quarta-feira, 17 de março de 2021

A ordem artificial das coisas


Nestes últimos dias não se ouviu falar de outra coisa que não fosse o Tristão e Isolda do século XXI, personificados em Megan e Harry, dois príncipes fugidos da coroa britânica por razões raciais e de isolamento social. 

No principio as coisas começaram logo tortas, com o pai da noiva a vender fotos da família e a conceder entrevistas perturbadoras. Calado o progenitor, as coisas pareciam acalmar, o casamento foi um sucesso tendo sido o Príncipe Carlos e não a mãe da noiva. a leva-la ao altar. A progenitora vestiu-se como uma branca e se não fossem as múltiplas tranças do seu cabelo, dir-se-ia  tratar-se de uma europeia de tez escura. 

A trapalhada começa depois e parece que Kate, a cunhada rainha, terá tido que lhe dar umas lições sobre conduta real. A nossa americana que tinha tido uma vida de trabalho até chegar a atriz começou a sentir-se desapoiada e a chorar no ombro de Harry que tentou acalma-la. Porém, quando se apercebeu que a mulher estava com tendências suicidas resolveu "zarpar" para o Canadá, julgando que manteria fora todas as mordomias que tinha antes. Viu-se logo que não seria assim, quando se pôs o problema de quem pagaria a segurança do casal naquele país. Nessa altura, a Casa Real "tirou o cavalinho da chuva" e disse que não pagava nada porque eles tinham deixado de pertencer à dita Casa.

Perante isto. o casal percebeu que tinha de sustentar-se e fê-lo através de alguns contratos comerciais. Mas nem Hollywood os aproveitou, nem os americanos se interessam muito por príncipes. É quando surge, então, a hipótese de o casal dar uma entrevista de vida à conhecida Oprah, rainha das entrevistadoras de televisão. Claro que a coisa aparecia como sendo gratuita - quase me engasgo a escrever isto - e apenas com o desejo de bem clarificar o que tinha determinado a saída do Reino Unido.

Poupo-vos à descrição da entrevista porque o Pedro Boucherie Mendes fê-lo muito melhor do que eu faria. A produção, as luzes, o vestido, os silêncios adequados, a subtileza das respostas e das perguntas, pressupõe algo que foi muito bem preparado. O pobre Harry, muito pouco à vontade, lá confirma uma ou outra declaração da mulher e pouco mais. Pareceu-me ver nele uma certa tristeza disfarçada até à altura em que anunciaram que estavam à espera de uma menina, que seguramente para tranquilizar a Firma, como eles chamam à Corte inglesa, irá nascer branca de olhos azuis e cabelo louro.

A entrevista teve, é evidente, intenções bem mais vastas do que se pode supor. A monarquia inglesa com os escândalos que tem tido, encontra-se numa posição de fragilidade e só se aguentará pela estreita e estrita coesão dos seus membros. Esta entrevista dá uma "bolada" na Coroa que respondeu com um comunicado de duas linhas cheias de diplomacia.

O que se prevê como desfecho desta historia da realeza? Não sou, obviamente, a Maya que prevê o futuro. Mas tenho palpites, como toda a gente. Assim, palpita-me que a menina vai sair mais colorida que o irmão Archie, que casamento durará os habituais 5 ou 6 anos e depois desmorona-se num divórcio.

Para calar Megan ela irá receber uma choruda pensão e terá direito a uma casinha nas propriedades dos Windsor, à semelhança da outra cunhada que continua a viver com o ex marido, pese embora, viva de  programas televisivos e tenha amigos coloridos.

Claro que há outros fins possíveis, como foi o caso da duquesa de Windsor. Mas os tempos eram outros e a etnia hoje é tema com varias colorações. Por mim, desejo que sejam felizes e tenham muitos meninos, que encantem no futuro, a realeza!

HSC

14 comentários:

Anónimo disse...

