Domingo, fui com uma amiga almoçar a um restaurante simpático,
junto ao rio, que só serve peixe. O empregado que nos recebeu, para além de nos
chamar de “belas senhoras”, rodeou-nos de toda a atenção, explicando com
pormenor, o que havia de melhor para comer.
Depois de algumas dúvidas nossas, perante tão detalhada
descrição do cardápio, eu escolhi uma coisa levezinha – não quero aumentar o
meu volume físico – e a minha amiga, que por hábito não janta, escolheu um belo
peixe grelhado.
Porque conto isto? Porque o dito empregado, a certa altura, mencionou
algo que me impressionou. “Sabem, eu já estive como chefe de sala num dos
nossos outros restaurantes. Mas não estava feliz, sentia-me empertigado a
receber as pessoas com “ar de dono”.
Um dia, disse para mim próprio, que o que eu gostava, mesmo,
era de ser empregado de mesa, de girar pelas pessoas, conversar com elas e de
as ajudar a escolher o repasto”. Desci de posição mas, agora, estou contente, aqui a falar
convosco!
Quando saímos perguntei à minha amiga – uma ex-gestora de top
de uma das nossas maiores empresas –, se ela dera pela lição. Rimos as duas. De
facto, o fato não faz o homem, e quem não gosta não se estabelece. Ser feliz é
que interessa!
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