segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

O Fado da Severa


Embora goste muito de vender os meus livros pertenço a um mundo em que me revejo no sucesso dos meus amigos. Não sou escritora, sou cronista e, quando muito, autora. Nunca me apresentei como escritora porque bitola pela qual me meço é muito alta.
Por isso, as crónicas em que falo de livros ou de filmes são meras opiniões pessoais que partilho com quem me lê. Mas não deixo de falar dos livros de que gosto, sobretudo quando são escritos por amigos.
Hoje falo da Fado da Severa e da sua autora Maria João Lopo de Carvalho.
A Severa vivia longe dos salões onde as damas e as joias eram legítimas. O seu mundo, sórdido, mas apaixonante, era aquele onde se cantava e batia o fado. Ninguém o conhecia melhor do que a Severa, filha de cigano e de meretriz. Do pai herdaria a morenez do rosto e o sangue quente. Com a mãe aprenderia a profissão e as artes de seduzir os homens,
Foram muitos os que passaram na sua vida.  Apenas um lhe deixará a sua marca. Foi o Conde de Vimioso. É esse amor proibido que a Maria João narra - pela boca da Severa -, não se subtraindo à linguagem da época e da classe social da sua protagonista.
É uma história de luz e sombra dessa Lisboa e da indomável Severa, a cigana que inventou o fado, a mulher que vendeu o corpo - mas que nunca vendeu a alma.

HSC

4 comentários:

João Menéres disse...

Se os políticos fossem honestos não prostituíam a alma.

( Apreciei muito o P. esta noite na TVI ! ).


Melhores cumprimentos.

Anónimo disse...

Admiro a MJLC que se prepara e investiga. Gostei do Camões e gostei deste. Não percebo porque é que outra escritora de romances históricos com alguns erros vende mais do que ela...

Maria João Lopo de Carvalho disse...

Obrigada querida helena que tanto admiro e que é mais do que mãe Para mim ! Obrigada queridaos leitores

Anónimo disse...

Admiro muito a MJLC que decidiu e bem escrever sobre personagens nacionais, sejam elas de que origem social forem.
Já li a Severa. Parabéns à Dra Helena por divulgar a obra dos outros . Poucos o fazem, a não ser que sejam os chamados críticos literários - são pagos para isso - e parabéns à MJLC pelo rigor com que escreve!