Análise séria e acutilante, humorada ou entristecida, do Portugal dos nossos dias, da cidadania nacional e do modo como somos governados e conduzidos. Mas também, um local onde se faz o retrato do mundo em que vivemos e que muitos bem gostariam que fosse melhor!
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
O receio alastra
As sondagens valem o que valem. Todos o sabemos. Mas são sensores importantes do estado de espírito de um país ou de um nicho de mercado que se queira analisar. Por isso, todos dizem mal delas, mas ninguém as dispensa...O jornal "Le Parisien" decidiu sondar mil franceses com idade superior a 18 anos e divulgou hoje os resultados desse inquérito. Resultados que são, no mínimo, curiosos, se tivermos em atenção o rumor de que o triple A de rating da França poderá vir a descer.E o que diz, então, essa sondagem? Apenas isto: para liderar a crise económico financeira, 46% dos inquiridos têm mais confiança na gestão do governo de Berlim, chefiado por Angela Merkel, do que na de Sarkozy na qual apenas 33% confiam.O Presidente francês é, assim, relegado para a sexta posição e ultrapassado pelo FMI, empresas, o Presidente Obama e a União Europeia.A sondagem é publicada um dia depois de Sarkozy ter interrompido as férias para uma reunião governamental de emergência, mostrando bem a gravidade da forte pressão dos mercados sobre o seu país.
HSC
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3 comentários:
Cara Maria Helena,
Toda esta instabilidade gera uma estranha inquietação, um mau estar latente, e estes estados de espírito são maus conselheiros.
O que aqui revela, no seu texto, demonstra que há princípios e valores que se diriam essenciais e que, face a esta 'malaise', são relegados para plano secundário. E isto torna o mundo um lugar perigoso.
Há dois dias escrevi sobre isso e tomo a liberdade de aqui deixar o link:
http://umjeitomanso.blogspot.com/2011/08/portugal-em-situacao-de-grande.html
As minhas felicitações pela sua laboriosa actividade e pela qualidade dos seus textos.
O que é verdadeiramente lastimável é verificar o esbanjar da credibilidade dos políticos.
A minha última oportunidade foi dada ao governo, porque quem se abespinhava com a questão do aumento da receita versus a diminuição de despesa deixou de ter credibilidade para ser tomado como sério.
Estamos todos de facto muito zangados com a mediocridade e a má fé institucionalizada!
Lastimo que o PP tenha aderido a este aumento dos impostos do IVA do gás e electricidade. Como gestor e economista de PME´s e não de monopólios ou de experiência exclusivamente académica lastimo a falta de percepção do que é gerir uma PME e o impacto de aumentos deste teor em inputs essenciais à manutenção de empregos e empresas.
A cara do sr. Ministro das Finanças de facto não augurava nada de bom. É que não basta ser bom técnico, é preciso ter visão estratégica e conhecimento das realidades.
Mesmo que o buraco seja superior ao estimado, as medidas têm de ser criativas e defender o médio prazo. As privatizações enunciadas para alguém como eu defensor do mercado em concorrência, demonstram uma total falta de entendimento da necessidade de manter alguns sectores nas mãos do Estado, nomeadamente sectores que num país pequeno a sua privatização não significa maior concorrência. De teóricos está o mundo cheio e de gente sem palavra mais ainda.
A partir de agora o povo Português tem o direito à indignação e à revolta e já não é só uma questão de protesto pelo protesto mas da comezinha subsistência mesmo para gente com vários graus de formação superior.
“Controle o petróleo e você controlará as nações; controle a comida e você controlará as pessoas” — Henry Kissinger (1970)
A crise alimentar é real. O preço dos alimentos sobe cada vez mais. As reservas caem. O mesmo acontece com o petróleo, o que coloca muitas nações e povos que não produzem comida ou petróleo numa situação desesperante. Este é o resutado de um conjunto de eventos aleatórios que coincidem no tempo, ou isto é o efeito de uma plano para o domínio mundial?
Kissinger queria reorganizar o mercado mundial de alimentos, destruir a agricultura familiar e substitui-la por grandes fazendas e fábricas dirigidas por transnacionais do agronegócio. Será que conseguiu? deixo a questão.
No entanto os motins e a violência são bem vistos pelos que se julgam donos do mundo... para eles e como não conseguem distribuir a riqueza, antes pelo contrário, somos demais e torna-se insustentável a vida no Planeta.
Uma ditadura Orwelliana está em curso.
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