Eu acho-os dois idiotas, ela uma idiota espertalhona que soube caçar o banana muito bem. Depois de 3 casamentos saiu-lhe a sorte grande, nem precisou de atestado de virgindade nem nada... Está feita para o resto da vida. Ele, como já disse, um banana, dir-se-ia que nunca tinha visto uma mulher antes… E as acusações de racismo são simplesmente ridículas. A família real é tão racista que deixou um dos seus mais importantes membros casar com uma mestiça e a acolheu no seu seio. Quanto às interrogações sobre a cor da pele do Archie, mas haverá alguém que numa situação idêntica não se pusesse a mesma questão??

Pedro Coimbra disse...

Francamente não tenho e menor paciência para estes melodramas.
Só um comentário - as actrizes estiveram bem e a produção foi excelente.
O actor é que estava como peixe fora de água.

Anónimo disse...

ADOREI!!!
Concordo com quase tudo o que escreveu.
Beijinho

CR

Silenciosamente ouvindo... disse...

Subscrevo as suas palavras drª. Helena.

Os meus cumprimentos.

Irene Alves

Anónimo disse...

Já se sabe que em Portugal «não existe» racismo, nem machismo, nem sexismo, nem discriminação, etc., é um paraíso!
O caso de racismo em Buckingham não tem só a ver com o facto de na «Firma» se ter falado sobre qual seria o tom de pele (se seria mais ou menos escura) do primeiro filho de Meghan e Harry, mas sobretudo, o facto de não ter direito a título, nem a segurança (como acontece com os outros netos) caso o tom de pele fosse mais escuro.

Anónimo disse...

Hilary Clinton afirmou como foi difícil ver duas pessoas a descrever as suas fortes dificuldades em serem aceites e integrados. Na família real, mas pior ainda na sociedade em geral, que se revê em tabloides que vivem ainda no passado, onde Meghan foi atingida por uma onda de desprezo, preconceito, insultos, humilhações, difamação.
«Como qualquer pessoa alvo de escrutínio público, também já tive as minhas lutas com os tabloides britânicos, e a crueldade com que perseguiram Meghan é inaceitável».

Anónimo disse...


O casamento do Príncipe Harry com Meghan Markle, que é birracial, traz uma atenção especial à herança da Rainha Charlotte. Meghan não seria o primeiro membro da Família Real Inglesa a ser mestiça. Filipa (Philippa) de Hainault nasceu em 1310. Foi a primeira Rainha Negra da Inglaterra. Filipa era de ascendência mourisca negra, nascida em Valenciennes, no condado de Hainaut, nos Países Baixos do norte da França.

A Rainha Sofia Carlota (Sophie Carlota), foi esposa do rei Jorge III de Inglaterra, era descendente direta de uma linagem africana da Casa Real Portuguesa, (Margarita de Castro e Sousa). Carlota (Charlotte) descendia diretamente de uma ramificacao negra da família real portuguesa segundo reza a historia, propriamente de uma concubina moura, de nome Ouruana ou Madragana, e do o Rei Alfonso III de Portugal; este rei por seu turno era (bisneto de Henrique II de Inglaterra)
A Rainha Carlota, era avó da Rainha Victoria, e a tataravó da atual Rainha Isabel II (Elizabeth II) de Inglaterra.

Para os mestiços, você é tanto o escravo quanto o senhor, o oprimido e o opressor, e é por isso que o binário da cultura preto-branco é tão prejudicial, porque não apenas somos forçados a escolher um lado, mas também devemos nos associar a as experiências culturais que talvez nem tivéssemos. Para os mestiços, eles sao tanto o escravo quanto o senhor feudal, (o oprimido e o opressor), e é por isso que o binário da cultura preto-branco é tão prejudicial, porque não apenas sao forçados a escolher um lado, mas também devem associar-se as experiências culturais que talvez nem possuiram. Conotar e abordar as normas tácitas e nuances culturais que pressionam as mulheres 'brancas' portuguesas, medierrânicas, tal qual eu de tez branca e olhos claros, a serem julgadas "menos brancas que vizinhas nordicas" para ter/dar sucesso a estereótipos erróneos, preconceitos e prejuizos raciais, que ao Sul da Europa sao todas tez baça, escuras e de pelo negro na benta. Desmascarar a falácia 'impeto racial' de que a experiência de raca é universalmente unica e tambem antropologicamente bilateral, expondo as complexidades da interseccionalidade como uma outra mulher europeia branca qualquer. Então, só porque nunca experimentei algo comum à comunidade negra/mestiac, não significa que presumo que não exista racismo. Por certo, consigo sentir empatia pela causa. O mesmo é frequentemente verdade vice-versa. Sempre dentro e fora - tanto ponto de vista de um participante ou de um observador(a).
MorgadinhadosCanaviais

Anónimo disse...

