sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Ao que chegámos...

Há alturas em que vale a pena falar pela boca dos outros, porque a irritação pessoal pode levar-nos a excessos que não devemos ter.

" (...) O Estado está a sacrificar a uma inutilidade pretensamente necessária os últimos resquícios de justiça social e os últimos valores colectivos.
Se um dia recuperarmos de tudo isto, vai ser deste abandalhamento silencioso, entre o tímido e o apático, que mais tempo levaremos a livrar-nos.
Isto já foi longe de mais."

(http://odestinomarcaahora.blogspot.pt/)

 (...) estamos resumidos ao que Deus nos deu. Sol, oliveiras, carapaus e vinhas. É obsceno - mas de uma monumental honestidade - culpar os portugueses de se terem esquecido das pescas, da agricultura e das fábricas que tanto forneciam o mercado interno como exportavam. 

Foi Cavaco, embalado pelas miragens europeias, que levou a esse esquecimento. Foram os transigentes nas pescas e na agricultura, a troco de euros, que pagaram aos pescadores e aos lavradores para não pescarem nem lavrarem. Quando o economista doutorado em York nos incita a virarmo-nos para os nossos recursos naturais, é razão para nos preocuparmos. 
Portugal está a ser devolvido à geografia, ao clima e ao povo. Estamos a ser devolvidos pré-historicamente à nossa sorte. Perdida. Perdemos o nosso futuro."

(Miguel Esteves Cardoso in Publico de 28/11/12)

HSC


12 comentários:

Anónimo disse...

É verdade, vai ser díficil recuperar desta apatia, desta falta de esperança que paralisa e atormenta, desta desconfiança na classe política tão bem representada nas caricaturas de Bordalo Pinheiro com o seu Zé Povinho. Infelizmente, continuamos a ser o Zé, o pagante e povinho a precisar de crescer e exercer a sua cidadania, num país de "chicos espertos".
Obrigada pela sua partilha.

rosaamarela disse...

Tudo tão verdade!

abraço

BfdS

Maria Filomena disse...

Cara senhora,
como luso brasileira
( de fato e de direito,
nasci lá , vivo cá,
e a minha mãe ia grávida de mim
quando foi para o Brasil)
quando cá cheguei em 2006, fiquei
abismada com o que estava acontecendo aso portugueses, pois quando íamos ao Supermercado era quase tudo importado...
só não via quem não queria....
venho de uma parte do Brasil que produz, que cada pedacinho de terra é utilizado na produção de alimentos...e cá pagava-se para não plantar...não cabe na cabeça de ninguém... O que está acontecendo é o epílogo de uma situação que começou faz muito tempo e que iludiu muitos portugueses....e que agora estão a cair na realidade.....
Temos que produzir, temos que voltar a produzir.....é nesta hora que temos de mostrar o quanto valemos.....e o governo não atrapalhar.....

olinda silva disse...

É verdade, tudo isto que aqui postou e o que diz. A nossa educação não nos permite expressar o que sentimos perante o que nos estão a fazer.
Só me apetece pedir socorro, alguém nos ajuda, por favor!!!
Um beijinho e bom fim-de-semana.

Anónimo disse...

quanto a factos não há argumentos...
um dia de cada vez e...
beijinhos,
lb/zia

Hélia Cruz disse...

Cara Helena,
Em poucas palavras a maioria dos portugueses têm que alterar por completo a sua vida. Não se respeita o ser humano. Nunca ouvi falar e escrever tanto em direitos humanos e também nunca esperei vê-los desprezados diariamente.O homem/mulher deixaram de ter valor. É pena porque a mais valia que se pode ter neste mundo são precisamente as pessoas.
Sempre com amizade.

Mariana B disse...

Acabei de assistir à sua
entrevista na RTP Informação, gravada antes e saboreada agora! E os olhos da entrevistadora mostravam o deleite que transparece
nosso, escondidos deste lado do écran...É bem uma Magnífica que faz a diferença nestes dias tão fraquinhos!

Ana disse...

