Recuso-me a escrever aqui a série de dislates com que governo e oposição se agridem nos debates quinzenais na Assembleia da Republica, porque se o fizesse me sentiria igual a eles, representantes da "nossa democracia". Esta quarta feira o nível foi tão baixo que me menorizaria se o descrevesse.
Se a esta listagem do que em linguagem corrente e não elitista se chama de "ordinarices", juntasse a decisão com que a academia (com "a" pequeno) nos brindou, impedindo Jaime Nogueira Pinto de falar na Faculdade de Ciências Sociais e Políticas, - tudo isto no espaço de três dias -, creio que seria legítimo perguntar não só o que é que em Portugal se entende por democracia, como questionar se a violência escolar não é, afinal, também, um reflexo do que os alunos vêem periodicamente naquela Assembleia.
Tenho um imenso orgulho de ser portuguesa, nasci num país que deu cartas ao mundo com a sua história e assisti com enorme alegria ao 25 de Abril. Entristece-me profundamente ver aquilo que ontem a televisão transmitiu e fiquei sem resposta quando à noite, num jantar com amigos, o filho de um deles nos perguntava se era aquele o exemplo que os políticos davam para atrair sangue novo à política.
Com efeito, os debates quinzenais transformaram a Assembleia da República num ringue de infindáveis combates de box. Ia dizer de galos, que talvez fosse mais apropriado, no chão de lama em que os mesmos prosseguiram. E saber que somos nós, com os nossos impostos, que pagamos tudo isto dá, de facto, maus pensamentos a muita gente...
HSC
3 comentários:
Pois, segundo parece, a história do cancelamento da palestra de JNP tem outros contornos. :-(
E tem razão o debate está na lama. Vil, soez, etc etc...? meu deus, ao que nós chegamos.
Pedro
Aqui Pedro outra vez.
Ao que parece A Associação de Estudantes da FCSH terá recebido ameaças de 40 pessoas da extrema-direita. Sendo verdade, bem fez a faculdade em cancelar, certo?
GRAÇAS A DEUS QUE ESTOU À BEIRA DO 82 ANOS... ESTOU FARTO DESTA GENTALHA, AFINS E SIMILARES
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