«Bridgerton» é a série mais vista da Netflix, estreou em Dez de 2020, e retrata o universo da família Bridgerton, na Londres do séc XIX. Tornou-se a série mais vista porque, em plena pandemia, as pessoas gostam de ver séries de época, com glamour, que não sejam pesadas, nem muito profundas mas, ainda assim, aflorando temas como o preconceito racial ou o assédio sexual.

No momento em que o casamento e a descendência de Meghan e Harry são um tema quente da sociedade e dos tabloides britânicos (e não só) a série da Netflix «Bridgerton» dá a uma atriz negra o papel da rainha do séc. XVIII Charlotte (casada com o rei Georges III, tetravó de Isabel II de Inglaterra) tornando a personagem de Charlotte (que não é a protagonista da série), um dos seus pratos fortes, ao abrir o debate sobre este tema racial, nunca assumido pela casa de Windsor.

A ascendência africana e a cor da pele da rainha Charlotte, foram sempre um tema polémico entre historiadores e especialistas, sobre o qual a casa real nunca se pronunciou. Numa única vez, um porta-voz declarou que se trata de uma questão «cercada de rumores, há anos e anos, e é um assunto da História». Não podemos ignorar que as famílias reais e aristocráticas, sempre se esforçaram por «embranquecer» os traços dos elementos não brancos da família, como se pode ver em desenhos, pinturas, retratos (e o mesmo se passou com Charlotte, embora exista um retrato que mostra os seus traços de origem africana).

E no séc. XXI, o tema continua a não ser pacífico, mas hoje felizmente a tendência é para assumir, «preto no branco», literalmente.

Anónimo disse...

A ascendência africana da rainha mestiça Charlotte é um facto confirmado pela genealogia. A rainha Charlotte, «avó» de Isabel II de Inglaterra, tinha origem portuguesa e foi pintada na época, por vários pintores, alguns dos quais a representam como branca, com traços afilados, e outros, pelo menos em três retratos, representam-na com traços africanos. É preciso termos em conta que na época, ser negro não significava a certeza de ser discriminado.

Anónimo disse...

Os rumores de outras ascendências nos seus antepassados sempre foram tidos como convenientes pela rainha Isabel II, devido à Commonwealth. Mas não lhe interessa que sejam objetivados e definidos, porque os rumores alimentam muito mais o imaginário.

Anónimo disse...

Dizer que a rainha Carlota, foi uma rainha NEGRA e que foi escolhida na série da Netflix uma atriz NEGRA para interpretar a sua personagem, é carregar nas tintas. A escolha de uma atriz afrodescendente, não deixa contudo de ser relevante. E o tom de pele, mais ou menos escuro, continua a ter a maior importância, hoje, no que diz respeito ao preconceito e à discriminação. Outras atrizes, como Helen Mirren, interpretaram o papel da rainha Carlota, mas a época era outra.

A atriz escolhida é uma afrodescendente, mestiça, e a rainha Carlota terá comprovadamente ascendência africana, apesar de muito distante no tempo- uma nobre portuguesa do séc. XV, sendo que Carlota nasceu na Alemanha, em 1744, filha dos duques, senhores de um pequeno ducado no norte da Alemanha.

Vários retratos, e alguns relatos da época, referem os traços africanos da rainha Carlota. Existem notícias que, na altura da sua coroação, as ascendências asiáticas e africanas da rainha Isabel II, foram lançadas ao vento, como forma de acentuar a sua adequação à liderança da Commonwealth, na sua quase totalidade formada por ex-colónias britânicas. E ainda hoje a rainha Isabel II é chefe de estado de cerca de dezasseis estados membros.

