"A cura não vem de esquecer; mas sim de lembrar sem
sentir dor" é uma frase de Freud, que carrega uma profunda sabedoria sobre
o processo de cura emocional. Muitas vezes, acreditamos que a cura de uma dor,
seja ela causada por uma perda, deceção ou trauma, está no esquecimento, em
apagar da memória o que nos fez sofrer. No entanto, o verdadeiro alívio não vem
do afastar as lembranças, mas sim em transformá-las, fazendo com que deixem de
nos ferir.
Esquecer algo doloroso pode ser uma tentativa de fuga, uma
forma de evitar o enfrentamento dos sentimentos difíceis. No entanto, as
memórias reprimidas ou ignoradas tendem a persistir de maneira subconsciente,
influenciando as nossas ações, decisões e até o nosso bem-estar. É como
esconder uma ferida, sem a tratar; pode parecer menos doloroso no momento, mas
ela continua ali, corroendo por dentro.
A cura genuína, por outro lado, ocorre quando somos capazes
de revisitar essas memórias e lidar com elas de forma saudável, sem que elas
provoquem o mesmo sofrimento de antes. Isso significa aceitar e processar o que
aconteceu, aprender a lidar com as emoções envolvidas e, eventualmente,
relembrar o evento sem que ele continue a magoar. O objetivo não é apagar o
passado, mas dar-lhe um novo significado.
Quando conseguimos lembrar sem dor, o que antes era uma ferida aberta torna-se numa cicatriz, num símbolo de superação e de aprendizagem. Esse é um dos sinais mais claros da cura emocional: a capacidade de revisitar o passado sem ser consumido por ele. Lembrar sem dor, significa que a ferida foi tratada, que as emoções foram processadas e que conseguimos encontrar paz com o que aconteceu.
1 comentário:
Esquecer?
Para repetir os disparates??
Enviar um comentário