quinta-feira, 2 de julho de 2009

Dinheiro fácil

Surpreende, ainda, um caso como o da Forex, a empresa fictícia que prometeu mundos e fundos e lesou uma boa parte de portugueses. O esquema D.Branca, mais sofisticado, parece continuar a ter futuro em Portugal.
Tudo porque as pessoas alinham em qualquer esquema que lhes permita ganhar dinheiro fácil. Ora como diz, entre nós, Cesar das Neves, "não há almoços grátis". Não pode haver.
Há uns meses, uma minha conhecida que vivia do seu trabalho e à altura estava desempregada, confessava-me que pusera toda a indemnização recebida, no jogo da bolha. Devo ter usado todo o meu português mais vernáculo, ao descompô-la. Mas o argumento era sempre o mesmo. O x e a Y ganharam isto e aquilo. E, por mais que eu explicasse que para esses terem ganho, outros teriam que perder ou ter perdido, ela não me ouviu. Ficou, claro, sem o dinheiro...
O caso da Forex, agora divulgado, e de que se sabe apenas uma parte - há muitos que têm vergonha e não apresentam queixa - é típico do que acabo de dizer. A empresa trabalhava no mercado de divisas, dizia-se sediada na Suiça e cativava os seus clientes através da net e dos seus foruns. E, como se vê, continua a existir quem acredite neste tipo de aliciamento virtual e transfira, sem cautelas, o seu dinheiro para uma hipotética firma de gestão...
Parece que nem os casos BPN, BPP e quejandos, provocam mais cautela no portuga, sempre entusiasmável por esquemas que fujam à legalidade. Resultado: uma burla cuja dimensão ainda está por descobrir, embora o que já se sabe, seja preocupante!

H.S.C

4 comentários:

Blondewithaphd disse...

Será atrevimento dizer que esse portuga também é aliciado para esquemas dúbios que lhe prometem a fortuna porque sofremos do complexo de país pobre? (se bem que eu não saiba exactamente se é complexo ou se é a inclemente verdade)

Helena Sacadura Cabral disse...

Uma boa parte minha cara "loira" será. Deixámos de ter chão, esteios,referências. Aquilo que move hoje grande número de pessoas é o dinheiro fácil, ser figura pública (seja lá o que isso for), ter sucesso mediático.
Depois, como somos mesmo pobres endividamo-nos... oun tentamos ser espertalhaços.
Os ricos, esses são muito ricos e fogem da publicidade própria a sete pés.
Portanto, respondendo à sua pergunta temos, de facto, o complexo de país pobre...
Triste, mas real!

Blondewithaphd disse...

I see we speak the same language!
Subscrevo este "triste mas real".

António de Almeida disse...

Há uns meses, uma minha conhecida que vivia do seu trabalho e à altura estava desempregada, confessava-me que pusera toda a indemnização recebida, no jogo da bolha.

Também há uns meses, um amigo convidou-me para almoçar, tinha um negócio a propor-me, algo de muito sério, para me explicar tão "interessante" investimento. Ouvi-o de princípio a fim, para no final lhe dizer apenas, isso é a velha pirâmide de Ponzi, ao que ele me respondeu, "não, isso é uma vigarice, não tem nada a ver com a bolha". Tive de lhe fazer um desenho...