si! Tenha um bom fim de semana, dentro do possível...
Gl

Anónimo disse...

Parece-me um assunto bem sério e que não tem sido abordado.

Fatyly disse...

Até aqui reclamavam falta de tempo e agora têm tempo a mais...para o pior ou para o melhor.

O casal que mora por debaixo de mim discutem a maior parte do tempo e com uma filha de 9 anos. Ontem deu umas pauladas no chão e gritei ou param ou chamo a polícia. Remédio santo. Hoje encontrei-o e cumprimentou-me como sempre o fizeram e nada me disse.

Também penso que para muitos poderá dar numa subida da natalidade:))))

Abraço e bom fim de semana

Virginia disse...

Preocupa-me muito mais a violência doméstica, que tb pode ser sexual.Homens amarrados em casa, com bebidas à mão e nada que fazer, podem vir a ser pior que o virus. O meu filho Juiz está muito preocupado com isso e também com as crianças das instituições que não podem receber a família, nem passar fins de semana com os pais e irmãos.

Anónimo disse...

Quem está só que se masturbe!

Anónimo disse...

Mas em família também se espera algum distanciamento físico. Pelo menos é o que tenho percebido ...
Preocupaçoes devem ser outras, como a violência doméstica.
Pedro

Anónimo disse...

Sexo é fantasia
Amor é poesia
:)

Anónimo disse...

Li sobre as várias experiências de muitos casais que dizem que tudo isto os tem aproximado, porque organizam a divisão de tarefas, quais as que fazem à vez e decidem quais as que fazem em simultâneo, e muito importante, atenção a isto! pensando sempre naquelas que devem fazer separadamente, geralmente as que podem acabar em discussão. Tudo isto acompanhado de música pela casa, porque isso traz sempre boas energias. A música tem um poder benéfico incrível.

Há casais que fazem massagens ouvindo as músicas do tempo em que se conheceram, do namoro, ou que associam a épocas que trazem boas recordações e isso tem proporcionado momentos muiiiito agradáveis......Ah! o poder da música!

Também há as ocasiões de descontração , como fazer ginástica ao mesmo tempo, com música alegre. Cantar juntos, dançar, rir, telefonar à família, aos amigos, meditar, ler, pintar, pesquisar receitas, fazer puzzles, jogos. Fazer aqueles arranjos na casa que se adiavam por falta de tempo. Tem de se planear as etapas do dia, mas fazer essa gestão sem stress e se necessário com alguma flexibilidade, que isso é uma prova de inteligência e de maturidade.

Há tanta coisa com que ocupar o tempo! Só não pode haver tempo, em momento algum, para má disposição, arrelias e discussões, que só trazem más energias e é uma maçada toda essa carga negativa nas casas.

Vamos aproveitar que agora é sempre domingo :-))

Anónimo disse...

Não há nada pior do que achar que é sempre domingo.
Não traz nada de bom uma visão demasiado cor de rosa. Porque não é eficaz.
Os psis têm alertado para a necessidade de saber gerir espaços e timmings neste isolamento dos casais, sobretudo quando têm de trabalhar em casa, e têm filhos que, por sua vez, têm de estudar.
Para saber gerir stress, conflitos e tensões, entre os vários membros da família que possam tb coabitar, entre o casal, entre pais e filhos.
E não estou sequer a falar das situações tenebrosas de violência doméstica, que vários comentadores já aqui referiram.
Tudo isto exige engenho, arte e experiência e, salvo poucas exceções, ninguém está habituado a esta situação.
Além disso, não esqueçamos que, em geral, as casas são pequenas.
O que parece ser eficaz é não misturar tudo numa salganhada (como se fosse
sempre domingo) e ter espaços bem demarcados (mesmos que não sejam ótimos) para cada um trabalhar, sem ser interrompido.
E, quanto ao timming, não misturar trabalho, com tarefas domésticas e com lazer: todos na sala, uns a trabalhar com o computador nos joelhos, outros a ver tv, outros a aspirar, todos a interromper todos, todos a pipocar do aspirador para o televisor, do computador para o frigorífico, do puzzle para o computador da mãe. NÃO.
Como no tempo em que não estão em isolamento, as pessoas têm de criar (ou saber encontrar) os seus momentos de lazer a dois, de namoro, de intimidade, de sexo, ou não, para simplesmente conversar ou estar juntos.
Se for sempre domingo, há uns blind dates, um toca e foge, muito sexo que pode ser intenso, mas acaba porque, todos sabemos, a paixão tem prazo de validade.
Tem de haver momentos especiais, não podemos estar sempre com música de fundo (e o silêncio?).
Mas cada um sabe de si.

Anónimo disse...


A música liberta endorfinas que dão a sensação de prazer. Actua sobre áreas do cérebro do intelecto, mente e emoções. Tem efeito calmante e terapêutico.

Está estudado cientificamente que o ritmo, as diversas sonoridades melódicas, todo o sistema repetitivo em cadência são apreendidos pelo cérebro humano estimulando-o e produzindo nele efeitos benéficos. É o poder encantatório da música.
Vá por mim, a Música faz bem se for bem escolhido o reportório. Não precisa ser em excesso. Apenas em doses certas e o ambiente melhora, pois as pessoas ficam mais felizes.
A maestrina Joana Carneiro afirma que a música tem um poder unificador.

Anónimo disse...

Nunca disse que a música não é FUNDAMENTAL.
GOSTO MUITO DE MÚSICA E É ESSENCIAL NA MINHA VIDA!
O que não gosto é de um fluxo contínuo de «má» música, ou que não me apetece ouvir naquele momento, que é imposta, um som omnipresente, um bocado aqui, um bocado ali, irritante.
No dia a dia entramos (entravamos) numa loja e «dão-nos música», entramos num super e «dão-nos música», ligamos a tv e é um estardalhaço, sempre atulhados em ruído, para além dos ruídos naturais, de gosto muito (de muitos deles).
Costumo chamar a essa música «música de supermercado».
Ao fim do dia é um cansaço!
Gosto de ouvir os sons naturais, gosto do silêncio, gosto de escolher a música que ouço nos momentos de pausa.
Não esqueçamos dos diferentes gostos e decibéis, com as diferentes idades, isso também tem e ser gerido.
Vejo que os mais pequenos já estão tão habituados a relacionar som e imagem que, quando ofereci o primeiro CD ao mais pequenino, e coloquei no computador, ele abriu as mãozinhas (como se estivesse a dizer «e a imagem?»). Comprei-lhe um leitor de Cds para crianças (para ele é um brinquedo, porque tem bonecada) e agora coloca ele mesmo um Cd, já ouve e dança, sem esperar ver nada.

Anónimo disse...

DE "música de supermercado" também não gosto. Chamo-lhe música de elevador. Vai dar ao mesmo.
Mas há música que também é silêncio.

Anónimo disse...

É bem sabida a aproximação entre a Música e a Poesia uma vez que ambas possuem métrica, ritmo, melodia... Por sua vez ambas têm também uma relação estreita com a Matemática. Fez muito bem em ter iniciado o seu pequenito no gosto pela música. Dizem que torna as pessoas mais inteligentes e capazes de esquemas mentais de abstracção.