E agora? O que fazemos? Voltamos para as ruas? Voltamos a gritar? Todos sentimos o mesmo, este desconfronto de “fomos enganados”, deram-nos hospitais, escolas, estradas, pontes, estádios de futebol, deram-nos casa e possibilidade de ter um curso superior, mas afinal isso era tudo mentira, criaram para nós um pais de faz conta assente em dívidas astronómicas que no meu inculto conhecimento matemático não consigo depreender os números descomunais do fosso dessa mesma dívida que todos os dias surgem nos meios de comunicação sociais. Mas continuamos com as nossas vidas (um pouco mais pobres, é um facto) …
Em todas as esquinas existe um pessoa com uma opinião pronta a ser publicada e nós (que também somos portadores de opinião) saltamos de opinião em opinião lendo sempre as mesmas coisas mas em metáforas diferente!!!
Beijinho, Ana

Fatyly disse...

Pura e dura realidade que nos tolda os movimentos e estamos ou iremos recuar aos tempos em que uma sardinha dava para quatro, só ia à escola um elemento da família e vemos os filhos partirem, outros afundados pelo desemprego e dívida da habitação porque não havia casas para arrendar...e alguma vez na vida uma hipoteca só paga parcialmente uma dívida? Tudo mudou...para pior!
Não há uma única palavra de ESPERANÇA só de CONDENAÇÃO pelos excessos que a maioria não os fez e tem de pagar à mesma.

Um abraço para que me sinta menos triste!!!!

José María Souza Costa disse...

Admirável, Helena Sacadura Cabral.

A crise Européia, é um tormento. Grita na França, berros em Portugal, mais grita na Espanha. E o que faz o povo ? Imagino que a esta altura do campeonato, só tomamos " golos', e, como sempre, o sacrificado é a patuléia. Aqui no Brasil, sofremos demais. Recessão, e, mais recessões. Uma economia desorganizada, amaldiçoada, estuprada pelos economês. Chegamos à esculhambação, que depositava-se 500 reais na Caderneta de Poupança hoje, e daqui a 30 dias tinhamos 900 reais. Uma inflação de 80%, e, a patuléia debochava e gargalhava. Uma doce ilusão. Vieram a quebra das Empresas, e como irmãos siameses, os desempregos em massa. Chegamos á quase 30 milhões de desempregados perambulando pelas ruas deste Brasil. Até que apareceu um Engenheiro Civil, que atendia pelo nome de Itamar Franco, que a muito custo, e contrariando "Azelites" colocou em prática o Plano Real. Conseguiu equilibrar a NAU, em alto mar. Em seguinda apareceu o Fernando Henrique Cardoso, que privatizou inumeras empresas, costumamos escrever, que ele vendeu o País, por que existem muitas suspeitas de corrupção,no circo que foi as privatizações. E depois veio o Lulla, esse sim, colocou o Pais nos trilhos, o emprego avançou, as Universidades prosperaram, aliou-se aos mais pobres, esqueceu os Grupos que mandam no Brasil, desde quando Pedro Alvares cabral aqui, ancorou suas caravelas, as Universidades prosperaram, os brasileiros exilados volutariamente retornaram ao País, e, assim o Brasil vai avançando com a sua gente. Portugal, que é a Pátria de língua Mãe, não pode se disperçar. Não podemos perdermos as esperanças, é, esta que tece o sentimento de fraternidade.
Aproveite e tenha um final de semana agradável.
Abraços, do Brazil

Helena Sacadura Cabral disse...

Abraços retribuídos Zé Maria

Anónimo disse...

Temos mesmo de voltar aos nossos recursos- agricultura, pescas, indústria- mas de forma técnica e cientificamente actualizada, informada e planeada. Temos de assegurar o nosso sustento, sem dependermos da importação. Não nos fechando atavicamente sobre nós mesmos, mas abrindo-nos ao exterior.
Como está tudo por fazer, vai levar décadas, mas que isso não nos faça baixar os braços.
Penso que os próximos fundos que cheguem deverão ser aplicados na recuperação destes sectores que nos permitem assegurar as nossas necessidades básicas.
Serão bem aplicados?