As palavras têm corpo, alma e um ciclo de vida que espelha o
nosso. Às vezes, elas nascem vibrantes, repletas de energia e prontas para
criar mundos inteiros. Outras vezes, surgem frágeis, quase sussurradas, como se
precisassem de tempo e cuidado para ganhar força.
A saúde das palavras não depende apenas de quem as escreve,
mas também de quem as lê, interpreta e sente. Quando negligenciadas, as
palavras adoecem, perdem o brilho, ficam vazias ou excessivas. Palavras
desgastadas podem virar feridas; aquelas que ferem e não cicatrizam. Há
expressões que carregam pesos invisíveis, outras que curam corações partidos,
mas todas têm a capacidade de se transformar, de se renovar.
No entanto, as palavras precisam de repouso e silêncio para
recuperar o vigor. Elas necessitam do espaço entre os pensamentos para se
recompor, como quem respira fundo antes de falar. Também precisam de
autenticidade, porque palavras dissimuladas, mesmo que belas, adoecem com o
tempo.
O cuidado com as palavras é um ato de empatia. Dizer o que
precisa ser dito com afeto, encontrar o tom correto, escolher os sons que
confortam ao invés de magoar, é dar saúde à comunicação. Quando tratadas com
carinho, as palavras florescem, vibram, tocam o outro e fazem nascer algo novo:
a compreensão, a conexão e a transformação.
A saúde das palavras é, no fundo, a saúde da nossa convivência e da nossa humanidade. Elas não são apenas letras; são batimentos de vida que, se cuidados, nos podem manter vivos e em harmonia.
1 comentário:
Usar com cuidado.
Porque podem ser a mais poderosa e cruel de todas as armas.
Tenha uma excelente semana
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