quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

A Lenda do Belo Soldado

Margarida Rebelo Pinto quando lançou, há já uns largos anos, o seu primeiro livro, que causou algum "frisson" nas capelinhas mais conservadoras da época. Porquê? Porque ela abordava, com alguma liberdade, os problemas dos relacionamentos amorosos. Nova, bonita, elegante, licenciada, não se esperava que se ocupasse, à época,  nem do tema nem do conteúdo, considerados muito liberais para a moralidade de então. E, claro, vendeu, vendeu, vendeu muito. 

Outros livros se seguiriam, muitos, onde o nó górdio era sempre o amor, ou talvez melhor, essa dificuldade maior que ele representa. Sobretudo a dificuldade de "comunicar", que se torna mais dolorosa, quando os afetos são tema central.

Margarida criou, deste modo, uma legião de fãs cuja vida sentimental foi evoluindo com ela e com aquilo que ela publicava. Sempre teve admiradores e detratores, mas conviveu generosamente com isso, continuando a escrever sobre o que ela sentia e sobre a forma como via a sua vida e a dos outros.

Tive sempre por ela uma certa ternura que advinha de saber não só do que ela era realmente capaz de escrever, mas também por ter sido colega e amiga da sua mãe, desde o liceu. Pode gostar-se ou não do que ela escreve - isso acontece com todos aqueles que se expõem ao grande publico - mas não se pode negar a sua capacidade de trabalho e o viver apenas da escrita. É respeitável que o faça!

Contudo, o seu último livro marca, talvez, um virar da página. Pegando numa lenda do tempo de Viriato, que, como sabemos era um pastor  nos montes Hermínios, e se torna o grande chefe da revolta lusitana, anterior à fundação de Portugal, ela vai recriar a história de amor que a mesma encerra.

A coragem e criatividade deste homem eram tão grandes que, com um efetivo muito inferior ao poderoso exército de Roma, conseguiu derrota-lo várias vezes. Com o tempo, o seu exército  cresceu, chegando a formar-se um corpo especial de guarda a Viriato, constituído apenas por voluntários dispostos a morrer por ele. 

Ora é a história de um desses voluntários que Margarida vai buscar  para lhe dar a inesperada cor e vida que ela merecia. E fê-lo, com bastante originalidade!

HSC 

6 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Fiquei curioso.
Vou procurar aqui na Livraria Portuguesa.

Antónia disse...

Gosto muito da escrita da Margarida. Falta-me este 😊

Ana maria disse...

Dra Helena bom dia
Parabens! Que tenha um dia(s) grande e um grande dia, por muitos anos com saúde, família e amigos.
Ana Maria

Maria Isabel disse...

Hoje, dia 7 de dezembro, um grande abraço de parabéns. Tenha um dia muito feliz apesar da chuva.
E amanhã dia de festa também
Beijos e abraços amigos, dra. Helena
Maria Isabel

Anónimo disse...


Devo dizer-lhe que aprecio a sua atitude de escrever sobre colegas suas, dando-lhes visibilidade, que pode afinal, até ser-lhe prejudicial. Isso revela uma grandeza de alma que nem todos têm. Considero-a uma mulher, a muitos títulos exemplar!

Fausto

Anónimo disse...

🌷