(Abel Mateus em entrevista concedida ao Jornal de Negócios e conduzida por Helena Garrido)
Ao longo dos últimos meses fui referindo, em diversos post's, alguns dos aspectos acima mencionados. Mas ouvi-los da boca de Abel Mateus, professor universitário que foi, como se sabe, durante bastante tempo presidente da Autoridade da Concorrência, dá a estes números uma dimensão muito maior.
Na mesma conversa o economista afirma, ainda, que não encontra "nenhuma folga para grandes investimentos nem hoje nem nos próximos dez anos" e revela que fez uma pequena estimativa do que deles resultaria. Apenas... um endividamento externo de 240% do PIB em 2020.
Como se pode compreender não vale a pena tecer comentários. Abel Mateus não é uma pessoa qualquer e tem muita gente responsável a pensar como ele.
O que, sim, parece inquestionável, é que deveriamos discutir seriamente este assunto a nível nacional. Porque já não é, só, o futuro dos nossos netos que fica comprometido. É, também, o dos nossos bisnetos. Com a agravante de que os actuais decisores, nesse futuro, poderão, até, já nem estar vivos!
H.S.C
Nota*
Acabo de ouvir na televisão que se estima que o defice do sector pulico se deve situar à volta dos 5,9%. Espero estar enganada e ter ouvido mal.
6 comentários:
Ouviu muito bem... eu também ouvi!
Quanto às declarações do Prof Alberto Mateus- cuja entrevista li hoje- deveriam ser levadas bem a sério, porque é uma sumidade na matéria. Aliás, foi por isso mesmo que este governo o afastou. Era bastante incómodo...
Nem mais. A competência, neste momento, é marginalizadora...
Já nasceu que há-de falar verdade e dizer que as coisas vão piorar.
infelizmente ouvimos todos muito bem !
De acordo, mas existem outros economistas também respeitados que defendem alguns investimentos. Creio que neste caso não se pode dizer que haja consenso.
Meu caro DL por isso mesmo é que eu julgo ser necessário e urgente um debate nacional sobre o assunto. O que mais me preocupa neste momento na política nacionalé a intolerância a quem pensa diferente. O país precisa de todos e, se o sistema partidário foi o meio escolhido pela democracia, impõe-se lutar por consensos. E estes só se conseguem por via do diálogo. É o país que está em causa. Não o partido do senhor X ou Y.
Talvez seja esta a razão pela qual não simpatizo com maiorias absolutas...
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