domingo, 8 de setembro de 2024

A SAUDE DAS PALAVRAS

As palavras têm corpo, alma e um ciclo de vida que espelha o nosso. Às vezes, elas nascem vibrantes, repletas de energia e prontas para criar mundos inteiros. Outras vezes, surgem frágeis, quase sussurradas, como se precisassem de tempo e cuidado para ganhar força.

A saúde das palavras não depende apenas de quem as escreve, mas também de quem as lê, interpreta e sente. Quando negligenciadas, as palavras adoecem, perdem o brilho, ficam vazias ou excessivas. Palavras desgastadas podem virar feridas; aquelas que ferem e não cicatrizam. Há expressões que carregam pesos invisíveis, outras que curam corações partidos, mas todas têm a capacidade de se transformar, de se renovar.

No entanto, as palavras precisam de repouso e silêncio para recuperar o vigor. Elas necessitam do espaço entre os pensamentos para se recompor, como quem respira fundo antes de falar. Também precisam de autenticidade, porque palavras dissimuladas, mesmo que belas, adoecem com o tempo.

O cuidado com as palavras é um ato de empatia. Dizer o que precisa ser dito com afeto, encontrar o tom correto, escolher os sons que confortam ao invés de magoar, é dar saúde à comunicação. Quando tratadas com carinho, as palavras florescem, vibram, tocam o outro e fazem nascer algo novo: a compreensão, a conexão e a transformação.

A saúde das palavras é, no fundo, a saúde da nossa convivência e da nossa humanidade. Elas não são apenas letras; são batimentos de vida que, se cuidados, nos podem manter vivos e em harmonia.

1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Usar com cuidado.
Porque podem ser a mais poderosa e cruel de todas as armas.
Tenha uma excelente semana