Mas sim, é importante relembrar a rainha mestiça Carlota, num momento em que uma afrodescendente, Meghan, entrou na família real (o que teve interesse politico e económico para a mesma família real) se pensarmos que a própria rainha Carlota na sua velhice viveu, com o marido Jorge III, com problemas graves de saúde mental, no Palácio de Buckingham. Está ali bem presente. E temos a lei do eterno retorno.

As pessoas ainda não se mentalizaram de que o ser humano é o resultado de um enorme melting pot e de que «a raça pura» é um mito e um erro grosseiro, como veio provar o genoma humano.

Anónimo disse...

Hi! Ai ai ai ai
Eu sou um dos sete corgis da rainha, chamo-me OREO (nome fictício). Tenho uma vida horrível: vivo com os outros seis num belo e espaçoso quarto do palácio, a roupa da nossa cesta individual é mudada diariamente, um menu gourmet elaborado por um chef é-nos servido em bandeja de prata, e já tivemos aqui alguns colegas «nutts» da carola que foram seguidos pelo psicólogo (isto tudo é mesmo verdade). Já me fizeram muitas desfeitas, um dos maiores sapos que tive de engolir, foi termos uma vedeta entre nós- o MONTY, que se tornou famoso, por aparecer em fotos ao lado de James Bond.
Quero quebrar todas as amarras, quero ir pelo mundo e cheirar tudo o que me apetece, quero conhecer «miúdas» sem protocolo, comer e beber o que eu quiser! Não queria que isso tivesse acontecido mas mordi a mão da rainha, ou fujo ou levo com o psi!
Ciao! Ao ao ao ao au

Anónimo disse...

Sorry esqueci-me de assinar
«OREO» Welsh Corgi Pembroke Prembokeshire

Anónimo disse...

Está na hora da NOVELA BRITÂNICA (note-se que, embora aqui no Reino Unido e noutros locais, os membros da família real sejam aberta e saudavelmente criticados, em Portugal mantém-se o filtro encantado da «novela cor de rosa» e da suposta «elegância» dos mesmos, que nem beliscada pode ser).
Tal como os corgis da rainha, de que aqui falou um anónimo, também os manos Windsor vivem em brigas, disputas e enredos amorosos. Sobretudo o playboy André, o filho preferido de Isabel II, e Carlos que, como primeiro na linha de sucessão, decidiu reduzir o núcleo real, e André não gosta de ficar de fora.
Para os britânicos o duque de Iorque é conhecido como «Airmiles Andy» (o Andrezinho das Milhas Aéreas) porque sempre usou o seu acesso a viagens oficiais para uso pessoal- partidas de golfe, locais paradisíacos, milhas e milhas. É igualmente conhecido pelo sua atitude arrogante, rude e «cockily» (estilo de galo). Como golpe final na sua reputação, o escândalo da sua amizade com o milionário Jeffrey Epstein, traficante sexual de menores, em 2019, veio afastar André (de quem se diz ser viciado em sexo) das suas funções na «Firma» e passou de segundo na linha de sucessão a oitavo.
Camila e Ana disputaram o militar Parker-Bowles, mas Camila depois de ter sido namorada de Carlos, acabou por casar com Parker-Bowles (que manteve a relação com Ana) deixando Carlos de coração partido. Depois como se sabe, Camila divorciou-se e casou com Carlos. Grande Camila!! Mas o que é que ela tem?! Carlos e Camila tratam-se comicamente por Gladys e Fred.
Não é assim muito cor-de-rosa, mas Filipe tratava a rainha por «Cabbage» (Repolho) e Kate chama a William «o Careca». William trata Harry por nicknames inconfessáveis, segundo ele próprio diz, e revela apenas que lhe chama «Ginger» (ruivo) e Spike Wells. Já Carlos chama «Tungsten» (Tungsténio) à metálica Meghan.
E que novela daria como tem sido adquirida, em roda livre, a riqueza da rainha!!