sexta-feira, 10 de julho de 2009

As duplas candidaturas...

Sempre achei original esta questão das duplas candidaturas. "Se ganhar isto, largo aquilo", parece-me uma filosofia que, a ser seguida em vários aspectos da vida, nos poderá levar longe.
De facto, logo para início de conversa, tomemos o caso do casamento. Por este critério, cada um de nós começaria logo por ter dois namorados/as que, com o tempo, se transformariam em dois noivos/as. Chegados a este estádio tornar-se-ia necessário ver as propostas de cada um/a dos/as candidatos/as. E escolher-se-ia para marido ou mulher quem oferecesse a promessa mais aliciante, mandando às urtigas o/a outro/a cuja oferta fosse menos atractiva. Simples e eficaz!
Claro que ainda haveria quem, por uns tempos, continuasse a alimentar sentimentalmente o/a "abandonado/a", para ter recuo fácil em caso de divórcio...
Um pouco, também, como inscrever-se em dois cursos para no final optar apenas por um.
Como se depreende, exemplos de duplas opções existem em várias áreas. Não os refiro por mera decência. Mas são ilustrativos dum certo tipo de ética. Neste caso, grave, trata-se de ética política!
Socrates fez bem em exigir que, a partir de agora, quem se candidate faça a sua escolha prévia.
E ainda há quem se ofenda argumentando que as regras não se mudam a meio do jogo. Como se o jogo fosse limpo ou aceitável, à partida.
Haja paciência para aturar as defensoras de certos moralismos...

H.S.C

6 comentários:

margarida disse...

Defendem os seus interesses pessoalíssimos.
Depois espera-se que o eleitorado respeite os políticos e ainda se interesse por política...
E arrepiam-se todos quando ouvem: "eles são todos iguais".
Confortemo-nos com o facto desta maleit não ser exclusiva do torrão, 'ist' é assim em qualquer canto do mundo.
O ser humano pela-se pelo poder.
E é egoista que só...

Anónimo disse...

Há uns anos atrás, finais de 90, conheci um sujeito (num país estrangeiro) que “tinha” 2 mulheres (so to say). A “oficial”, com quem era casado e a “outra” (a “querida” outra), de quem gostava – realmente. “Tendo a maior consideração”, todavia, pela sua verdadeira mulher, a quem nunca faltou ao respeito (again…so to say), engendrou um “esquema” para “sobreviver” com as duas (curiosamente, grandes amigas, ou, melhor, “ex-grandes-amigas”, tendo em conta ter passado “partilhar” ambas). Consistia o dito “esquema” no seguinte: ele estava alternadamente com uma e outra. Por exemplo, 2ªFeira com a nº 1, como se lhe referia (à mulher – oficial) e 3ªFeira, com a nº 2 (um 2 Grande, tendo em conta o que o coração ditava quanto a esta). E assim por diante: 4ªF com a nº1, 5ªf com a nº2, sempre em sucedâneo, sem interrupções. Elas evitavam encontrar-se com ele no seu escritório, mas quando o faziam, tinham, sempre, em linha de conta, as “circunstâncias”, ou seja, se era o dia de ele estar com a nº 1, a nº 2 jamais aparecia no escritório. E vice-versa. Interessante referir que elas lhe impuseram uma regra, que ele seguia à risca - sem nunca falhar: sempre que vinha de casa de uma para a da outra, a roupa que levava vindo daquela jamais era lavada na casa de onde ficava nesse dia e noite. O mesmo quando saía da casa, donde pernoitara e passara o dia anterior. Cada muda de roupa “pertencia ao local de proveniência”! Jamais a “anterior” lavava, passava a ferro, passajava roupa vinda da outra casa, onde estava a nº 1, ou nº 2. Isto passou-se num país estrangeiro, não aqui em Portugal (compreensivelmente). Imaginam as consequências de semelhante comportamento por cá! Dava bronca das grandes! Com gritos, ferimentos diversos, confusão pela certa, com polícia, tribunal e sei lá que mais. Mas naquele “curioso” país, as coisas acabaram por ter aquela solução. Para quem conhecia pela primeira vez aquele “triplo casal”, colocava-se, de início, um problema: quem convidar com o dito Senhor quanto se organizava um jantar. Resposta pronta do mesmo: “não se atrapalhem, marquem um dia e eu vou com quem estiver nesse dia. Jamais farei opção. É o dia, data, que conta. Se calhar no dia de estar com a nº1, irei acompanhado dela, se for com a nº 2, igualmente. Para mim, importa apenas o dia”. E assim se procedeu e nunca houve incidentes. Um simpatiquíssimo triplo casal. De uma educação esmeradíssima. Os 3. Naturalmente, sempre 2+1, ou 1+2. Mas isso era problema dele. Não nosso.
Já quanto ás candidaturas políticas, as coisas “piam mais fino”. Ou deveriam “piar”. Candidato é candidato a um só lugar. Ponto final. Essa do “dois em um” dá uma imagem pouco interessada e sobretudo pouco responsável e de dúbia ética. E se forem aplicar o “princípio” (ou comportamento) do tal meu antigo conhecido, então ainda seria pior. Coisas públicas são diferentes das privadas. Haja pois um pouco de moral, senhoras e senhores da política. A “bem da Nação”!
P.Rufino

Helena Sacadura Cabral disse...

Meu querido P
Gargalhei com a sua história, porque conhecia uma parecida, passada na terrinha, com um elemento da carreira diplomática. Homem, aliás, notabilíssimo que a certa altura, por mor do encontro de uma sua tia e de um tio meu, nos tornou familiares colaterais.
Esse homem sempre teve três mulheres. E conseguia conciliar tudo com "frequentes viagens ao estrangeiro"...
As férias eram passadas em tres praias consecutivas onde ele ia estacionando para as ver.
Um dia a segunda pô-lo entre a espada e a parede. O caso acabou no divórcio, a bem, da primeira e no posterior casamento com a segunda.
Só que, dias antes de casar, a ex mulher e mãe das filhas chamou-o para lhe dizer que também ela ia casar. E informou-o que o escolhido - conhecido professor universitário -fora durante os últimos dez anos, o homem da sua vida...
O meu amigo ia morrendo com a adulterina confissão. E, nós amigos, não pudemos deixar de admirar a subtil vingança da que fora sempre esposa traída.
Moral da história: desde que a segunda passou a mulher legítima ele "apenas" manteve uma amante: a terceira que foi promovida a segunda.
Ainda hoje me rio disto em família, gozando uma cunhada que casou com um dos meus irmãos que é diplomata!

Pedro disse...

malabarismos

Blondewithaphd disse...

"As defensoras", claro! Gosto sempre de mulheres que dizem o que pensam às direitas e directas (no caso vertente, não serão as tais das senhoras "defensoras", óbvio!)

O Cigarrilha disse...

eheh está delicioso este texto cara Helena,

abreijos/saúde