sexta-feira, 17 de março de 2017

Do erro...

Num post de 12 do corrente, José Ricardo Costa, no seu blog Ponteiros Parados - ponteirosparados.blogspot.pt - a propósito de uma afirmação do meu filho Miguel, escreve um curiosíssimo texto sobre o “erro”.
Agora que estou pelo segundo ano a frequentar um curso de filosofia, tenho muito mais atenção às implicações de certas afirmações que fazemos, quase sem nos darmos conta das “armadilhas” que as mesmas podem encerrar.
Gostava de ter podido escrever aquele texto, não por nele se abordarem os meus filhos, mas porque o mesmo encerra um principio ao qual sou fiel há muito tempo e que talvez explique a “sabedoria” com que sempre tentei conduzir uma família em que cada um faz gala de pensar pela própria cabeça.
De facto, há matérias em relação às quais podemos dizer que existe um erro. Se eu afirmar que Coimbra é capital de Portugal estou manifestamente a cometer um erro sem apelo nem agravo. Mas se eu disser que o que eu penso politicamente está certo e o que pensa o meu vizinho está errado, ou tentar impor a este o que defendo, a coisa complica-se porque, neste caso, não se trata de erro, mas sim de ponto de vista.
O que “interessa aqui é a noção de erro quando associada às ideias de outra pessoa que pensa de um modo diferente e, à luz do que é a filosofia política, saber se faz algum sentido falar em ideias certas ou erradas”, diz José Ricardo Costa e eu julgo que ele tem inteira razão.
O que mais me desagrada na política, na religião, no futebol é justamente esta certeza absoluta de que a escolha de cada um é que é a “verdade” e, como tal, não deve, sequer, ser objecto de discussão.
Portugal tem verdadeiros campeões nesta matéria e talvez seja por isso que a nossa democracia se revela tão especialmente débil...

HSC 

10 comentários:

João Menéres disse...

Como falou em religião e futebol, lembrei-me de FANATISMO.


Melhores cumprimentos.

Silenciosamente ouvindo... disse...

Pois deve ser por isso e muito mais.

Nunca mais passamos desta triste pobreza...

Lixo, dizem as agências de rating, e isso (a mim)

faz-me doer muito e não percebo porquê que a classe

política não se une toda, para contribuir para que

Portugal não seja lixo!!!

Acho que deviam fazer tudo, mas TUDO para deixarmos

de ser humilhados!!!

Bom fim de semana.

Os meus cumprimentos.

Irene Alves

Dalma disse...

Mas é sempre uma presunção acharmos que as nossas ideias são as certas e que as dos outros estão erradas!!

Helena Sacadura Cabral disse...

Dalma
Mas de presunções impostas anda o país cheio...

Anónimo disse...

Dra. Helena

Escrevo de uma forma muito afirmativa, e às vezes, parece que estou a impor alguma coisa, mas não.

Eu até sou humilde, embora reconheça que sou um bocado teimosa e devia de adquirir essa sabedoria de que fala.

Às vezes faço disparates, porque não conto com o que as pessoas possam pensar. Acredito que são genuinas como eu.

Dra. Helena há muito tempo quis conversar consigo e fui insistente.

A Dra. não gostou e disse me que não tinha tempo para me atender.

Não imagina como fiquei triste!!!

Ainda hoje gostava de ter uma conversa profunda consigo, mas senti que não simpatizava muito comigo.
Por isso, não me sentia muito à vontade. Ofereci lhe o sabonete e fugi entre a multidão. Gostava que simpatiza se comigo, pois tenho muitas coisas a dizer lhe!!!

Um abraço,
Fátima Magalhães.




Dalma disse...

HSC, mas disso não tenho a menor dúvida é não sei aonde isso nos levará!

Helena Sacadura Cabral disse...

Fátima
Lembro-me muito bem de si. Foi numa tarde, na Feira do Livro que, como calcula, é o local menos adequado para alguém conversar comigo, porque estou ali para dar autógrafos.
Se me demoro um pouco mais, são as outras pessoas e as editoras com quem trabalho - são cinco - que ficam aborrecidas.
Não sou muito dada a ter simpatias ou antipatias sem conhecer as pessoas. Portanto, não se tratou de simpatizar ou não consigo, mas sim de, naquela altura, não lhe poder dar a devida atenção.
O sabonete pintado e a caixinha verde ainda estão comigo e a Fátima sabe bem que até fiz um post neste blog sobre essa oferta, uma vez que, na altura, se identificou.
É de facto muito difícil ter tempo livre para os leitores que não conheço, porque o pouco que tenho para estar em Lisboa, dedico-o à familia e aos amigos. Nisso tem razão, porque há bastante gente que gostaria de falar comigo e eu não tenho a necessária disponibilidade.
Um abraço

Anónimo disse...

Dra. Helena

O meu pai é Jorge Arnaldo Sacadura Cabral Magalhães.

E hoje é o dia do Pai!! Um grande beijinho para ele!!!

Fátima Magalhães.

Anónimo disse...

Quando o erro "quer" pode virar acerto. Sereno Dia do Pai que tem uma filha maravilhosa.

https://youtu.be/lv76VVZJ5lc

:-)

Unknown disse...

Quando a nossa inteligência compreender todo o Mistério será a certeza de que nem Deus nem o Amor existem